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JAMB
SETEMBRO/OUTUBRODE 2000
10
Contas auditadas
Conselho Científico,
reunido no último dia
24, na sede da AMB,
decidiu acelerar os trabalhos
para a elaboração das Diretri-
zes (Consensos). Uma das de-
cisões da reunião foi manter
o cronograma anteriormente
estabelecido.
Até o final de outubro de-
veremos estar com o projeto
finalizado, disse Fábio Jatene,
diretor científico da AMB.
A primeira etapa do projeto
já foi concluída: as especialida-
des definiram e enviaram para
a AMB os temas considerados
de maior importância. Ao todo
foram apresentados 126 assun-
tos, considerados relevantes
pelas Sociedades. Na segunda
fase do projeto, já em anda-
mento, a AMB já enviou às So-
ciedades a metodologia para
Consensos: processoacelerado
elaboração dos Consensos as-
sim como a relação da Especia-
lidades que possuem interface.
Finalizada essa etapa, terá
início a fase de divulgação e im-
plantação, a qual exigirá empe-
nho ainda maior das entidades
envolvidas, observa Jatene.
Nova LPM
O acórdão do CADE proibin-
do entidades médicas de dis-
cutir honorários produziu difi-
culdades no processo de ela-
boração da nova LPM, especi-
almente com relação ao prazo
anteriormente estipulado para
a conclusão do trabalho. A
liminar obtida pela APM abriu
uma nova expectativa para a
retomada do processo, uma
vez que a Fipe, eleita para as-
sessorar a Comissão de Me-
todologia, mostrou claro indi-
cativo nesse sentido.
Conselho Científico em São Paulo: LPM e Consensos em pauta
Agora, os médicos seleciona-
dos pelas três Sociedades de
Especialidade (Nefrologia, Ra-
diologia e Gineco-obstetrícia)
para participarem dos testes-
piloto com os atos-âncora em
cada uma deverão ser convo-
cados para a validação da
metodologia aplicada que, se-
gundo a Fipe, irá atender às ex-
pectativas no que concerne à
pontuação relativa dos atribu-
tos definidos anteriormente
pela Comissão de Metodologia,
ou seja, o tempo para realiza-
ção do procedimento, sua com-
plexidade e risco, a qualificação
exigida, as condições de traba-
lho e a insalubridade. Após a
validação do teste, o método
será discutido e aprovado pela
Comissão de Metodologia e
Conselho Científico e só assim
as Sociedades de Especialidade
serão convocadas para discutir
os procedimentos específicos.
Enquanto isso, todas as Espe-
cialidades deverão encaminhar
à Comissão de Honorários a
relação total de seus procedi-
mentos, inclusões de novos e
exclusão de outros, sugestões
sobre remunerações, etc.
Todos os aspectos pertinen-
tes aos procedimentos especí-
ficos de cada especialidade se-
rão definidos pelas sociedades
afins. Caberá à Comissão de
Metodologia apenas definir os
aspectos técnicos para a valo-
ração dos procedimentos e fi-
nalmente à Comissão Nacional
de Honorários todo o processo
de revisão permamente da LPM.
Com o objetivo de discutir
a atual lei de regulamentação
dos Planos de Saúde, a Abras-
pe Associação Brasileira das
Autogestões em Saúde patro-
cinadas pelas empresas esta-
rá realizando, dia 30 de no-
vembro, em São Paulo, um
Fórum de Debates sobre o
assunto.
Nossa idéia é debater a
fundo a atual regulamenta-
ção que vem sendo remedia-
da gota a gota com medidas
provisórias, portarias, etc,
sem um horizonte definido,
gerando intranqüilidade a to-
dos, especialmente às empre-
sas de autogestão, explica o
presidente da entidade, Ro-
berto Cury.
Segundo ele, essas empre-
sas oferecem um benefício
Abraspe vai discutir
recursos para saúde
aos seus funcionários e, no en-
tanto, pela nova regulamenta-
ção, estão sendo enquadradas
nas mesmas condições que as
operadoras de planos e segu-
ros-saúde.
Esse fato está favorecendo
o desaparecimento de muitas
empresas que estão abando-
nando a autogestão e contra-
tando planos ou seguros-saú-
de para seus funcionários. Ou
seja, o que está ocorrendo é
uma penalização à autogestão
e favorecimento de mercado
às empresas que realmente
deveriam ser fiscalizadas,
acrescenta.
O Fórum estará congre-
gando representantes dos di-
versos segmentos ligados ao
setor e reunirá entidades mé-
dicas, empresas de Medicina
de grupo, Unimeds, autoges-
tão e a Agência Nacional de
Saúde, órgão responsável
pela fiscalização dos planos
e seguros-saúde. No evento,
a Abraspe estará apresentan-
do o resultado da pesquisa
anual que a entidade realiza
junto às empresas de auto-
gestão sobre gastos em saú-
de. Recentemente, a enti-
dade finalizou o traba-
lho de tabulação
dos formulários en-
viados para 300 em-
presas que adminis-
tram seu próprio
plano de saúde e
que representam 2
milhões de usuários,
cerca de 5% do mercado pri-
vado de saúde. Os resultados
do levantamento efetuado
neste ano, tendo como base
o ano passado, indicam um
grande desperdício de re-
cursos.
Detectamos recursos mal
empregados no volume ab-
surdo de R$ 3,6 bilhões ao
ano. Ou seja, se já são escas-
sos, agora também não estão
sendo gastos corretamente,
afirma Cury
Para o presidente da Abras-
pe, chegou o momento de re-
alizar uma análise critica do
sistema, pois o maior prejudi-
cado tem sido o médico. Seus
honorários estão congelados
desde de 1996 e até rebaixa-
dos por algumas empresas, e,
no entanto, os gastos conti-
nuam em alta.
E preciso que o médico
entenda que está sendo um
instrumento e que é a ponta
mais frágil deste sistema. Por
isso, é necessário trazer à
tona essa discussão. Sair des-
te Fórum com um consenso,
pois entendo que cada um
está visualizando seus inte-
resses. Essa lógica é errada,
pois o sistema é interligado,
formado por parcerias. Te-
mos que reunir empresas,
prestadores de serviços ,
usuários e chegar a um con-
senso, caso contrário o sis-
tema, dentro de muito pou-
co tempo poderá ser invia-
bilizado, finaliza Cury.
Após avaliar as demonstrações contábeis da AMB, re-
ferentes ao período de 1º de abril a 30 de junho, a em-
presa Boucinhas & Campos Auditores Independentes,
empresa de auditoria externa contratada, concluiu que
as operações de pagamento e recebimento realizadas
pela entidade atendem plenamente os requisitos de au-
tenticidade e legalidade.
Idec debate riscos
de trangênicos
O Instituto de Defesa do Con-
sumidor (Idec) realizou no dia
15 de setembro, na sede da
AMB, em São Paulo, o seminá-
rio Alimentos Trangênicos: os
riscos à saúde não avaliados
(foto). O evento, que foi aberto
pelo presidente da AMB, Eleuses
Vieira de Paiva, teve a apresen-
tação do advogado americano
e coordenador da organização
não-governamental Alliance for
Bio-Integrity, Steven Druker. Em
1998, após mover uma ação
contra a FDA órgão que regu-
lamenta o registro de alimentos
nos EUA , a Bio-Integrity teve
acesso a estudos nos quais os
cientistas do órgão questionam
os efeitos dos trangênicos no
corpo humano. A FDA ignorou
os pareceres de seus próprios
cientistas, dispensou novos
testes e regulamentou o con-
sumo dos trangênicos, de-
nunciou Druker.
O Idec, que já moveu uma
ação judicial contra a união para
normatizar a entrada desses pro-
dutos no País, enviou o material
apresentado para os órgãos bra-
sileiros competentes. A saúde
do consumidor e o direito à in-
formação não podem ser vio-
lados, disse Marilena Lazzarini,
coordenadora do Idec.
Osmar Bustos
Virgínia Drumond
Arquivo
Roberto Cury, superintendente da Abraspe