Background Image
Previous Page  8 / 99 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 8 / 99 Next Page
Page Background

a

lErta

Para

a

atualização

DE

CritérioS

DiagnóStiCoS

E

ConDutaS

ClíniCaS

Para

PaCiEntES

Com

ESClEroSE

tuBEroSa

r

Ev

a

SSoC

m

ED

B

raS

2014; 60(2):94-96

95

ção geral, embora em baixa frequência. A placa ibrótica

frontal teve essa designação substituída por cefálica, a

qual inclui a face e o couro cabeludo. Hamartomas não

renais, classiicados como critérios secundários, com-

preendem aqueles com outra localização, como glându-

las, trato digestório e ossos. Os pólipos retais hamarto-

matosos e cistos ósseos não são mais critérios

independentes, pois apresentam baixa especiicidade ao

CET (Tabela 1).

1

TABELA 1

Critérios revistos para o diagnóstico de CET

de acordo com a Conferência Internacional para Consenso

do Complexo da Esclerose Tuberosa

1

A. Critérios diagnósticos genéticos

A Identiicação de uma mutação patogênica no gene

TSC1

ou

TSC2

em tecido normal é suiciente para o diagnóstico deinitivo de CET

a

.

B. Critérios diagnósticos clínicos

Critérios principais

1. Máculas hipomelanóticas (>3, pelo menos 5 mm em diâmetro)

2. Angioibromas (>3) ou placa ibrótica cefálica (face ou couro

cabeludo)

3. Fibromas ungueais (>2)

4. Shagreen patch

5. Hamartomas retinianos múltiplos

6. Displasias corticais

7. Nódulos subependimários

8. Astrocitoma subependimário de células gigantes

9. Rabdomioma cardíaco

10. Linfangioleiomiomatose (LAM)

c

11. Angiomiolipomas (>2)

c

Critérios secundários

1. Lesões de pele em confete

2. Crateras no esmalte do dente (>3)

3. Fibromas intraorais (>2)

4. Acromia retiniana localizada

5. Cistos renais múltiplos

6. Hamartomas não renais

Diagnóstico definitivo:

Dois critérios principais; ou

Um critério principal e pelo menos dois critérios secundários

Diagnóstico possível:

Um critério principal; ou

Pelo menos dois critérios secundários

a Uma mutação patogênica é deinida como uma mutação que inative a função das proteí-

nas expressas pelos genes

TSC1

ou

TSC2

, previna a síntese protéica ou seja uma mutação de

sentido trocado (missense) cujo efeito sobre a função da proteína tenha sido comprovada por

um ensaio funcional

(www.lovd.nl/TSC1, www.lovd.nl/TSC2)

.

b Displasia cortical inclui túber cortical ou linhas de migração radial na substância branca cerebral.

c Uma combinação dos dois critérios principais - LAM e angiomiolipomas - na ausência de

outro critério não se encaixa no diagnóstico deinitivo de CET, sendo considerado como um

único critério principal, devido à co-ocorrência das duas lesões em pelo menos 30% dos pa-

cientes com a forma isolada de LAM1.

Além da revisão do diagnóstico clínico, a Conferência de

2012 incluiu o diagnóstico genético, molecular, como de-

initivo para CET (Tabela 1). Entre 75 e 90% dos pacien-

tes com CET, cujo DNA foi triado para mutações nos ge-

nes

TSC1

ou

TSC2

, têm uma mutação identificada.

Embora a falta de identiicação de mutação não exclua o

CET, o achado de uma mutação patogênica em

TSC1

ou

TSC2

em tecido normal é, hoje, suiciente para o diagnós-

tico. Isso pode ser importante, em particular, para crian-

ças com diagnóstico clínico inconclusivo, que podem se

beneiciar de acompanhamento clínico mais frequente

para a detecção precoce de novas lesões. A mutação pato-

gênica é entendida como aquela que tenha impacto so-

bre a síntese ou função das proteínas codiicadas pelos

genes

TSC1

ou

TSC2

, como grandes deleções genômicas,

aquelas que causam deslocamento da leitura de aminoá-

cidos, as que criam um códon de parada da tradução, pro-

duzindo proteína truncada e instável, e as mutações de

sentido trocado (

missense

), que trocam aminoácidos. Es-

tas últimas, entretanto, necessitam ser testadas experi-

mentalmente para serem consideradas patogênicas. Não

se encaixam nessa classiicação quaisquer variantes de se-

quência em

TSC1

ou

TSC2

cujo efeito sobre a proteína

seja duvidoso.

1

Não é nosso objetivo sumarizar aqui as condutas clí-

nicas para o tratamento e o seguimento longitudinal para

cada tipo de lesão em órgãos distintos de pacientes com

CET, pois foram explicadas por Krueger et al.

2

De acordo

com a experiência e os dados da literatura cientíica, os pa-

nelistas da Conferência de 2012 determinaram quatro ca-

tegorias para recomendação, que foram aplicadas a cada

aspecto avaliado. Cada uma teve a recomendação baseada

no nível de evidência a partir de estudos da literatura e da

adequação da intervenção diagnóstica ou terapêutica:

Categoria 1: consenso uniforme e elevado grau de

evidência;

Categoria 2A: consenso uniforme e baixo grau de

evidência;

Categoria 2B: consenso e baixo grau de evidência;

Categoria 3: ausência de consenso e qualquer nível

de evidência.

Os métodos e a periodicidade do seguimento clínico fo-

ram descritos.

2

A descoberta de que as proteínas expressas pelos ge-

nes

TSC1

e

TSC2

formam um heterodímero, com papéis

inibitórios da função da cinase-alvo da rapamicina em

mamíferos (do acrônimo em inglês, mTOR), levou a es-

tudos clínicos da rapamicina e seus análogos (inibidores

de mTOR) para tratar astrocitomas subependimários de

células gigantes (SEGA), angiomiolipoma e linfangioleio-

miomatose pulmonar (LAM). Em vários países, o uso de

inibidores especíicos do mTOR já foi regulamentado

IMPRESSO.indb 95

4/22/14 4:32 PM