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escolheria outra música para Régis. E

elegeu

Nunca

, de Lupicínio Rodrigues.

Ele foi tão aplaudido que Cauby lhe

cedeu espaço para mais quatro mú-

sicas e pôs-se a assisti-lo. No final, o

renomado artista o cumprimentou,

elogiando sua formade cantar.

Também desde pequena, Lídia

Beatriz Sá, nefrologista, tinha uma

verdadeira atração pela música.

Fugia de casa com seu acordeom,

para tocar e cantar, e sua mãe cor-

ria para descobrir onde a menina

estava. Ouvia discos do pai, de gran-

des intérpretes da época, e cantava

no coral da igreja, quando estudou

música lírica. Sempre que aparecia

um circo na cidade de Herval do Sul,

sua cidade natal, lá ia ela conhecer

os itinerantes e se apresentar.

Na adolescência, interagiu com

futuros expoentes da música na-

cional. Fazia rodinhas de música

na praia do Laranjal, na cidade de

Pelotas, com Kleiton e Kledir, ainda

garotos e longe de imaginarem que

a música seria o seu grande futuro.

Já em Porto Alegre, formada,

voltou a tocar com outros dois médi-

cos (Marco Aurélio e Marco Antônio

Lucho) e formou o Terapia Musical,

ela no teclado e eles nos sopros (sax

e trompete). Também se apresen-

tava sozinha em uma casa noturna

de Porto Alegre, o Tívoli. Na sequên-

cia, conheceu o Médicos & Música e,

convidada, começou a participar.

Hoje, além da intensa atividade

médica, estuda piano. Em seu reper-

tório, gosta de autores mais antigos,

“com mais conteúdo nas letras e na

harmonia”. Diferente do seu costume,

recebeu de Bernadete, para o

show

Samba na Época de Ouro do Rádio

, o

papel de interpretar Carmen Miran-

da em trêsmúsicas. Teve que recorrer

à pesquisa com discos antigos, tele-

visão e internet. Foi um desafio, pois

não tinha intimidade nem com o

repertório e nem com a vida e perso-

nalidade da cantora. O resultado foi

de qualidade, incluindo até vestuário

típico da homenageada. “Agradeço à

Bernadete, pois ela sabe ver as pes-

soas epercebeuque,apesar deminha

formação, eu poderia interpretá-la”,

comenta Beatriz, que viu nesse episó-

dio ummomento de superação.

Bernadete, desde a pré-adoles-

cência, tinha a habilidade de se unir

a pessoas para fazer a música acon-

tecer. Em Passo Fundo, no interior do

Rio Grande do Sul, morava em uma

casa com mais cinco crianças, entre

irmãos e primos. Os mais jovens, en-

tre eles Bernadete, formaram um

quarteto de música popular. Em fren-

te à sua casa, havia uma escola com

freiras, que sua mãe sempre ajudava

para as obras beneficentes. A primei-

ra música que Bernadete aprendeu,

inclusive, foi ensinada por uma das

religiosas. A madre superiora da enti-

dade descobriu o quarteto e solicitou

aosmembros que a acompanhassem

na visitação de busca de donativos

pela cidade. Eles achavam isso mui-

to divertido. Bernadete ouvia rádio e

discos para copiar as letras das músi-

cas e ensaiarem.E faziambonito,com

pequenos arranjos do grupo, haven-

do inclusive a segunda voz.

Bernadete brinca que, de tanto

copiar as letras correndo para acom-

panhar o rádio, ficou com a letra

ruim. “Assim, a única coisa que eu

podia fazer era ser médica”, graceja.

Desde aquele tempo em Passo

Fundo houve apenas dois momentos

em que se afastou um pouco da mú-

sica: no período da residência e quan-

do os filhos eram pequenos. Mesmo

assim, procura participar de duas

apresentações por ano. No restante

do tempo estudou canto e participou

de rodas de samba na faculdade e do

coral da UFRGS, com o marido, que

também é médico e músico. O coral

exigia dois ensaios por semana para

as apresentações, que ultrapassaram

as fronteiras do Estado e ganharam

diversos prêmios.

Bernadete ainda participa de

outro grupo musical iniciado há 12

anos com a maioria sendo médicos,

o Sem Contraindicação. O grupo,

hoje formado por 22 pessoas, acaba

de ganhar o Prêmio Açorianos de

Música, na categoria Melhor Espe-

táculo, com

As Tias de Vinícius

, com

o maestro Pablo Trindade, conten-

do aspectos pitorescos e engraça-

dos sobre a obra do artista.

Para quem estiver em Porto Ale-

gre, na quarta quarta-feira de cada

mês não deixe de ver o Médicos &

Música, no Cezar Pub Piano Bar, rua

Câncio Gomes, 775.

Médicos & música

Acervo da Amrigs

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