JAMB
JUNHO/JULHO DE 2002
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a abertura do II Congresso
Brasileiro e III Congresso
Paulista de Política Médica, dias
13 a 15 de junho, em São Paulo, pro-
movido pela Associação Médica
Brasileira e a Associação Paulista de
Medicina, as principais entidades
médicas nacionais reafirmaram a
necessidade de um posicionamento
político da categoria no processo eleitoral
deste ano.
“Temos a obrigação de tomarmos uma
atitude concreta, efetiva, firme e de
competência para consubstanciar um
salto de qualidade na política de saúde
do país. A omissão é inaceitável, princi-
palmente em um ano eleitoral como este,
em que é possível intervir neste processo.
No entanto, entraremos na discussão de
forma totalmente suprapartidária”, disse
Eleuses Vieira de Paiva, presidente da
Associação Médica Brasileira, ao abrir
oficialmente o evento.
José da Silva Guedes, secretário
estadual de Saúde, que representou o
governador do Estado de São Paulo
Geraldo Alckmin; o sanitarista Pedro
Dimitrov, representando a prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy; Edson de Oliveira
Andrade, presidente do Conselho Federal
de Medicina; Héder Murari Borba,
presidente da Federação Nacional dos
Médicos; José Erivalder Guimarães,
presidente da Confederação Médica
Brasileira e Sindicato dos Médicos do
Estado de São Paulo; José Luiz Gomes do
Amaral, presidente da APM e Gabriel
David Hushi, presidente em exercício do
Conselho Regional de Medicina do Estado
de São Paulo, também participaram da
cerimônia de abertura do evento.
Para José Luiz Gomes do Amaral, “este
momento não poderia ser mais propício para
discutirmos política de saúde, já que nos
próximos meses decidiremos nosso futuro.
Não podemos mais nos manter afastados
desse processo eleitoral que se aproxima.
Vamos tomar atitudes em defesa da saúde
da nossa população”, disse.
Entidades apoiarão candidatos
AMB,CFM, CMB e Fenam defendem posicionamento da categoria no processo eleitoral
Segundo Gabriel Hushi, “a unidade e
a coesão das entidades traz enrique-
cimento às discussões e esse é um fator
muito importante para
conquistar avanços”,
destacou. O presidente
da Fenam, Héder
Borba, considera a uni-
dade da categoria algo
imprescindível. “Ou
aprendemos a fazer
política de maneira
inteligente e unificada,
ou não seremos ouvi-
dos pela população.
Acredito que estamos
no caminho certo”,
falou. “É preciso caminhar de maneira
firme no sentido de buscar a unidade nas
ações políticas”, acrescentou José Eri-
valder Guimarães. “É um momento ímpar
em que é preciso discutir os projetos
políticos e definir qual é o compromisso
que o médico bra-
sileiro tem com a
sociedade”, completou.
Pedro Dimitrov, re-
presentante da prefeita
de São Paulo, Marta
Suplicy, defendeu a
implementação do SUS,
pois o sistema atende
plenamente as neces-
sidades da população.
“Apesar de apresentar
bons resultados, é pre-
ciso obter mais recur-
sos para o sistema, pois o SUS não pode
sobreviver à custa do trabalho médico com
baixa remuneração. Este é o momento para
Abertura do II
Congresso Brasileiro e
III Paulista de Política
Médica: entidades
médicas reafirmaram a
necessidade da
categoria se posicionar
no próximo processo
eleitoral
que as entidades reivindiquem o com-
promisso dos candidatos em defesa do
SUS”, sentenciou.
José da Silva Guedes pediu o
envolvimento de toda a sociedade no sentido
de alterar os rumos da saúde no país. “Não
basta dizer o que queremos ao futuro
presidente da República. Temos que levantar
a bandeira da saúde ante a população e lutar
junto aos parlamentares para que cumpram
o seu papel. Agindo desta maneira, as
entidades médicas estarão fazendo algo que
realmente um dia poderão se orgulhar”,
comentou.
“Precisamos caminhar sempre, mesmo
correndo riscos. É por isso que estamos
aqui, para discutir qual o caminho devemos
seguir. Embora seja um pequeno passo, é o
começo de uma caminhada”, finalizou
Edson Andrade.
“N
ÃO
PODEMOS MAIS
NOS MANTER
AFASTADOS
DESSE
PROCESSO ELEITORAL
QUE
SE
APROXIMA
”.
José Luiz Gomes do Amaral,
presidente da APM.
Osmar Bustos