JAMB
OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2002
2
DIRETORIA
P
RESIDENTE
Eleuses Vieira de Paiva
P
RIMEIRO
V
ICE
-P
RESIDENTE
Lincoln Marcelo Silveira Freire
S
EGUNDO
V
ICE
-P
RESIDENTE
Ronaldo da Rocha Loures Bueno
V
ICE
-P
RESIDENTES
Remaclo Fischer Junior, Flavio Link
Pabst, Ranon Domingues da Costa,
Ricardo Saad, Carlos David Araújo
Cardoso Filho, Lúcio Antonio Prado
Dias, José Guerra Lages, J. Samuel
Kierszenbaum, José Luiz G. do Amaral.
S
ECRETÁRIO
-G
ERAL
Edmund Chada Baracat
1º S
ECRETÁRIO
Aldemir Humberto Soares
1º T
ESOUREIRO
Amilcar Martins Giron
2º T
ESOUREIRO
:
José Alexandre de Souza Sittart
D
IRETORES
:
Cultural
- Severino Dantas Filho;
Relações Internacionais
- David Miguel
Cardoso Filho;
Científico
- Fabio Biscegli
Jatene;
Defesa Profissional
- Eduardo
da Silva Vaz;
DAP
- Martinho Alexandre
R.A. da Silva;
Economia Médica
-
Marcos Pereira de Ávila ;
Marketing
-
Roque Salvador A. e Silva;
Saúde
Pública
- Samir Dahas Bittar;
Atendi-
mento ao Associado
- Ricardo de
Oliveira Bessa;
Proteção ao Paciente
-
Jurandir M.R. Filho;
Acadêmico
- Elias F.
Miziara;
Jamb
- Horácio José Ramalho.
D
IRETOR
R
ESPONSÁVEL
Horácio José Ramalho
E
DITOR
E
XECUTIVO
César Teixeira (Mtb 12.315)
D
IAGRAMAÇÃO
, E
DITORAÇÃO
E
A
RTE
Sollo Comunicação
P
UBLICIDADE
Américo Moreira Publicações
D
EPARTAMENTO
C
OMERCIAL
Fone (11) 3266-6800
T
IRAGEM
: 60.000 exemplares
P
ERIODICIDADE
: Bimestral
F
OTOLITO
:
B
UREAU
O
ESP
R
EDAÇÃO
E
A
DMINISTRAÇÃO
Rua São Carlos do Pinhal, 324
01333-903 – São Paulo – SP
Fone (11) 3266-6800
Fax (11) 3266-9412
E-Mail:
jamb@amb.org.brA
SSINATURA
Fone (11) 3266-6800, ramal 137
Anual R$ 36,00; avulso R$ 3,00.
As colaborações assinadas expressam
unicamente a opinião de seus autores,
não coincidindo necessariamente
com as posições da AMB.
Conquistas e
frustrações
á exatos três anos, em outubro de 2000,
assumimos a presidência da AMB. Naque-
la época, emmeu discurso de posse, alguns
hão de recordar, citei os principais problemas que afli-
giam o médico brasileiro e que, por isso, mereceriam
especial atenção da entidade em nossa primeira ges-
tão. Nos últimos três anos avançamos muito, mas,
apesar das tentativas, infelizmente não obtivemos su-
cesso em algumas questões.
A conclusão do projeto da Cinaem – Comissão
Interinstitucional Nacional deAvaliação do Ensino Mé-
dico foi apresentada ao Congresso Nacional, marcando
os primeiros passos para a reformulação do ensino mé-
dico brasileiro; a campanha nacional contra os abusos
praticados pelas operadoras de saúde e a pesquisa que
apontou os três piores planos de saúde no País; a
mobilização da categoria contra a decisão do CADE em
defesa da Lista de Procedimentos Médicos da AMB; a
vitória contra a aprovação da MP 2177, que tentava a
implantação do Managed Care no Brasil; o apoio à
implementação dos medicamentos genéricos; a
arregimentação de lideranças políticas para aprovação
demais recursos para a saúde (PEC29) são alguns exem-
plos com resultados concretos da nossa bem sucedida
parceria com o Conselho Federal de Medicina.
Temos hoje também uma parceria concreta com a
Ordem dos Advogados do Brasil, que muito tem nos
auxiliado nas discussões relacionados ao setor priva-
do, como também tem nos ajudado no setor público
de saúde, incluindo o apoio na “ADIN” , uma ação de
declaração de inconstitucionalidade contra o ato do
presidente da República, que na época reduzia verbas
para o orçamento da saúde. Sem dúvida nenhuma a
OAB tem sido uma parceira extremamente leal com a
Associação Médica Brasileira e com o movimento mé-
dico brasileiro. Da mesma forma que caminhamos
com a OAB, abrimos um cenário novo com ONGs
de saúde, com os órgãos de defesa do consumidor,
entre os quais eu não poderia deixar de mencionar o
Procon de São Paulo.
Podemos afirmar ainda que construímos uma re-
lação extremamente sólida com a Agência Nacional
de Saúde Suplementar ( ANS), compactuada princi-
palmente no respeito mútuo. Temos divergências, é
verdade, mas hoje existe um diálogo, uma porta aber-
ta, que permite talvez enxergar um futuro mais próxi-
mo com realidades mais justas dentro desse sistema.
Podemos também comemorar a criação de duas câ-
maras técnicas na ANS. Uma direcionada e chamada
câmara de contratualização e uma outra câmara rela-
cionada a assuntos médicos.
Hoje, pela primeira vez, podemos citar quantas são
as especialidades reconhecidas no País: são 50 as es-
pecialidades reconhecidas, num trabalho que, depois
de quase uma década de discussão, reuniu uma Co-
missão Mista envolvendo três entidades: MEC, Con-
selho Federal e AMB. Conseguimos, com essa Co-
missão Mista, unificar a discussão de especialidades.
Essa discussão é permanente e ainda temos que avan-
çar muito, principalmente no que tange a área de atu-
ação, mas com certeza vislumbramos um norte para
consolidarmos as especialidades no País.
Apostamos no projeto Diretrizes e em nossa capa-
cidade de atingir três pontos: educar; atualizar o pro-
fissional e otimizar recursos, baseando-se principal-
mente nas melhores evidências clínicas, tanto no ní-
vel de prevenção, diagnóstico e tratamento. Nesse
projeto, tivemos como princípio básico jamais acei-
tar que a prática médica, a relação médico-paciente
ficasse limitada ao raciocínio puramente econômico
das fontes pagadoras. Nós não aceitamos e não acei-
taremos em qualquer momento que o capital influen-
cie as nossas decisões. Acreditamos que esses princí-
pios são inegociáveis. Esse projeto já é uma realida-
de: finalizamos 40 diretrizes, e com certeza chegare-
mos ao final do ano com mais de 120 diretrizes. Va-
mos continuar trabalhando com as melhores evidên-
cias numa parceria importante com o Ministério da
Saúde e apostando que otimizando recursos é possí-
vel fazer medicina de ponta e ofertando à nossa po-
pulação melhor qualidade na prática médica.
Após quase dois anos de intensas discussões junto
às Sociedades de Especialidade, entramos na fase fi-
nal da Classificação Hierarquizada de Procedimen-
tos Médicos, cujos trabalhos estão sendo coordena-
dos pela Fipe – Fundação do Instituto de Pesquisas
Econômicas. Pretendemos dar início ao seu processo
de implantação já no próximo ano, tornando-a uma
alternativa confiável e segura em nossa na luta para
reverter situações que ameaçam a dignidade médica.
Se em relação à discussão da especialização avança-
mos firmemente, observamos um retrocesso enorme no
que tange ao aparelho formador em nosso País. É lasti-
mável o que está sendo feito com a conivência do poder
constituído, em que escolas médicas são abertas sem a
mínima discussão sobre a suas reais necessidades soci-
ais, além da falta de uma correta avaliação do processo
pedagógico, corpo docente e das instalações hospitala-
res, num claro desrespeito não somente à profissão, mas
com a nossa população que sofre riscos e conseqüênci-
as com a formação de profissionais mal preparados. Por
isso, colocamos a abertura de novos cursos de medicina
como assunto prioritário na Associação Médica Brasi-
leira, pois é inaceitável que uma visão empresarial no
setor de ensino possa superar a importância do coletivo
e de uma profissão que tem inevitável ligação com a
qualidade e boa assistência à saúde.
Infelizmente também não conseguimos sensibilizar,
principalmente a Secretaria de Política de Saúde do
Ministério, em relação a um projeto que acredito firme-
mente: o Programa Saúde da Família. Creio que esse
projeto é o grande desafio que temos hoje e, com certe-
za, também é um enorme avanço para o modelo de saú-
de, principalmente em relação a promoção e atenção bá-
sica. Temos insistido com oMinistério em discutir erros
pontuais que estão sendo cometidos no Programa, espe-
cificamente na resolutividade do sistema, a qualidade
da formação do profissional, sua competência, suas re-
lações não só com a equipe, mas principalmente com o
gestor. Temos avançado um pouco nesses contatos, mas
será necessário discutir profundamente o tema.
Entre os triunfos e frustrações, percebemos que
nosso maior avanço foi a percepção pela categoria de
que a união de forças ainda é o melhor caminho para
grandes vitórias. Foi assim que vencemos as primei-
ras batalhas, e, por isso, nessa nova gestão, espera-
mos contar novamente com a união de toda a classe
médica, fundamental para que esses resultados fos-
sem conquistados e novos êxitos sejam alcançados.
Eleuses Vieira de Paiva
Presidente da AMB
CARTAS
Jamb
Como tem acontecido rotineira-
mente, tenho recebido as edições do
Jamb. É um jornal muito bem
diagramado, bonito, sóbrio e sem-
pre repleto de informações variadas
que preenchem o interesse da clas-
se. Gostaria de fazer uma referên-
cia especial para a Sessão de Livros.
Este tipo de divulgação literária cul-
tural considerar muito importante,
tendo em vista nossa condição de
presidente da Sociedade Brasileira
de Médicos Escritores. Parabéns
por essa divulgação.
Luiz Alberto Fernandes Soares
Porto Alegre – RS
Associação Médica Mundial
A Federação Israelita do Estado
de Minas Gerais, entidade que repre-
senta a comunidade brasileira de ori-
gem judaica desse Estado, vem
aplaudir a Associação Médica Bra-
sileira, nas pessoas de seu presiden-
te Eleuses Paiva e Diretor de Rela-
ções Internacionais David Cardoso,
pela altiva e nobre atitude que man-
tiveram na 161° Sessão do Conselho
da Associação Médica Mundial, re-
jeitando a odiosa proposta de expul-
são da Associação Médica de
Israel. A AMB ao sustentar a sua
resistência à tal violência de cunho
político-religioso, entendendo “que
meios excludentes, envolvendo
argumentos políticos e religiosos,
não coincidem com princípios éticos
e de direito à liberdade de expres-
são de qualquer povo”, reafirmou no
conceito das nações as tradições
libertárias, democráticas de nosso
povo. Mostrou ao mundo que a
EDITORIAL
CIRCULAÇÃO: Novembro/2002
medicina brasileira aspira a paz, da
inclusão dos povos, por meio da
fomentação da concórdia, harmonia
internacional, repudiando a tentativa
em transplantar para as ciências mé-
dicas a exclusão, o ódio, o terror que
flagelam a Terra Santa. A AMB de-
monstrou, mais uma vez, que a me-
dicina é ciência nobre, a ciência da
vida de todos os seres humanos, que
deve eticamente ser praticada sem
discriminação de qualquer natureza,
particularmente de religião, de sexo,
de raça. A Federação Israelita do Es-
tado de Minas Gerais, pelos seus re-
presentados médicos, professores, e
demais profissionais brasileiros de
origem judaica, se congratulam com
a Diretoria da AMB, fazendo votos
que a nobre entidade continue a bri-
lhar para o bem de nosso povo, para
o bem de nosso destino comum, para
o bem da paz mundial.
José Vaintraub
Projeto Diretrizes
Agradeço o encaminhamento do
primeiro volume do livro Projeto Di-
retrizes AMB/CFM. Trabalho de fô-
lego, construído no âmbito da medi-
cina baseada nas mais recentes evi-
dências científicas ratificadas pelas
Sociedades de Especialidade, o tra-
balho é instrumento seguro para a
correta conduta médica.
Parabenizo a profícua parceria en-
tre a AMB e o CFM que resultou na
“Projeto Diretrizes”, fazendo votos
que a obra alcance a repercussão
merecida na classe médica.
Hélio Egydio Nogueira
Universidade Federal de São Paulo –
Escola Paulista de Medicina