MEDICINA
CONSELHOFEDERAL
JAMB
12
Julho/2007
HISTÓRIA
A comunidade médica pernambucana e
nordestina celebra o encaminhamento das obras
de recuperação do Hospital Pedro II. Com esse
projeto, a estrutura hospitalar da qual faz parte
(o Complexo Hospitalar do Imip) passará a ser
a maior do Norte-Nordeste, com 720 leitos,
todos do Sistema Único de Saúde (SUS). Cer-
ca de 60% da área física será reservada ao
atendimento assistencial e os serviços entram
em funcionamento por etapas da obra – na
unidade de hemodiálise, por exemplo, as obras
iniciaram-se e estão programadas para termi-
nar em agosto, momento em que o serviço será
disponibilizado.
O Projeto de Restauro e Modernização,
promovido pelo Instituto Materno-Infantil Pro-
fessor Fernando Figueira (Imip), foi lançado ofi-
cialmente em março deste ano. E a primeira
fase, a de substituição do telhado e demolição
das construções irregulares que descaracteri-
zavam o imóvel, já teve início. Agora, estão
sendo restauradas a fachada nordeste do prédio
e a cobertura da construção.
Para o superintendente do Imip e coorde-
nador-geral do projeto, Antônio Carlos Figueira,
a importância da iniciativa vai além do resgate
da arquitetura original do prédio: “Responde-
remos a um antigo anseio de toda a comunidade
médica e pernambucana e, além disso, atende-
remos principalmente as pessoas carentes,
resgatando a importante função social deste
hospital e o seu papel de referência na medici-
na”. Trata-se, portanto, do compromisso de
reativar um patrimônio de importância reco-
nhecida na região, que por mais de um século
prestou assistência à comunidade pernambu-
cana, formando ainda milhares de profissionais
de saúde que constituíram os conceituados
nomes da medicina do estado.
O conselheiro federal representante de Per-
nambuco, Roberto Tenório, ressalta a importân-
cia educacional e histórica do Hospital Pedro
II. Como o hospital era instituição agregada à
universidade federal de medicina, parte expres-
siva dos médicos que se formaram no Nordeste
são dali procedentes, além de ser berço de for-
mação de médicos do Centro-Oeste e Norte
do país. Tempos após transferiram a atividade
hospitalar para o
campus
e o hospital ficou
servindo a outras atividades relacionadas a
serviços públicos. Houve interesse de um grupo
português em instalar um
shopping center
no
local, mas o Imip reivindicou um projeto que
mantivesse aquelas instalações voltadas ao tradi-
cional propósito da medicina. “No bojo desse
projeto está justamente a intenção de preser-
var a memória da medicina pernambucana e
reintegrar o hospital ao atendimento da popu-
lação mais carente, no âmbito do Sistema Único
de Saúde, ao qual serve o Imip. Por isso, todas
as entidades médicas de Pernambuco apóiam
o projeto”, disse Tenório.
Obras
As obras abrangem uma área de 19,5 mil
metros quadrados, distribuídos em três andares,
e o projeto inclui a construção de uma escola
politécnica de saúde, de um grande centro de
convenções e do memorial da saúde materno-
infantil professor Fernando Figueira. A escola
politécnica terá a missão de formar técnicos de
saúde de nível médio para suprir o pólo médico
pernambucano e as necessidades da rede públi-
ca de saúde; o centro de convenções, com
potencial para acomodar 1.500 pessoas em
eventos nacionais e internacionais, vai reforçar
o papel do Recife como um dos mais impor-
tantes centros médicos; e o memorial da saúde
vai reunir um dos mais importantes acervos
históricos do país, fruto do trabalho profícuo
do mestre cujo nome serve à instituição: profes-
sor Fernando Figueira.
Antônio Carlos Figueira explica que o
acervo passará a existir a partir de uma cam-
panha para angariar antigos objetos e fotos do
Hospital Pedro II, constituindo um local ade-
quado para a conservação e exposição dos
mesmos. “Será um espaço para celebrar a
história do hospital e da medicina pernambu-
cana”, sintetiza.
Hospital patrimônio histórico e médico
de Pernambucano será reativado