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1

Editorial

A Emenda Constitucional 29 aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 31

de

outubro

resulta

insuficiente

e

se

apresenta

como

moeda

de

troca.

Os

recursos

terão

como

fonte

a

arrecadação da CPMF, que

também depende de

votação

favorável do Senado Federal para ser prorrogada. A saúde do cidadão

brasileiro é usada para chantagear os parlamentares,

forçando-os a aprovar a

CPMF. Uma

imoralidade.

Quatro bilhões não

representam acréscimo

relevante no orçamento da

saúde

de

2008

e

deixam

o

sistema

em

risco

de

iminente

colapso.

O

Brasil

permanecerá

sendo

um

dos

países

do

mundo

que

menos

investem

por

habitante em saúde.

A

Emenda

29

estabeleceu,

em

2000,

os

percentuais

de

investimentos

mínimos

das

três

esferas

governamentais:

federação,

estados

e municípios.

Determinou-se que a União deveria aplicar, no mesmo ano 2000, 5% a mais do

investido

em

1999

e

que

nos

anos

seguintes

o

valor

seria

corrigido

pela

variação

nominal

do

PIB.

Do

outro

lado,

os

estados

ficaram

obrigados

a

aplicar 12%da arrecadação de

impostos e os municípios, 15%.

Tratava-se de uma normativa

transitória que deveria vigorar apenas até 2004,

mas que ainda continuava valendo em virtude da não aprovação do projeto de

lei complementar

(PLP) 01/2003, de autoria do ex-deputado Roberto Gouveia

(PT-SP). Este PLP define

também as ações e serviços específicos da saúde, de

forma a acabar

com os

contumazes desvios de

recursos para outros

setores.

Determinava

ainda

à

União

que

destinasse

à

saúde

10%

de

suas

receitas

correntes brutas.

O

texto aprovado no dia 31 de outubro, um substitutivo de autoria do deputado

Guilherme

Menezes

(PT-BA),

muda,

entretanto,

o

texto

original

do

PLP

01/2003 no que

se

refere ao

repasse de 10% da

receita bruta da União e que

elevaria

já em 2008 o

investimento em saúde emmais de 20 bilhões. O projeto

modificado

estabelece,

a priori, que

o

sistema de

saúde

receberá

uma

verba

extra

de

R$

24

bilhões

em

quatro

anos,

sendo

R$

4

bilhões

em

2008,

R$

5

bilhões em2009, R$ 6 bilhões em2010 e R$ 9 bilhões em2011.

Resta-nos a

indignação pelo desrespeito que

se

tem pela

saúde dos cidadãos

de nosso país. Até quando seremos humilhados?

Novembro

| Dezembro

2007

Jornal

da

A

regulamentação

da

EC

29

e

a CPMF:

dupla

Tragédia