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contudo,

que

contingenciamento

não

significa corte, apenas

limitação

temporária,

que

poderá

ser

flexibilizada

ou

não,

dependendo do comportamento das

receitas

no

decorrer

do

ano.

Todavia,

no

caso

da

saúde,

o

contingenciamento

é

preocupante,

porque sinaliza umdescumprimento do valor

mínimo estabelecido pela Constituição.

A

votação

da

regulamentação

da

Emenda Constitucional

29, de

2000,

foi um

dos

principais

compromissos

da

minha

candidatura a presidente da Câmara. Por

isso

mesmo,

desde

o

primeiro

momento,

a

prioridade

foi

construir

as

condições

que

possibilitassem

a

votação

da

matéria

da

melhor

forma

possível. No

último

dia

31

de

outubro,

exatos nove depois da posse,

tive

a

felicidade de presidir a aprovação da matéria

no

plenário

da

Câmara

dos

Deputados.

Concluímos

o

trabalho

com

antecedência,

dando

tempo

ao

Senado

para

que

debata

e

aprove

o

projeto

até

o

fim

do

ano. O

texto

aprovado

na

Câmara

garante

um

investimento

extraordinário

de

R$

24

bilhões

nos

próximos

quatro

anos

e

representa um acréscimo,

somente em 2008,

de R$ 4

bilhões. A

regulamentação

também

vai

permitir,

finalmente,

a

definição

do

que

pode

ser

considerado

como

gasto

em

saúde,

com

exclusão

de

despesas

-

como

o

pagamento

a

aposentados

-

dos

recursos

direcionados para a área.

As

entidades

médicas

de

longa

data

vêm

prestando relevantes serviçosnãoapenas à saúde

mas

também

à

democracia.

A

defesa

dos

interesses

dos

médicos,

em

regra,

tem

sido

conduzida

de

maneira

que

transcende

os

interessescorporativosexclusivos.Olançamento

da Agenda Parlamentar da Saúde Responsável,

como

indica o próprio nome, demonstra que os

representantes

dos

profissionais

da

Medicina

estão preocupados com o

setor

saúde como um

todo,

sem

contudo

perder

de

foco

a

defesa

da

própria

classe.

Iniciativas

como

essas

devem

E

a

regulamentação

da

Emenda

Constitucional 29?

No

início

de março,

as

entidades

médicas

nacionais

lançaram

a

Agenda Parlamentar

da Saúde

Responsável,

documento

que

reúne

projetos

importantes

ligados

à

área

médica

e

à

saúde

da

população.

O

que

o

senhor

pensa

da

iniciativa?

Entrevista

-

Arlindo Chinaglia

Novembro

| Dezembro

2007

Jornal

da

3

servir de referência paramuitos outros setores da

sociedade,

comprovando

que

é

possível

e

necessário

influir

sobre

a

atuação

do

poder

público

de

forma

organizada,

ativa

e

transparente.

É

apropriado

que

se

busque

essa

aproximação, porque é no Parlamento que se

tomam

decisões

importantes

para

o

país.

Então,

eu

defendo

essa

política. Acho

que

tem que

ser um

trabalho permanente e, mais

do

que

isso,

acho

que

as

entidades médicas

têm

que

se

aproximar

dos

movimentos

sociais,

do

movimento

sindical.

Sempre

defendi

que

os

médicos

façam

política

em

defesa da

saúde e em defesa do país. É muito

bem-vinda essa

iniciativa.

Dentre

os

médicos

que

se

elegem,

são

raros

aqueles

que

tiveram

militância

na

categoria.

Portanto,

eles

têm

compromissos

com

seu

público

principal,

com

sua

cidade,

com aquilo que chamamos de base de apoio.

Não

é

o

meu

caso.

Eu

fui

presidente

do

Sindicato

dos Médicos

por

duas

vezes,

fui

vice-presidente

da

Federação Nacional

dos

Médicos,

comecei

no

movimento

de

médicos

residentes. Apesar

dessa

trajetória,

acabei

me

afastando

por

dois

motivos:

primeiro,

todo

trabalho

que

eu

fiz

era

um

trabalho

coletivo,

de

diretorias,

e

então

foram-se

formando

vários

dirigentes

e

eu

deleguei.

Acho

que

errei

um

pouco

aí,

porque

deleguei

demais. Mas

toda

vez

que

era

necessário,

eles

telefonavam

e

eu

participava.

que

isso

também

acabou

provocando

um

afastamento,

porque

entraram

as

disputas

políticas. Depois,

tem

sobrecarga

de

trabalho,

porque

você

vira

deputado e acaba

tendo uma demanda que é

infinita,

porque

ninguém

faz

política

setorial. Você não

resolve a questão da

saúde

militando

na

saúde.

E

tem

o

último

Qual

a

sua

opinião

sobre

o

esforço

da

classe médica

em

aproximar-se

dos

parlamentares

e

do Executivo,

por meio

da Comissão

de Assuntos

Políticos AMB/ CFM?

Apesar

do

grande

número

de

médicos

eleitos

deputados,

nota-se

historicamente

um

afastamento

da

classe

durante

os mandatos. O

que

os médicos

brasileiros

podem

esperar

de

seu mandato

no

cargo

mais

importante

da Câmara?

aspecto,

que

é

a

responsabilidade

das

entidades. Nem

sempre

elas

estão

presentes

para

alertar,

para

orientar,

para

reivindicar.

Na Presidência da Câmara, o que os médicos

devem esperar de mim é a

seriedade no

trato

da

coisa

pública

e

dos

grandes

temas

de

interesse do país, e, em particular, um colega,

um

aliado

na

luta

por melhores

condições

para

o

exercício

da

profissão

e

em

defesa

da

qualidade do atendimento ao paciente.

Eu

defendo

um

critério

único,

pode

ser

formado

em

qualquer

parte

do

planeta.

Eu

acho que o país

tem que

ter

regras, porque o

que está em

jogo é a

saúde da população, é o

bom

atendimento.

Se

o médico

é

formado

em

Cuba,

então

ele

tem

que

ser

avaliado

aqui. Tem que

ter

a

revalidação do diploma.

Acho que temque ser umcritério

justo.

Ele

está

na

iminência

de

ser

votado

em

plenário. Vejo

grandes

possibilidades

de

ser

aprovado, não na

sua proposta

original, mas

comas modificações que ele acabou sofrendo

no

trâmite

na

Câmara,

quando

passou

a

tratar não

apenas

sobre

cursos de Medicina,

mas

do

ensino

em

toda

a

área

de

saúde. O

projeto está em regime de urgência e pode ser

votado a qualquer momento.

Sou

favorável. Essa é uma

luta que ajuda a

própria

organização

do

sistema

público

de

saúde. Acho,

inclusive, que deveria

ser

feito

esse

tipo

de

luta

junto

aos

Municípios,

porque

os

Estados

nem

sempre

querem

ter

gastos

continuados.

Porque

é

difícil

você

fazer uma pressão diretamente

sobre a União

ou

diretamente

no

estado.

Acho

que

a

carreira no SUS

tem que

incluir essa questão

municipal,

ou

seja,

reivindicar

junto

ao

Estado e tambémaosMunicípios.

Qual

o

seu

pensamento

a

respeito

do

acordo

do

governo

para

a

validação

automática

do

diploma

de

brasileiros

formados

em Cuba?

O

senhor

pediu

o

desarquivamento

do PL

65/03. Qual

a

situação

dos

trâmites

na Câmara? É

possível

que

seja

votado?

O

senhor

é

favorável

à

criação

do

Plano

de Carreira

e Salários

para

os médicos? Acha

que

isso

poderia

facilitar

a

tão

sonhada

interiorização?