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“Tínhamos uma freguesia mais ou

menos certa para visitar”, comenta

Costa Filho. Vida de estudante.

A vida de estudante também

contribuiu para a formação musical

de Luiz Enrique Carvalho Degrazia,

cirurgião plástico,mas bemantes da

escola de medicina, ainda no giná-

sio, em Uruguaiana, em uma escola

marista. Encantava-se com as músi-

cas italianas que os irmãos maristas

levavam e começou a cantá-las. Sua

voz logo foi percebida, e Degrazia

recebeu convite para, aos 15 anos de

idade, apresentar-se com um colega

que o acompanhava na gaita de boca

emuma festividade da Prefeitura na

praça da cidade. O diretor da escola,

Irmão Arlindo, musicista, reformou

inteiramente um piano de cauda e

conseguiu levar para a cidade uma

bisneta de Franz Liszt para a inaugu-

ração do instrumento. Com esse fei-

to, iniciou o coral da escola, do qual

Degrazia passou a fazer parte.

Daí em diante não parou mais

de estudar música. Em Porto Ale-

gre, estudou no Instituto Artístico

Musical, enquanto fazia o científico.

Quando se mudou para Santa Ma-

ria, onde fez medicina, continuou os

estudos de música com uma profes-

sora local. Para fazer cirurgia plásti-

ca, foi para o Hospital das Clínicas

de São Paulo, onde teve oportuni-

dade de conviver com grandes mes-

tres da cirurgia, única época emque

abandonou o estudo do canto. No

entanto, apresentava-se em boates

da capital paulista, em congressos e

eventos do próprio hospital.

No retorno a Porto Alegre, já

como cirurgião plástico, encontrou

tempo para retomar a educação mu-

sical, desta vez na escola da Orques-

tra Sinfônica de Porto Alegre, onde se

apresentou por diversas vezes. Poste-

riormente, fez parte do grupo de can-

to lírico da Amrigs e,mais tarde, com

outros componentes desse grupo,

iniciou o Médicos & Música. Gosta

de interpretar melodias de Noel Rosa,

Chico Buarque e Lupicínio Rodrigues,

além de tangos e boleros. Tem uma

queda especial, porém, pelas compo-

sições de Villa-Lobos, em função de

sua formaçãomais clássica.

Com uma formação mais po-

pular, filho de boêmio e músico

amador (compositor, violonista e

cantor), que frequentava grupos de

Lupicínio Rodrigues, Silvio Caldas

e Orlando Silva, Régis Nunes Coe-

lho, com 6 anos de idade, já canta-

va em festas às quais o pai o levava.

Aprendeu violão e criou diversos

grupos de roda de samba. Esse in-

centivo do pai estendeu-se para

toda a família: a irmã canta na noi-

te porto-alegrense, o irmão é com-

positor e violonista e um sobrinho

formou-se em música na UFRGS e

está concluindo mestrado.

Desde os 12 anos, Régis se apre-

sentava em rádios locais e participou

de diversos

shows

de músicos impor-

tantes do cenário nacional que foram

a Porto Alegre, como Cauby Peixoto e

Luiz Vieira. “Se tirasse a medicina, eu

me defenderia bem com a música”,

graceja o médico, que trabalha na

emergência do Hospital Conceição

há cerca de 35 anos.

Aceitou o desafio da produção de

umbailedo JockeyClubdoRioGrande

do Sul de cantar uma música na apre-

sentação de Cauby Peixoto, grande es-

trela da festividade. Régis foi apresen-

tado ao cantor antes do

show

, como

uma “prata da casa”, quando Cauby

perguntou quemúsica ele gostaria de

cantar. O doutor mostrou-se atrevido,

respondeu:

“Conceição”

. Surpreso, o

cantor respondeu que aquela música

era sua melhor interpretação e que

Médicos & música

O grupo em apresentação do

show O Samba na Época de Ouro da MBP

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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRO-NOVEMBRO/DEZEMBRO

2016