JULHO/AGOSTO 2012
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Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira
Nossos desafios
palavra
DO PRESIDENTE
A AMB continua bastante ativa na busca do melhor conteúdo científico e da
inarredável defesa profissional do médico. Os desafios avolumam-se, mas a garra
pelas lutas coletivas não nos esmorece. Agigantam-se os que defendem mais médi-
cos (a AMB quer médicos com qualidade), os que teimam em não proporcionar
boas condições de trabalho e remuneração digna pelo nosso trabalho (a remune-
ração no SUS é ridícula para a maioria dos procedimentos, as operadoras de saúde
continuam pagando mal).
Sabemos que o SUS padece de alguns males (má gestão, corrupção, etc.), mas o
principal deles é o subfinanciamento, que em relação ao Governo Federal é ainda
pior, pois ao longo dos últimos anos a União tem se desonerado da saúde, quando
comparada a Estados e Municípios. Daí, nossa desfraldada bandeira na luta por
mais recursos para a saúde pública. Está em pleno sucesso a coleta de assinaturas
em todo o Brasil para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, com apoio de dezenas
de entidades médicas e não médicas, visando que a União coloque na saúde pública
pelo menos 10% da receita corrente bruta. Não podemos aceitar que o Governo
Federal, que é quem mais arrecada em impostos/tributos, não aumente substan-
cialmente as verbas para o SUS.
Continuamos investindo pesadamente na defesa da boa formação médica. Para
isso, lançamos recentemente um novo Projeto para Educação Médica Continuada,
em parceria com o British Medical Journal Learning (BMJ Learning), através da
MSD, quando em 18 de outubro próximo deveremos lançar mais de 150 cursos à
distância, com o propósito de chegar rapidamente a 500 nas diferentes especia-
lidades médicas, em português e acessados gratuitamente pelo nosso portal na
internet. Todos esses cursos, validados por nós e certificados para pontuação na
Comissão Nacional de Acreditação, facilitarão e incentivarão a atualização profis-
sional, tão importante para nós e para o sucesso na relação com nossos pacientes.
Temos incentivado o desempenho ético da nossa profissão por meio da boa
formação, da transparência, da busca do melhor para todos, especialmente dos
pacientes, motivo maior da nossa existência como médicos. Importante pensar-
mos no custo da saúde, no nosso trabalho através de diretrizes, guidelines, na
necessidade de sabermos negociar bem todos os nossos interesses, sempre foca-
dos no ganha-ganha, no bem coletivo, na boa prática médica, acompanhada por
indicadores não somente de produtividade, mas também de qualidade. A gestão
profissionalizada é nosso desejo, trazendo uma saúde mais digna para todos os
brasileiros.
Vamos juntos buscar melhorias. Nosso trabalho tem valor!