também leva sua
performance
a ou-
tros eventos da associação.
Duas vezes por ano, os mú-
sicos costumam realizar
shows
temáticos no teatro da Amrigs,
preparados com muita seriedade.
Especialistas da arte musical e cê-
nica, alguns do próprio grupo, fa-
zem pesquisas, elaboram roteiros
e dirigem os espetáculos, que, além
de Toneco da Costa, contam com
outros dois artistas importantes:
Dionara Fuentes Schneider, ao pia-
no, e Fernando do Ó, na percussão.
Nesses eventos temáticos, já
homenagearam duas vezes Vinícius
deMorais, com
Ah! Que Saudade
, em
2013, em comemoração ao centená-
rio do compositor, com roteiro e dire-
ção de Bernadete Boff, que também
foi responsável pelo roteiro de
Sam-
ba na Época de Ouro do Rádio
(2012),
dirigido por Cristiano Godinho.
Em 2010, já haviam homena-
geado o poeta com o espetáculo
As
mulheres de Vinícius
, realizado em
conjunto com outros dois grupos cul-
turais da Amrigs: o Médicos Atores e
o Grupo Vocal Amrigs.
As Mulheres
deVinícius
teve direçãode JúlioConte,
também médico, autor da premia-
da peça
Bailei na Curva
, que já teve
diversas montagens no Brasil e em
Portugal. Ainda com direção de Júlio
Conte, lembraramNoel Rosa no espe-
táculo
Comque Roupa
.
Foi assim... Centenário de Lupi-
cínio Rodrigues
foi ao palco em 2014
com o Médicos & Música, com ro-
teiro e direção de Cristiano Godinho.
Durantemuitos anos o grupo cantou
no bar temático que homenageava o
cantor e compositor gaúcho, desig-
nado Se Acaso Você Chegasse, nome
de uma de suas músicas de sucesso,
que ganhou o Brasil na voz de Elza
Soares, sendo o primeiro grande
hit
da cantora (gravado em 1960).
“Desde que me conheço por gen-
te ouço e canto Lupicínio Rodrigues”,
diz Arnaldo José da Costa Filho, trau-
matologista, 94 anos, que completa,
em 2017, 70 anos de formatura. Apo-
sentou-se emdezembro de 2015, mas
só da medicina; na área da música
está inclusive gravando um CD. Com
Lupicínio, tem uma história de ami-
zade, que nasceu em 1943, quando se
conheceram na Faculdade de Direito
da Universidade Federal do Rio Gran-
de do Sul (UFRGS), onde o músico
trabalhava e que foi sede do Núcleo
de Preparação de Oficiais da Reserva
(NPOR), local em que Costa Filho, en-
tão estudante de medicina, estava
sendo formado para combater na
Segunda Guerra Mundial. Contou-
-nos que Lupicínio ficava tão impres-
sionado com os fuzis, metralhadoras
e morteiros que começou a compor
uma música intitulada
Guerra
(mais
tarde o nome seria trocado por
Dona
Divergência
) e que, encontrando di-
ficuldade com algumas rimas, per-
guntou o que rimava compassarinho,
quando Costa Filho sugeriu, já que a
música era um pedido a Deus pela
paz, que ele pedisse mais canto de
passarinho e mais flores no caminho.
Lupicínio aceitou a sugestão e incor-
porou a frase àmúsica.
Costa Filho sempre gostou de
cantar e desde a época da faculdade
tornou por hábito se apresentar com
o grupo Serenata Universitária, que
cantava na frente das casas, às vezes
para encantar algumamoça, às vezes
só para agradar a família,que sempre
os convidava para entrar e, em agra-
decimento às músicas oferecidas, ser-
viam comes e bebes aos estudantes.
Acervo da Amrigs
Médicos & música
“
Cantar se torna um
contraponto a uma atividade
que costuma ser mais dura,
relacionada com doença e
com dor
”
Bernadete Boff
SETEMBRO/OUTUBRO-NOVEMBRO/DEZEMBRO 2
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JAMB
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