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JAMB J

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SET/OUT DE 2005

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O Conselho Científico da

Associação Médica Brasileira

esteve reunido na tarde de 2 de

setembro, na sede da entidade,

em São Paulo, com o objetivo de

definir mecanismos para dar

cumprimento ao processo previs-

to na Resolução do Conselho

Federal de Medicina nº 1772/05,

que institui o certificado de atua-

lização profissional para especia-

listas. Esta resolução revoga a

anterior, de nº 1775/04, e estabe-

lece que os médicos que obtive-

rem Títulos de Especialista e

Certificados de Área de Atuação

a partir de janeiro de 2006 serão

obrigados a participar do proces-

so, renovando seu certificado de

atualização a cada cinco anos.

Para agilizar o processo, que

tem início a partir de janeiro do

ano que vem, foi estipulado um

prazo até 15 de novembro para que

as Sociedades de Especialidade

encaminhem à Comissão Nacional

de Acreditação (CNA) os eventos

– congressos, simpósios, cursos e

aulas virtuais – a serem submeti-

dos para pontuação.

“Nosso cronograma inicial

acabou sendo prejudicado, por

isso contamos com a compreen-

são e o esforço de todos os envol-

vidos neste processo para que no

O presidente da Associação

Médica Brasileira, Eleuses Paiva,

juntamente com os presidentes do

Conselho Federal de Medicina e

da Fenam, Edson Andrade e

Heder Murari, criticaram a insti-

tuição do exame de ordem para

o exercício da medicina em

audiência pública realizada no

dia 13 de setembro, na Comissão

de Seguridade Social e Família

da Câmara dos Deputados.

O Projeto de Lei 840/03, que

institui o exame de ordem como

condição prévia para o exercício

da Medicina, é de autoria do de-

putado Elimar Máximo Damas-

ceno (Prona-SP), e já foi rejeita-

do na Comissão de Trabalho,

Administração e Serviço Público.

O debate foi solicitado pelo re-

lator, deputado Jorge Alberto

(PMDB-SE). O objetivo da pro-

posta é diminuir a ocorrência de

erros médicos, mas o relator quer

analisar a medida com cautela

porque a nova obrigação atingirá

milhares de estudantes prestes a

concluir o curso de Medicina.

início de 2006 tudo esteja funcio-

nando da forma como havíamos

planejado”, afirmou Fábio Jatene,

diretor científico da Associação

Médica Brasileira.

As Sociedades de Especiali-

dade também tiveram prazo de-

finido para encaminhamento do

nome do seu representante que

integrará a Câmara Técnica da

CNA. Será a essa Câmara que a

Comissão, composta por mem-

bros da Associação Médica Bra-

sileira e do Conselho Federal de

Medicina, recorrerá em caso de

dúvida sobre algum evento da

especialidade.

“Demos início a um processo

extremamente importante no

sentido de valorizar a profissão.

Tenho certeza de que a partir do

próximo ano os colegas participa-

rão apenas de cursos pontuados

pela CNA”, opinou Edmund

Chada Baracat, Secretário-Geral

da Associação Médica Brasileira e

presidente da Federação Brasilei-

ra das Associações de Ginecologia

e Obstetrícia. “Hoje já não há mais

espaço para o profissional que não

possui Título de Especialista”,

completa Akira Ishida, represen-

tante da Sociedade Brasileira de

Ortopedia e Traumatologia. “Essa

realidade é uma exigência da

sociedade e também de alguns

convênios médicos que estão sele-

cionando especialistas para seus

quadros de profissionais”, finalizou.

Outros dois assuntos integraram

a pauta da reunião e foram apro-

vados pelo Conselho Científico: o

Científico agiliza processo de atualização

primeiro foi a proposta apresenta-

da pela Sociedade Brasileira de Pe-

diatria solicitando dois anos de

treinamento em UTI pediátrica no

curso de residência médica. Outro

item foi o questionário encaminha-

do às Especialidades pela Associ-

ação Médica Brasileira sobre a

posição de cada entidade acerca do

fracionamento de medicamentos.

Ficou definido que a Associação

Médica Brasileira encaminhará

correspondência à Agência Nacio-

nal de Vigilância Sanitária com o

parecer do Conselho Científico, ou

seja, todas as Sociedades de Espe-

cialidade são favoráveis ao fracio-

namento, porém se preocupam

com os mecanismos de distribui-

ção e a forma de armazenamento

dos medicamentos.

José Luiz Gomes do Amaral,

futuro presidente da Associação

Médica Brasileira escolhido nas

eleições de 31 de agosto, ao lado

do presidente atual, Eleuses Paiva,

também participou do Conselho

Científico. “Gostaria de agradecer

a confiança e apoio oferecido pe-

las Sociedades de Especialidade.

É um grande privilégio ser depo-

sitário de tal confiança, o que nos

dá força e entusiasmo em nossa

luta por melhores perspectivas

para a classe”, destacou Amaral.

Conselho Científico: trabalho agilizado para dar início ao processo de atualização profissional

O presidente da Associação

Médica Brasileira afirmou que o

exame é desnecessário porque os

estudantes de medicina já são

obrigados a fazer residência du-

rante três anos. Para os presiden-

tes das três entidades médicas

nacionais, mais importante do que

debater a instituição do exame de

ordem é discutir formação dos

médicos brasileiros.

Cursos de Medicina

Durante a audiência, a Comis-

são de Seguridade Social e Família

aprovou a sugestão do deputado

Dr. Rosinha (PT-PR) de criar uma

comissão integrada por parlamen-

Exame de medicina: entidades criticam

Edson Andrade (ao centro) e Eleuses Paiva durante audiência na Câmara dos Deputados

tares e representantes de entidades

de médicos para elaborar um

Projeto de Lei que regulamente a

abertura de novos cursos de Medi-

cina. Somente neste ano, segundo

o deputado, 18 novos cursos estão

sendo criados no Brasil.

Na opinião do presidente da

AMB, o problema está na prolife-

ração de cursos de Medicina no país.

“Nós nos posicionamos contra a

aprovação do projeto que institui o

exame. Esperamos que esta Casa

possa ampliar a discussão com um

projeto que impeça a abertura

indiscriminada de novas escolas”,

disse. “Infelizmente, o Executivo, o

Ministério da Educação tem se

mostrado extremamente incompe-

tente para fazer essa análise e tem

permitido a inclusão de médicos mal

formados no mercado de trabalho.”

O deputado Dr. Rosinha, inte-

grante da Comissão de Seguridade,

também é contra o exame para o

exercício da medicina. “O exame de

ordem somente vai eliminar aquele

que não passou na prova. Nós en-

tendemos que é preciso rever a

metodologia da formação e anali-

sar, inclusive, qual é o quadro pro-

fissional dessas faculdades. Há pro-

fissionais que têm o nome em dez

faculdades às vezes distantes 500

quilômetros uma da outra. Isso é

certeza de que não está dando aula.

Só está no catálogo de propaganda

da faculdade de medicina”, criticou.