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Apoiar a criação de uma CPI para as empre-

sas intermediadoras de saúde e a elaboração de

legislação específica que regule a relação entre

operadoras e médicos foram algumas das pro-

postas aprovadas para o setor privado de saúde

durante o I Congresso Brasileiro e II Congresso

Paulista de Política Médica, realizados pela As-

sociação Médica Brasileira (AMB) e Associação

Paulista de Medicina (APM), com apoio dos

Conselhos Federal e Regional de Medicina e

Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo,

nos dias 17 e 18 de novembro, em São Paulo.

Segundo o presidente da AMB, Eleuses Pai-

va, a Lei nº 9.656/98, que regulamentou os planos

de saúde, não contemplou a relação entre empre-

sas e médicos. “É preciso disciplinar esse setor",

afirma. “Essa brecha na legislação permite que as

operadoras pressionem os médicos exigindo pro-

dutividade em detrimento ao bom atendimento".

Além das principais lideranças médicas de todo o

país, o evento reuniu autoridades governamentais

e representantes de órgãos públicos e privados,

buscando propostas e sugestões que visem apri-

morar a assistência médica brasileira. Na abertu-

ra do Congresso, o vice-governador de São Pau-

lo, Geraldo Alckmin, elogiou o comprometimen-

to das entidades médicas com o setor saúde.

“Essa preocupação das entidades e dos mé-

dicos é de extrema importância para a sociedade.

O governo do estado estará aberto a receber, na-

quilo que for inerente ao seu papel, todas as pro-

postas provenientes deste fórum", afirmou Alck-

min em seu discurso de abertura. O primeiro dia

do evento foi dedicado aos debates relacionados

ao setor privado de saúde, destacando-se as Cen-

trais e Departamentos de Convênios; modelos e

sistemas privados. O tema

Procedimentos médi-

cos: diretrizes e Lista de Procedimentos Médi-

cos

contou com a participação de João Bosco

Leopoldino, conselheiro do Conselho Adminis-

trativo de Defesa Econômica – Cade, que apre-

sentou o ponto de vista do órgão sobre a LPM.

“O Cade entende que não é aceitável qual-

quer tipo de tabela ou lista. O preços devem ser

estipulados de acordo com a livre concorrência",

afirmou Leopoldino em sua apresentação, forte-

mente contestada pelos debatedores e Plenária.

Ao final, prometeu levar os questionamentos e a

preocupação da classe médica aos demais con-

selheiros do Cade.

“Estamos sendo vítimas do rigor da lei",

afirmou Remaclo Fischer Jr., representante da

AMB no Conselho Federal de Medicina. “As

empresas têm seus direitos respeitados através

de suas tabelas, mas o Cade, no entanto, julga

que nós, médicos, não podemos nos organizar e

editar nossa própria lista de procedimentos. Isso

é incoerente", completou.

No último dia do evento, as discussões tive-

ram como tema principal o setor público de saú-

de, especialmente o financiamento e modelos

de assistência, com destaque para a proposta de

emenda constitucional conhecida como PEC da

Saúde, Programa Saúde da Família e hierarqui-

zação do serviço público. Participaram das dis-

cussões os deputados Arlindo Chinaglia e Edu-

ardo Jorge, um dos autores da PEC. Na opinião

do Diretor de Defesa Profissional da AMB,

Eduardo da Silva Vaz, o debate foi extrema-

mente importante porque o problema atinge

mais de 120 milhões de brasileiros.

“Discutimos todos os temas relevantes aos

profissionais da medicina e continuaremos ze-

lando pela preservação da dignidade do trabalho

médico e boa assistência à população”, afirmou

o presidente da APM, José Luiz Gomes do Ama-

ral. “Demos um importante passo na busca pelo

aprimoramento da assistência médica brasilei-

ra", disse Eleuses Vieira de Paiva. Para o

secretário da AMB, Amílcar Girón: “É preciso,

agora, a partir das propostas, contar não somen-

te com o apoio mas com o efetivo envolvimento

de todos aqueles que anseiam por um modelo

digno de assistência à nossa população”.

A

pol’tica mŽdica

em debate

11

Dezembro/2000

MEDICINA

CONSELHO FEDERAL

J A M B

e s p e c i a l

1. Divulgação, particularmente pelas entidades

nacionais, dos dados do IBGE referentes à

área da saúde. As entidades devem fazer

encartes/publicações para que os médicos

brasileiros acessem esses dados que são fun-

damentais e estão sendo disponibilizados pelo

próprio IBGE.

2. Programar fóruns de debates - nacionais e esta-

duais - com a presença de secretários estaduais e

municipais de saúde para debater e propor

soluções para os problemas do setor público.

3. Instrumentar tecnicamente os médicos, por

intermédio de suas entidades, para que te-

nham uma atuação mais presente e consis-

tente dentro dos Conselhos de Saúde.

4. Mobilizar a classe médica para estabelecer

estratégias e proposições de atuação no

processo de regulamentação da PEC.

5. Foi reconhecido o Programa Saúde da Família

como importante estratégia de assistência

médica. Para seu sucesso, faz-se necessário:

inseri-lo na estrutura do SUS, sem prejuízo

para o funcionamento das ações básicas nas

unidades já instaladas;

adotar, nesse sistema, uma política salarial e

de recursos humanos semelhante àquela dos

profissionais que atuam na rede básica de

saúde do SUS;

protegê-lo de influências políticas, ou seja,

os agentes comunitários e demais profissio-

nais envolvidos não podem desenvolver

atuação que possa ser caracterizada como

político-partidária;

fazer com que os profissionais que atuem no

Programa Saúde da Família tenham vínculo

de trabalho estável, de acordo com a legis-

lação vigente, junto ao Poder Público;

que o ingresso no Programa Saúde da Família

seja claro, transparente e unificado para todos

os profissionais, fundamentado em concurso

público, obedecida a legislação pertinente;

que seja assegurada a participação de profis-

sionais médicos nas coordenações estaduais

e municipais do Programa Saúde da Família.

6. Dar-se-á apoio à hierarquização da assistên-

cia médica pelo SUS, elemento essencial à

racionalização do uso dos recursos. Foi su-

gerido estimular a utilização dos hospitais

universitários como parte integrante desse sis-

tema, em nível terciário de atenção. Esses

hospitais, além de contarem com infra-estru-

tura e qualificação para atuação nesse nível,

constituem importante fator na formação de

recursos humanos para a área da saúde.

7. Apoiar-se-á a estratégia de implantação de

consórcios intermunicipais de saúde como

política integrada de assistência médica, pos-

sibilitando uma maior eficiência do sistema

de saúde, permitindo também a racionaliza-

ção dos recursos.

Os Congressos contaram com o apoio pu-

blicitário de BIC Graphic Brasil e Scheaffer;

Aché Laboratórios Farmacêuticos; Connectned

Oregon Administradora e Corretora de Seguros

Ltda. Icatu Hartford Seguros S/A e Cia.

Previdência do Sul - Previsul/Clube Médico.

1. Basear iniciativas em parcerias resultantes do es-

treitamento das relações da AMB/federadas com a so-

ciedade, notadamente com os organismos de defesa

do consumidor, com nossos representantes nas áreas

Legislativa e Executiva, com outras instituições na

área de saúde e outras entidades associativas.

2. Apoiar legislação destinada a impedir a criação

de novas escolas médicas.

3. Aprovar a criação de uma CPI de planos de

saúde.

4. Aprimorar a regulamentação dos planos de saú-

de, contemplando a relação entre empresas e prestado-

res de serviços, especificamente o médico e os proces-

sos envolvidos no credenciamento ou descredencia-

mento deste profissional.

5. Envolver a Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar na relação entre empresas e prestadores de ser-

viço, também especificamente o médico.

6. Implantar a Lista de Procedimentos

Médicos/2000, buscando amparo em legislação

específica.

7. Manter aberto diálogo com o Conselho Adminis-

trativo de Defesa Econômica – Cade, municiando-o

das informações necessárias para a efetiva compreen-

são dos problemas existentes no mercado na área da

saúde.

8. Concentrar esforços no desenvolvimento e apli-

cação das diretrizes de procedimentos médicos.

9. Fortalecer os Departamentos/Centrais de Convê-

nios, estruturando-os em conformidade com as reali-

dades regionais, estimulando iniciativas como o Livro

Regional de Saúde e outras.

10. Fortalecer o cooperativismo ético, entendendo

que neste esforço está compreendida a ampliação da

participação da classe médica neste modelo de assis-

tência.

11. Em todas as iniciativas não será abandonado o

objetivo fundamental a ser alcançado, que é o creden-

ciamento universal, garantia da liberdade de escolha.

PROPOSTAS FINAIS APROVADAS

PARA O SETOR PRIVADO DE SAÚDE

PROPOSTAS FINAIS APROVADAS

PARA O SETOR PÚBLICO DE SAÚDE

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