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JANEIRO/FEVEREIRO 2009

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de Centros de Atenção Psicossocial

- CAPS específicos e a ampliação

da assistência à saúde bucal com

implantação de novos Centros

de Especialidades Odontológicas

– CEO. Além disso, vamos

fortalecer a atenção integral à saúde

da mulher, do homem e da criança.

JAMB - Um sério problema era a

falta de informatização no setor.

O Sr. conseguiu resolver essa

questão?

Brito - Lamentável dizer que a

terceira capital brasileira tinha uma

saúde precária e absolutamente

desprovida dessa tecnologia.

Investimos pesadamente nesse

quesito e hoje todas as 134 unidades

que compõem a atenção básica já

estão informatizadas com controle

na dispensação de medicamentos,

gerando uma economia de 35%.

Iniciamos este mês o agendamento

de consultas especializadas a

partir das unidades de saúde com

disponibilidade de 50% da agenda

dos prestadores. Essa ação vai

permitir que o cidadão, após ser

atendido na Unidade Básica, PSF

ou UPA, já saia da unidade com a

sua consulta especializada com dia

e hora marcados, se possível o mais

próximo da sua residência. Criamos

vários outros programas como

o NOTIFIQUE (notificação de

agravos da dengue), o NUTRINET

(controle e dispensação de leite aos

pacientes com alergia à proteína

do leite de vaca), o FROTANET

(para controle da frota de veículos –

quilometragem e revisão).

JAMB - E o programa saúde da

família? Como está? Continua

terceirizado?

Brito - A terceirização terminou

exatamente quando assumimos a

gestão e, de uma hora para outra,

tivemos que gerir não somente o

PSF, mas também os CAPS e CEOs.

Foi um enorme desafio gerenciar

tudo isso sem estrutura apropriada

da Secretaria, mas como disse antes,

a motivação foi geral, dos servidores

e trabalhadores desses programas.

Assumimos o compromisso de

realizar concurso público com

vencimentos atrativos e implantar o

PCCS na área da saúde no segundo

semestre de 2009. O projeto de lei

criando os cargos e o PCCS será

encaminhado para votação na

Câmara Municipal no primeiro

semestre.

JAMB - O senhor sempre

defendeu que saúde é

apartidária. Está conseguindo

realizar o trabalho que deseja

longe dos debates políticos?

Brito - Esse é o nosso entendimento.

Durante a campanha eleitoral

nenhum servidor da saúde

municipal foi abordado para

votar no prefeito, cuja reeleição

– que terminou se concretizando

–, representaria a possibilidade

de continuidade dessa gestão. Na

nomeação de cargos de confiança,

definimos que o critério técnico

se sobrepõe à indicação política e

temos conseguido administrar essa

questão sem problemas.

JAMB - Qual o orçamento da

Secretaria Municipal de Saúde

para este ano? É suficiente?

Brito - Salvador, apesar de ser

a terceira capital no número

de habitantes, é a penúltima na

arrecadação per capita e isso reflete

no montante do tesouro aplicado

na saúde. O desafio da nova gestão

municipal é melhorar a arrecadação

de impostos, o que necessariamente

aumentaria o montante aplicado

na saúde, mas estou preocupado

com a crise financeira e a retração

econômica desse ano.

JAMB - Existe diálogo entre as

secretaria municipal e o governo

do Estado?

Brito - O SUS se baseia na interação

entre as três esferas: União, Estados

e Municípios. Salvador habilitou-se

para a gestão plena em 2006 e todos

os hospitais públicos, cinco UPAS

e a central de regulação de leitos

estão sob gestão estadual. Nessa

gestão que se inicia, vamos nos

preparar para assumir os hospitais

de pequeno porte e a central de

regulação de leitos.

JAMB - Como está a relação

entre os gestores e os médicos

que atendem a rede pública de

Salvador?

Brito - A relação é de muita

confiança, e agradeço sinceramente

a consideração que os colegas

têm dispensado à nossa gestão,

entendendo as dificuldades

encontradas, o apreço que tenho

por eles e a disposição de cumprir

aquilo que acordamos, que é

implantar um plano de carreira

com vencimentos dignos. Indo ao

encontro do pensamento da AMB,

é fundamental que os profissionais

sintam-se atraídos pelo serviço

público e isso passa necessariamente

por uma carreira, como é no

Judiciário, Ministério Público e

outras instituições públicas.

JAMB - E a opinião da população?

O Sr. temuma avaliação antes e

após o trabalho iniciado emabril

do ano passado?

Brito - Antes de assumir a Secretaria,

a saúde ocupava o primeiro lugar em

críticas da população. O PAB (Piso

de Atenção Básica), que traduzia

a produção das unidades de saúde,

chegou ser de R$ 700.000,00 em

março, uma produção pífia e

um verdadeiro estado de apagão.

Com a recomposição das equipes

de profissionais e a melhor

atuação do PSF, o PAB de maio

foi R$ 2.000.000,00 (praticamente

triplicou), demonstrando a melhora

do atendimento.

Além disso, inauguramos Unidades

de Saúde da Família cujas obras

estavam paralisadas, inauguramos

o primeiro Centro de Atenção à

Saúde do Homem, com foco na

cardiologia e urologia e o programa

de atendimento a pacientes vítimas

de parada cardíaca em via pública,

com aplicação de desfribriladores

externos automáticos – DEA. Todo

esse conjunto de ações melhorou a

avaliação da saúde.