MAIO/JUNHO 2009
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às comunidades. “Antes de a viagem
acontecer, os agentes de saúde do
Disei são treinados para fazer uma
triagem inicial dos pacientes. Quan-
do chegamos, a equipe médica faz a
seleção final”, diz Uldesman.
Os pacientes são recebidos aos
poucos. “Cada dia chega um barco,
as pessoas são atendidas, ficam no
pós-operatório e partem. Essa dinâ-
mica é feita para não afetar os habi-
tantes do lugar”, diz Márcia.
O foco do projeto são as cirur-
gias, apesar da realização de peque-
nos atendimentos. “Quando os
indígenas saem da aldeia para o
procedimento, eles levam a família
toda. Durante a operação, também
damos atendimento aos outros inte-
grantes da família”, diz Márcia. As
especialidades oferecidas são: oftal-
mologia, cirurgia geral, ortopedia,
pediatria, ginecologia e medicina
de família. As cirurgias de hérnia e
cataratas são as mais frequentes. Os
procedimentos realizados são rela-
tivamente simples. “Não fazemos
nada complexo devido aos riscos de
complicações pós-operatórias”, diz
Uldesman.
Márcia relata que a parte admi-
nistrativa e de logística são dois
pontos que precisam ser melhorados.
“O que nós mais precisamos é de um
parceiro que nos ajude a profissiona-
lizar essa parte, que é fundamental
para o nosso crescimento”.
José Luiz Gomes do Amaral,
anestesiologista e presidente da
AMB, participou da 13ª expedição
da ONG, que aconteceu entre os dias
17 e 26 de abril, na comunidade de
Novo Paraíso, Alto Solimões (AM).
Na ocasião, foram realizadas 286
cirurgias e 1.391 atendimentos.
“Foi uma experiência enriquece-
dora, que também comprovou que é
possível interiorizar a medicina. A
exemplo do que fazem essas ONGs,
com um trabalho sério podemos
levar medicina de qualidade feita por
médicos com q ualidade até essas
regiões carentes. Basta apenas vonta-
de política”, sentencia Amaral.
Pacientes passam por triagem
Realização de exames pré-operatórios
A espera para a cirurgia