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JANEIRO/FEVEREIRO 2009
José Carlos Raimundo Brito, 1º
vice-presidente da AMB e ex-
presidente da Associação Bahiana
de Medicina, assumiu o cargo de
Secretário Municipal de Saúde de
Salvador em abril do ano passado.
Formado pela Escola de Medicina
e Saúde Pública da Universidade
Católica de Salvador, em 1976,
especializou-se em cardiologia
e hemodinâmica, e hoje atua
nos serviços de hemodinâmica e
cardiologia intervencionista dos
Hospitais Santa Izabel e Português.
Nesta entrevista ao Jamb, fala de
seus desafios enfrentados na área da
saúde pública.
JAMB - O Sr. assumiu em abril do
ano passado. Hoje, nove meses
depois, que balanço poderia
fazer do trabalho realizado?
Brito - Positivo. Avançamos
em todos os aspectos da gestão.
Destacaria inicialmente o
resgate da credibilidade da
Secretaria em relação aos
fornecedores, prestadores de
serviço e profissionais da saúde.
Atravessamos o período eleitoral
sem sobressaltos ou solução de
continuidade na assistência.
Também conseguimos motivar
o quadro de servidores e isso foi
fundamental para alcançarmos os
nossos objetivos. Foi um verdadeiro
mutirão para a melhoria da saúde.
JAMB - Naquela época, o
prefeito João Henrique Carneiro
decretou estado de emergência
na saúde pública de Salvador.
Hoje há algum risco disso
ocorrer novamente?
Brito - Nenhum risco. Naquele
momento a saúde do município
estava na “UTI” e a decretação
do estado de emergência foi o
instrumento que permitiu agilizar
ações e transpor a lentidão da
burocracia própria do serviço
público. Permitiu também a
realização de processo seletivo
simplificado (por análise curricular)
para suprir 358 vagas nas unidades
de saúde e a reforma emergencial de
32 unidades com maior demanda.
JAMB - Quais os principais
problemas encontrados na área
da saúde de Salvador e seus
principais desafios?
Brito - O Programa de Saúde da
Família - PSF, além da cobertura
insuficiente, estava praticamente
parado e as Unidades de Pronto
Atendimento - UPAS operando
em estado crítico, com grande
déficit de profissionais, sem
resolutividade, causando
sobrecarga nas emergências dos
hospitais públicos. Além disso,
encontramos os profissionais de
saúde desmotivados e muitos
abandonaram os seus postos de
trabalho após a decisão judicial que
acabou com a terceirização do PSF.
Temos muitos desafios pela frente.
O nosso planejamento plurianual
de gestão vai priorizar inicialmente
ações voltadas para a atenção básica,
focando o PSF, tendo como meta
passar dos 18% atuais para 60% de
cobertura ao final de quatro anos. O
sistema de atendimento às urgências
e emergências tanto móvel, que é
o SAMU, quanto o pré-hospitalar
fixo, que são as UPAS, será também
ampliado com a construção de
novas unidades. Também está
prevista a ampliação da atenção
à pacientes com transtornos
mentais e usuários de álcool e
outras drogas, com a construção
ENTREVISTA
Divulgação/ABM
EmSalvador, saúde pública
é trabalhada comseriedade