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JAMB

SETEMBRO/OUTUBRODE 2000

7

esultado de um ano

de trabalho, a Comis-

são Interinstitucional

de Avaliação do Ensino Médi-

co – Cinaem apresentou, no

início de agosto, no auditório

Petrônio Portela, no Senado

Federal, em Brasília, sua pro-

posta para reformulação do

ensino médico brasileiro. O

evento contou com a partici-

pação de parlamentares de di-

versos partidos, dirigentes da

área médica, além de entida-

des representantes de estu-

dantes de medicina, residên-

cia médica e docentes. Tam-

bém estiveram presentes à so-

lenidade os deputados Rober-

to Jéferson, Jorge Alberto, vice-

presidente da Comissão de

Seguridade da Câmara, Sérgio

Guerra, Vicente Caropreso,

Celso Giglio, Fernando Gonçal-

ves, Nelson Marquezelli, Eduar-

do Barbosa, Murilo Domingos

e Osvaldo Sobrinho.

O presidente da AMB, Eleu-

ses Paiva, afirmou que os diri-

gentes das entidades médicas

e todos aqueles que têm res-

ponsabilidade com o Brasil es-

tão assustados em relação ao

ensino médico no País. “Temos

sérias dúvidas sobre a forma-

Ensino médico tem projeto

Cinaem apresentou propostas para reformulação do ensino médico brasileiro

ção dos médicos, do ponto de

vista do conhecimento científi-

co, ético e humanístico, que

estamos colocando no merca-

do brasileiro”, advertiu Eleuses,

lembrando que alguns desses

profissionais podem colocar

em risco a vida da população.

“E como combater isso?”,

perguntou Edson de Oliveira

Andrade, presidente do Con-

selho Federal de Medicina.

“Através de projetos como

esse da Cinaem. E não se trata

de um projeto das entidades

médicas, nem de partidos ou

grupos. É o nosso desejo de

cidadania que trazemos a to-

dos neste momento”, afirma.

Falando pela Cinaem, Regi-

na Stela lembrou que o ensino

médico segue um modelo do

início do século, que na época

pode ter sido importante, mas

que hoje é obsoleto.

“É importante analisar a re-

percussão que isso tem no sis-

tema nacional de saúde, o cus-

to que representa para a socie-

dade profissionais exercendo

a atividade médica sem a devi-

da formação científica, ética e,

principalmente, sem a capaci-

dade de reflexão sobre custos,

sobre gestão etc. Nossa pro-

Reunião da Cinaem em Brasília: novas propostas para o ensino

Márcio Arruda

posta foi elaborada por um

grupo de trabalho que incluía

representantes das entidades

médicas, escolas médicas, alu-

nos e especialistas em educa-

ção médica. Trata-se de um

projeto que levou um ano para

ser concluído e que ainda en-

frentará muitos desafios até ser

implantado”, acrescentou.

O projeto apresentado pela

Cinaem trabalha com linhas de

ações transformadoras: o pro-

cesso de formação profissional,

a docência médica, a gestão da

escola médica e a avaliação. A

primeira fase do projeto se ca-

racterizou pela adoção de um

modelo teórico que organizou

de forma hierarquizada as re-

lações entre estrutura econô-

mica-administrativa, estrutura

política-administrativa, infra-es-

trutura material, recursos hu-

manos, modelo pedagógico e

papel na assistência e pesqui-

sa e a adequação do médico

às demandas sociais. A segun-

da fase adotou modelos teóri-

cos específicos para a avalia-

ção docente, modelo pedagó-

gico e para a avaliação dos

médicos formandos. A tercei-

ra fase caracteriza o médico

que se quer formar e a escola

necessária para sua formação.