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JAMB

JANEIRO/FEVEREIRO DE 2003

5

CETRUS

FILME NOVO

mbora não constasse da pau-

ta das discussões, o informe

publicitário do Conselho

Regional de Enfermagem de São Pau-

lo (Coren-SP), publicado na edição

do dia 20 de fevereiro no jornal

Folha de S.Paulo, por se tratar de

assunto relevante, acabou sendo o

assunto de maior destaque nas reu-

niões de Diretoria Plena e Conselho

Deliberativo, realizadas nos dias 20

e 21 de fevereiro, em Fortaleza.

Em resposta à nota, as entidades

médicas nacionais – AMB, CFM,

Fenam e CMB – publicaram no mes-

mo jornal um esclarecimento à popu-

lação alertando para os riscos da

decisão tomada pelo Conselho Fede-

ral de Enfermagem: “arbitrária e ile-

gal ao atribuir aos enfermeiros o ato

de requisitar exames, realizar diag-

nóstico e prescrever medicamentos,

independentemente de orientação e

prescrição médica”, relata um dos

parágrafos do esclarecimento.

“Pessoas não formadas, portanto

não capacitadas, não têm condições

de oferecer assistência de qualidade

à população. É um risco considerá-

vel, e nós médicos, que temos o

dever de zelar pela saúde da socieda-

de, não podemos aceitar que isso

ocorra”, afirmou o presidente da

Associação Médica Brasileira,

Eleuses Paiva.

A legislação é clara: os profissio-

nais de enfermagem podem, apenas

na condição de integrantes da equipe

de saúde, atuar em ações previamen-

te estabelecidas nos programas de

saúde pública.

“Mas não é isso que consta na

resolução”, afirmou Lívia Garção,

presidente em exercício do Con-

selho Federal de Medicina durante

a reunião. “O Cofen aproveitou-se

do direito cedido pelo poder públi-

co para ampliar sua área de atua-

ção”, completou.

Para o diretor de Defesa Profis-

sional da Associação Médica Brasi-

leira, Eduardo Vaz, a “invasão” por

parte de outros profissionais do

setor de saúde na medicina necessi-

ta ser veementemente combatida

pelas entidades médicas.

“Tradicionalmente as áreas da

Ginecologia e Pediatria são as que

mais sofrem esse tipo de interferên-

cia. Ao longo do tempo, no entanto,

muitas outras vêm avançando no sen-

tido de ocupar espaços que são ex-

clusivos dos médicos. Neste caso do

Coren é preciso uma avaliação jurí-

dica, porém não há dúvida que estão

extrapolando suas funções”, garante.

Também a Radiologia sofreu pro-

blema parecido nos anos 80, quando

foi criada a função de técnico de

raios x, com poderes idênticos aos

médicos para a produção de laudos.

“Na época lutamos sozinhos, pois

não havia essa unidade existente hoje”,

lembra Aldemir Soares, presidente do

Colégio Brasileiro de Radiologia e

Diagnóstico por Imagem. “É preciso,

no entanto, saber sustentá-la e quando

qualquer especialidade for atingida,

deve haver uma resposta idêntica a que

ocorre com a enfermagem”, completa.

O assunto serviu também para

multiplicar as opiniões sobre a neces-

sidade da aprovação do projeto de lei

que regulamenta o Ato Médico,

proposto pelo Conselho Federal de

Medicina e que tramita no Senado

Federal. Segundo Lívia Garção, o

Conselho Federal de Medicina vem

recebendo apoio oficial de outras

entidades ligadas ao setor de saúde,

como a odontologia, por exemplo.

“A única maneira de evitar que

Enfermagem é contestada

Entidades médicas decidem contestar resolução do Conselho de Enfermagem

Diretoria Plena: discussões sobre a resolução do Cofen

problemas como o da enfermagem

ocorram é a aprovação da Lei do Ato

Médico, que especifica claramente o

campo de atuação do médico”, defen-

de Roberto D’Avila, corregedor do

CFM. “Para isso, o Conselho Fede-

ral de Medicina está preparando uma

campanha de esclarecimento voltada

à população e aos parlamentares

sobre a sua importância”, completa.

Durante o encontro, o presidente

Eleuses Paiva apresentou aos direto-

res e vice-presidentes o programa de

metas “AMB 2003”, dos quais soli-

citou disponibilidade em suas respec-

tivas áreas de atuação. O programa

“AMB 2003” é composto por 11 itens

e condensa ações da entidade no

relacionamento geral com a socieda-

de e as atividades do médico.

Alfredo Cordeiro

ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO BRASILEIRA