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MAIO/JUNHO 2009

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e o zanamivir, este último não

disponibilizado no Brasil.

Há vacina? A vacina comum

serve como proteção?

Não. A vacina comum, disponível

no momento, protege apenas contra

a gripe sazonal, comum nesta época

do ano.

O que se deve fazer para evitar a

doença?

Vou citar alguns exemplos de

cuidados para a prevenção

e controle de doenças de

transmissão respiratória em geral

e especialmente para esta gripe:

lavar as mãos com água e sabão

(depois de tossir ou espirrar;

depois de usar o banheiro, antes

de comer, antes de tocar os olhos,

boca e nariz); evitar tocar os

olhos, nariz ou boca após contato

com superfícies; usar lenço de

papel descartável; proteger com

lenços a boca e nariz ao tossir

ou espirrar, evitar aglomerações

e ambientes fechados (deve-se

manter os ambientes ventilados);

é importante que o ambiente

doméstico seja arejado e receba

a luz solar, pois estas medidas

ajudam a eliminar os possíveis

agentes das infecções respiratórias;

hábitos saudáveis, como

alimentação balanceada, ingestão

de líquidos e atividade física.

Quais as recomendações

para quem viaja para países

infectados?

Aos viajantes que se destinam

aos países afetados, seguir

rigorosamente as recomendações

das autoridades sanitárias locais, e

ainda: ao tossir ou espirrar, cobrir

o nariz e a boca com um lenço,

preferencialmente descartável;

evitar locais com aglomeração

de pessoas; evitar o contato

direto com pessoas doentes; não

compartilhar alimentos, copos,

toalhas e objetos de uso pessoal;

evitar tocar olhos, nariz ou boca;

lavar as mãos frequentemente com

água e sabão, especialmente depois

de tossir ou espirrar; em caso de

adoecimento, procurar assistência

médica e informar história de

contato com doentes e roteiro de

viagens recentes a esses países; não

usar medicamentos sem orientação

médica.

As máscaras protegem? Para

quais casos é recomendada?

As mascaras cirúrgicas não

possuem nenhum efeito

demonstrado de proteção ao

cidadão comum em ambiente

público ou aberto. Devem ser

utilizadas por pessoas que

apresentam os sintomas e por

profissionais envolvidos no

atendimento e na inspeção dos

meios de transporte nos quais

essas pessoas se encontravam. No

nível de alerta internacional de

número 5, a OMS não recomenda

o uso de máscaras por pessoas

saudáveis. Os profissionais de

saúde devem utilizar máscara de

proteção respiratória que apresenta

eficácia mínima de filtração de

95% das partículas dispersas

(máscaras do tipo N95, N99,

N100, PFF2 ou PFF3), quando

entrarem em quarto de paciente

com diagnóstico ou suspeita de

infecção pelo vírus influenza

A/H1N1; estiver trabalhando a

distância inferior a um metro

do paciente com diagnóstico ou

suspeita do vírus influenza A/

H1N1; atuar em procedimentos

com risco de geração de aerossol.

Exemplos: entubação, aspiração

nasofaríngea, cuidados em

traqueostomia, fisioterapia

respiratória, broncoscopia, autópsia

envolvendo tecido pulmonar e

coleta de espécime clínico para

diagnóstico etiológico da influenza.

Os procedimentos com geração

de aerossol devem ser realizados

apenas em áreas restritas, sem a

presença de outros pacientes e com

equipe de saúde reduzida.

Há risco de pandemia?

Sim e os próximos dias serão

fundamentais para essa conclusão.

A OMS já declarou alerta 5, ou seja,

risco iminente de pandemia.

O Brasil está preparado para

enfrentá-la?

As medidas anunciadas até

o momento estão de acordo

com normas internacionais e

demonstram que o nosso país

está aparentemente preparado

para enfrentar essa epidemia.

Apesar de neste momento já ter

sido diagnosticado mais de um

caso de transmissão autóctone,

não podemos dizer que o país não

está preparado. Claro que se essa

epidemia adquirir proporções

maiores que o esperado, poderemos

ter dificuldades em alguns locais.

As ações adotadas pelo

Ministério da Saúde são

eficazes?

As medidas adotadas pelo

Ministério da Saúde estão

sendo eficazes, até o momento,

visto que os casos suspeitos

foram identificados em tempo

e monitorados de acordo com o

esperado. Embora estas medidas

adotadas tenham sido eficazes

o estado de alerta continua e

em nenhum momento podemos

ou devemos imaginar que é o

suficiente.

A reação da OMS ao surto da

nova gripe foi exagerada?

Não. Não há exagero em medidas

tomadas frente a um novo

agente infeccioso com potencial

de disseminação rápida e com

patogenicidade desconhecida até

então.