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JULHO/AGOSTO 2012

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Balões pretos em São Paulo em sinal de protesto

MP 568

Mobilizaçãomédica fez governo recuar

Após mobilização nacional da categoria médi-

ca contra artigos pontuais da medida provisória nº

568/12, que reduziam até 50% do salário dos médicos

de serviços públicos federais, a ministra de Relações

Institucionais, Ideli Salvatti, concordou que houve um

“erro” na edição da medida, o que

provocou a redução dos salários.

“O Ministério do Planeja-

mento reconhece o erro na MP e

vamos corrigi-lo. A ideia é fazer

o deslocamento dos médicos para

uma tabela específica”, disse a

ministra.

No dia 13 de junho, um dia

após as manifestações da categoria

nas principais capitais do país, o

relator da matéria, senador Eduar-

do Braga, apresentou emenda à

medida, atendendo às principais

reivindicações dos médicos refe-

rentes à remuneração, jornada de

trabalho, insalubridade e pericu-

losidade.

O texto foi fruto de vários

acordos entre as entidades médi-

cas, parlamentares e Ministério do

Planejamento e retira os prejuízos

anteriormente previstos. O novo parecer foi aprova-

do por unanimidade na Comissão Mista do Congres-

so Nacional e também nos plenários da Câmara e do

Senado.

Após protestos e ameaça de paralisação nos atendimentos, governo admitiu erro

na MP que reduzia 50% dos salários de médicos do serviço federal

PROTESTO NACIONAL

No dia 12 de junho, médicos de hospitais federais, incluin-

do os universitários, de dez estados do país realizaram protes-

to nacional contra a Medida Provisória 568/12, que previa

uma alteração na jornada de trabalho e na remuneração dos

profissionais da saúde, cuja perda sala-

rial dos médicos poderia chegar a 50%.

A MP afetaria mais de 42.000 médi-

cos do Ministério da Saúde e 7.000 do

Ministério da Educação. A reivindica-

ção era pela retirada dos artigos 42 e

47, que previam as alterações salariais.

Os movimentos aconteceram simul-

taneamente nos estados da Bahia,

Pernambuco, Maranhão, Ceará, Pará e

São Paulo. No Distrito Federal, Rio de

Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Sergipe,

Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba

e Pernambuco apenas as urgências e

emergências foram atendidas.

“Nunca ocorreu uma manifesta-

ção tão forte da classe médica em rela-

ção a uma atitude do governo. Esta-

mos acostumados a debater aumentos

salariais e, agora, temos de lutar

contra uma medida provisória que

pode reduzir pela metade os nossos

vencimentos. A medida é discrimina-

tória, complexa e foi propositadamente feita dessa maneira

para impedir a discussão. Não aceitamos essas práticas”,

explicou Florisval Meinão, presidente da Associação Paulis-

ta de Medicina, durante protesto na capital paulista.

As mudanças na MP aprovadas na Comissão Mista

■ Cria tabelas de remuneração específicas para jornadas de 20 ou 40 horas.

■ Reconhece a jornada de 20 h/semanais e a possibilidade de contrato de trabalho de 40 horas, em que o vencimento

básico dobra de valor.

■ Reestabelece a lei 9.436/97, a qual permite a jornada dupla de trabalho.

■ Supressão dos dispositivos que criam a Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada.

■ Retira o artigo sobre insalubridade e periculosidade, que determinava valores fixos. Com isso, fica mantido o pa-

gamento desses benefícios com base em um percentual do vencimento básico, como já era garantido antes da MP.

Fonte: Fenam