MAI/JUN DE 2005
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CURSO DE DIRETRIZES
Nos dias 13 e 14 de maio, médicos
da Federação Brasileira das Associa-
ções de Ginecologia e Obstetrícia par-
ticiparam do curso “A Prática Clínica
Baseada em Evidências e Centrada no
Paciente”, ministrado pelos coordena-
dores do Projeto Diretrizes Associação
Médica Brasileira / Conselho Federal
de Medicina, Moacyr Cuce Nobre e
Wanderley Marques Bernardo, na sede
da Associação Médica Brasileira, em
São Paulo. Durante as aulas, os pro-
fissionais receberam orientações para
elaborar diretrizes na sua especiali-
dade. Grupos de elaboradores de dire-
trizes interessados em se inscrever para
os próximos cursos podem entrar em
contato com Luciane pelo telefone
(11) 3178-6800, ramais 117 e 118, ou
pelo e-mail
cursosmbe@amb.org.br.Com o objetivo de debater a imple-
mentação de diretrizes médicas nos cuidados
aos pacientes, a AMB, o Conselho Federal
de Medicina (CFM) e o Ministério da Saúde
promoveram, no dia 28 de abril, na sede do
CFM, em Brasília, o Fórum “Diretrizes
Clínicas e o Sistema de Saúde no Brasil” (foto
acima). No evento, que contou com a partici-
pação de representantes da OPAS (Organiza-
ção Pan-Americana da Saúde - OMS), Agên-
cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), também foi lançado o 3º volume
do Projeto Diretrizes AMB/CFM, contendo
40 novas diretrizes (relação abaixo).
O evento debateu sobretudo o aspecto de
implementação do Projeto Diretrizes, um
Informações padronizadas
terão amplo debate
O 1º secretário daAMB, Aldemir Humberto
Soares, entregou pessoalmente ao diretor-pre-
sidente da Agência Nacional de Saúde Suple-
mentar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, e à
gerente geral de Integração com o Sistema
Único de Saúde, Jussara Macedo Pinho Rötzsch,
uma carta reforçando a posição da entidade
sobre a proposta de Resolução Normativa
que define um padrão essencial para a troca de
informações entre os prestadores de serviço e
as operadoras de planos de saúde.
Assinado pela diretoria da AMB e pelas
57 Sociedades de Especialidade que compõem
seu Conselho Científico, o documento reitera
que a complexidade dos formulários propostos
a serem preenchidos pelos médicos torna a
proposta inaceitável. Os prestadores de serviço
também criticam a imposição de programas de
informática e a multa de R$ 5.000,00 por dia a
ser aplicada em caso de eventual descum-
primento das determinações.
Outra ressalva é que a multiplicidade de
códigos e tabelas de operadoras deveria ser
solucionada pela implantação da Classificação
Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos (CBHPM) antes de qualquer proposta
de unificação do sistema de informações.
Mesmo considerando um avanço a intenção do
governo de desburocratizar o setor, a AMB e as
Sociedades de Especialidade solicitaram àANS
que a Resolução Normativa não seja editada
sem que haja um amplo entendimento, buscan-
do adequá-la à realidade atual dos prestadores
de serviço. Essa posição já havia sido expres-
sada durante a consulta pública à proposta
encerrada em 13 de abril, data do encontro
entre o 1º secretário daAMB e os representantes
da ANS, no Rio de Janeiro.
Como resposta, o 1º secretário da AMB
recebeu da ANS a garantia de que irá analisar
as críticas e sugestões recebidas sobre a pro-
posta de padronização do sistema de troca de
informações e, em breve, convocará os repre-
sentantes de todas as partes que tenham se
manifestado para a reunião de consolidação do
texto final da Resolução Normativa.
Lançadas 40 novas diretrizes
conjunto de recomendações desenvolvidas
com base em estudos científicos, destinado a
apoiar o médico na tomada de decisões clíni-
cas. A primeira mesa-redonda, “Diretrizes e
Prática Clínica”, discorreu basicamente
sobre o processo de elaboração de diretrizes.
Os assessores técnicos do projeto, Wanderley
Bernardo e Moacyr Nobre, apresentaram a
metodologia empregada, enquanto que os
presidentes da AMB e CFM, Eleuses Paiva e
EdsonAndrade, abordaram, respectivamente,
os temas “Autonomia Médica” e “Médicos e
Conflitos de Interesse”.
Outro ponto de destaque do Fórum foi a
apresentação sobre a experiência interna-
cional na utilização das diretrizes clínicas,
apresentada por Wanderley Bernardo, em
substituição a Julio Manuel Suarez, da OPAS.
A segunda mesa-redonda do programa,
“Diretrizes e a Gestão do Sistema”, coorde-
nada pelo 1º secretário da AMB, Aldemir
Humberto Soares, teve as presenças de Jorge
Solla, secretário de Atenção à Saúde do
Ministério da Saúde, Gilson Kalleman,
representando aANS e Cláudio Maierovitch,
presidente da Anvisa, além de Helvécio
Magalhães, secretário municipal de saúde
de Belo Horizonte, e Alba Valéria Fleury, do
grupo Unidas, como debatedores.
Terceiro volume
O Fórum se encerrou com o lançamento
do 3º volume do Projeto Diretrizes da AMB e
CFM, contendo 40 novas diretrizes, com reco-
mendações para a prevenção, diagnóstico e
tratamento de situações clínicas distintas. Este
volume acrescenta 40 novas diretrizes às 80
já lançadas desde o ano de 2000. Este conjun-
to de diretrizes permite que os médicos, tanto
da rede pública quanto da privada, possam, a
partir de então, utilizar-se de procedimentos e
diagnósticos cientificamente eficazes.
O projeto é realizado de forma absoluta-
mente isenta, sem qualquer patrocínio ou
participação de laboratórios ou da indústria
de equipamentos.As diretrizes já lançadas são
atualizadas constantemente e estão disponí-
veis nos portais da AMB
(www.projetodiretrizes.org.br) e do CFM
(www.portalmedico.org.br). A seguir, a relação das novas
diretrizes constantes no terceiro volume.
Relação das novas diretrizes
Diretriz
Sociedade de Especialidade
Alergias: imunoterapia específica
Soc. Bras. de Alergia e Imunopatologia
Intubação traqueal difícil
Soc. Bras. de Anestesiologia
Diabetes mellitus: uso de ácido acetilsalicílico (aas)
Hipogonadismo masculino tardio ou (andropausa): diagnóstico
Hipogonadismo masculino tardio ou (andropausa): tratamento
Soc. Bras. de Endocrinologia e Metabologia
Sobrepeso e obesidade: diagnóstico
Tireóide, doenças da: utilização dos testes diagnósticos
Hemorragias digestivas
Refluxo gastroesofágico: diagnóstico e tratamento
Federação Brasileira de Gastroenterologia
Úlcera péptica
Genética médica: teste laboratorial para diagnóstico de doenças sintomáticas
Soc. Bras. de Genética Clínica
Miomatose uterina
Fed. Bras. das Ass. de Ginecologia e Obstetrícia
Papilomavirus: diagnóstico e tratamento
Hanseníase: episódios reacionais
Soc. Bras. de Hansenologia
Soc. Bras. de Dermatologia
Hanseníase: diagnóstico e tratamento em Neuropatia
Soc. Bras. de Hansenologia
Academia Brasileira de Neurologia
Soc. Bras. de Neurofisiologia Clínica
Cistites em situações especiais: tratamento
Soc. Bras. de Infectologia
Infecção do trato urinário alto de origem comunitária e hospitalar: tratamento
Infecções do trato urinário não complicadas: tratamento
Soc. Bras. de Urologia
Infecções do trato urinário: diagnóstico
Avaliação de condutores e candidatos a condutores de veículos automotores portadores de epilepsia
Diabetes mellitus e risco na direção veicular
Assoc. Bras. de Medicina de Tráfego
Uso do cinto de segurança durante a gravidez
Traumatismo craniencefálico moderado e grave por ferimento por projétil de arma de fogo:
Soc. Bras. de Neurocirurgia
diagnóstico e conduta
Catarata: diagnóstico e tratamento
Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Vacina conjugada contra – neisseria
Meningitidis sorogrupo c
Vacina contra – caxumba
Vacina contra – hepatite b
Vacina contra – raiva humana
Vacina contra – rubéola
Soc. Bras. de Pediatria
Vacina contra – varicela-zoster
Vacina dupla (DT ou dT) contra difteria e tétano
Vacina tríplice (DTP) contra difteria/tétano/coqueluche
Vacina tríplice (DTP acelular) contra difteria/tétano/coqueluche
Artrite reumatóide: diagnóstico e tratamento
Espondiloartropatias: espondilite anquilosante e artrite psoriásica
Espondiloartropatias: outras artropatias
Fibromialgia
Soc. Bras. de Reumatologia
Lúpus eritematoso sistêmico: tratamento do acometimento cutâneo/articular
Lúpus eritematoso sistêmico: tratamento do acometimento sistêmico
Osteoartrite (artrose): tratamento