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JAMB

OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2002

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AMB eAPMempossam suas diretorias

erca de 600 pessoas, en-

tre médicos, representan-

tes de sociedades médi-

cas da área científica, associativa,

conselheiral e sindical, parlamen-

tares e outras autoridades ligadas

ao setor de saúde, compareceram

ao Theatro São Pedro, em São

Paulo, no dia 11 de outubro para

prestigiar a solenidade de posse

das novas diretorias da Associa-

ção Médica Brasileira (AMB),

presidida por Eleuses Vieira de

Paiva, e da Associação Paulista de

Medicina (APM), presidida por

José Luiz Gomes do Amaral. Elei-

tas em consenso, as duas diretori-

as conduzirão as respectivas enti-

dades no triênio 2003-2005.

A solenidade de posse contou

com a presença de autoridades go-

vernamentais e ligadas ao setor,

entre as quais Eduardo Jorge, se-

cretário Municipal de Saúde de

São Paulo; Renilson Rehem de

Souza, secretário de Assistência à

Saúde do Ministério da Saúde;

José da Silva Guedes, secretário

do Estado de Saúde de São Pau-

lo; Edson de Oliveira Andrade,

presidente do Conselho Federal de

Medicina; José Erivalder Guima-

rães, presidente da Confederação

Médica Brasileira; Éder Murari

Borba, presidente da Federação

Nacional dos Médicos; Regina

Ribeiro Parizi, presidente do Con-

selho Regional de Medicina do

Estado de São Paulo; Antônio

Alberto de Felício, presidente da

Confederação das Unimeds e Cel-

so Barros, presidente da Unimed

do Brasil. Outras autoridades tam-

bém prestigiaram o evento, entre

elas o secretário de Estado da As-

sistência e Desenvolvimento So-

cial de São Paulo, Nelson Proen-

ça; o vereador Gilberto Natalini

(PSDB); o deputados Arlindo

Chinaglia (PT); Jamil Murad (PC

do B) e Gilberto Kassab (PFL).

Eleuses Paiva efetuou um pro-

nunciamento enumerando aspec-

tos trabalhados durante a gestão

anterior e os respectivos resulta-

dos alcançados. O primeiro deles,

citado sob a forma de agradeci-

mento, referiu-se ao apoio rece-

bido do CFM. “Fizemos num pri-

meiro momento um pacto pura-

mente político com a entidade

envolvendo propostas concretas,

mas com o tempo essa parceria

virou uma relação de afinidade e

de lealdade”, relatou. Outro as-

pecto destacado pelo presidente

da Associação Médica Brasileira

foi o trabalho desenvolvido junto

aos sistemas privado e público de

saúde. Segundo Eleuses Paiva, se

por um lado foram enfrentadas di-

ficuldades, como o impasse com

algumas operadoras de planos de

saúde e com o CADE, por outro

conquistou-se avanços. “Temos

hoje uma parceria concreta com a

Ordem dos Advogados do Brasil

(OAB), que tem nos ajudado na

discussão do setor. Da mesma for-

ma, abrimos um cenário novo com

as ONGs de saúde e com os ór-

gãos de defesa do consumidor,

entre os quais o Procon de São

Paulo”, exemplificou.

Em referência ao relaciona-

mento das entidades médicas com

a Agência Nacional de Saúde Su-

plementar (ANS), Eleuses Paiva

considerou dois avanços impor-

tantes – a constituição das câma-

ras técnicas, de contratualização

e de assuntos médicos. “Com isso,

acredito que possamos normatizar

a relação entre os médicos e os

prestadores e operadoras do se-

tor”, afirmou. Analisando o setor

público de saúde, o presidente da

AMB classificou como avanço

inegável a aprovação do Projeto

de Emenda Constitucional 29/

2000, a PEC da Saúde. “Com a

aprovação da PEC nós temos no

mínimo um orçamento duas ou

três vezes maior do que há três

anos”, comentou.

Por último, Eleuses Paiva abor-

dou questões relacionadas à for-

mação médica no Brasil. Uma de-

las foi a composição de uma Co-

missão Mista de Espcialidades,

formada pela AMB, CFM e Co-

missão Nacional de Residência

Médica, a qual tem a finalidade de

regulamentar as especialidades

médicas no País. Nesse contexto,

ele citou a importância do projeto

Diretrizes, coordenado pelo dire-

tor científico da AMB, Fábio

Jatene. Uma questão bastante

criticada por Eleuses Paiva foi a

abertura indiscriminada de esco-

las médicas sem estrutura adequa-

da. “É lastimável o que está sen-

Composição da mesa durante a cerimônia, a partir da esquerda: Eduardo Jorge, Renilson Rehen, José da Silva Guedes, José Luiz Gomes do Amaral,

Eleuses Paiva, Edson de Oliveira Andrade, José Erivalder Guimarães, Eder Murari Borba, Regina Parizi, Antonio Alberto Felício e Celso Barros

José Luiz Gomes do Amaral:

discurso em favor da unidade ética

do feito nesse País com a conivên-

cia do poder constituído. Isso é

um desrespeito, não com a profis-

são, mas com a população desse

País”, denunciou. Para referenciar

sua crítica, o presidente da AMB

mencionou o fato de que, nos úl-

timos três anos, cerca de uma dú-

zia de escolas obtiveram concei-

tos E e D no Provão e nada sofre-

ram. “Está sendo documentado a

incapacidade do aparelho forma-

dor e não se toma nenhuma atitu-

de”, indignou-se o presidente da

Associação Médica Brasileira,

afirmando que essa questão será

uma das prioridades desta sua

nova gestão à frente da entidade.

Seguindo a mesma linha de

pensamento, o presidente da

APM, José Luiz do Amaral, des-

tacou que há vários anos ele e ou-

tros colegas vêm buscando

melhorias para o setor. “Temos

muito visto, ouvido e vivido em

São Paulo e no nosso Brasil”, ilus-

trou, ressaltando que o grupo de

profissionais envolvidos nesse

trabalho poderia ser muito maior.

“Se fôssemos muitos, tanto mais

poderia ser alcançado e muito

mais cedo”, argumentou. O pre-

sidente da APM afirmou ainda

que, ao assumir a direção da enti-

dade, espera deparar-se com co-

legas que já estão próximos, ou-

tros que buscarão ajuda, uma par-

cela de indiferentes e um grupo de

discordantes. “Temos que partir

rapidamente ao seu encalço des-

tes últimos, pois serão eles que

nos farão crescer contrapondo

nossas propostas com seus pontos

de vista originais”, vislumbrou.

Eleuses Paiva discursa: duras críticas contra abertura

indiscriminada de novas escolas de medicina

Fotos: Osmar Bustos

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04/11/2002, 17:16

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