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A Associação Médica Brasileira (AMB) tem sido

atuante em todos os assuntos que dizem respeito à

saúde pública e privada, sempre procurando con-

senso com as outras entidades médicas e em sinto-

nia com as Federadas e Sociedades de Especialidade.

Na saúde suplementar, participamos das ativida-

des que nos dizem respeito, sob a batuta do Dr. Emí-

lio César Zilli, procurando sempre o melhor para

o médico e o paciente. Neste momento, trabalha-

mos especialmente com a hierarquização e contra-

tualização da CBHPM. Nunca deixamos de convi-

dar os diferentes setores envolvidos, sem qualquer

veto. Acreditamos que a busca de soluções seja bali-

zada pelo ético, pelo cientíico, possível, factível, etc.

Sempre com sólidas argumentações e sabendo con-

viver com o contraditório. Estaremos sempre uni-

dos em busca das melhores soluções.

A saúde pública brasileira vive momentos ruins,

pois vislumbramos vieses que não interessam à saú-

de da população, especialmente a mais pobre e ca-

rente, que depende exclusivamente do sistema pú-

blico de saúde (SUS). A formação médica está em

crise, porque temos escolas médicas que não for-

mam os proissionais adequadamente, quer por ca-

rência curricular, quer por falhas na estrutura f ísi-

ca para o ensino, quer por deiciente corpo docente.

Já começamos a segunda centena de escolas. Que-

remos a quantidade adequada, mas com qualida-

de. Nosso entendimento é que o governo só pen-

sa na quantidade.

Preocupa-nos a maneira não transparente com

que o Governo Federal quer patrocinar a vinda de

médicos formados fora do Brasil. Se izerem a ava-

liação (no momento, o Revalida) para aferir conheci-

mentos, habilidades e atitudes, serão todos bem-vin-

dos. Impressiona-nos a maneira politiqueira como

importantes assuntos são tratados, por exemplo o

Provab. Não podemos concordar com o bônus (10%

dos pontos no concurso da residência médica), nem

com o modo como o programa está sendo desen-

volvido. Uma atenção básica ideal é aquela que va-

loriza os proissionais e não tem como valorizá-los

senão pelo incentivo à boa formação em medicina

de família e comunidade.

Precisamos ter condições para nos manter atu-

alizados em nossa área do conhecimento, as condi-

ções de trabalho precisam ser satisfatórias e a remu-

neração, compatível. A carreira de Estado é, neste

momento, o que mais rápido vislumbramos para

melhorar a assistência nas áreas de dif ícil acesso e

provimento. Junte-se a isso o possível envolvimento

dos hospitais universitários para interiorizar a me-

dicina, onde não se conseguir interiorizar o médico.

As questões mais cruciais da saúde pública con-

tinuam sem ser resolvidas de maneira eicaz: subi-

nanciamento, má gestão e corrupção/desvios. Fal-

ta vontade política, falta priorizar nosso bemmaior:

a saúde.

O povo brasileiro merece respeito, e a AMB

continua altiva e revigorada na luta pela dignida-

de da nossa população. Chega de ver o sofrimento

dos nossos pacientes em longas ilas de espera para

consultas, exames e cirurgias. Chega de ver emer-

gências superlotadas, com pacientes em macas no

chão, cadeiras e até no chão. Chega de ver pacien-

tes desassistidos e a ocorrência de mortes evitáveis.

VIESES DA SAúDE PúBLICA

Florentino Cardoso

Presidente da Associação Médica Brasileira

Florentino Cardoso

MAIO/JUNHO

2013 •

JAMB

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