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JAMB - JAN/FEV - 2006

Radioisótopos:

fim do monopólio

Em 2006, o presidente da AMB,

José Luiz Gomes do Amaral, será o

representante das entidades médi-

cas no Conselho Nacional de

Saúde (CNS). Atualmente, o CNS

conta com 40 membros, sendo que

a classe médica é representada

pela Associação Médica Brasileira,

o Conselho Federal de Medicina e

a Federação Nacional dos Médicos,

em sistema de revezamento a cada

ano nas funções de titularidade e

suplência. Este ano o titular será o

presidente da AMB, tendo um

representante da Fenam como

primeiro suplente e outro do CFM

como segundo.

Nos dias 7 a 9 de janeiro, Amaral

participou da 162ª reunião ordiná-

ria do Conselho em Brasília, encon-

tro que marcou a posse dos novos

conselheiros. Um dos grandes

desafios para o Conselho Nacional

de Saúde este ano será a regula-

mentação da Emenda Constitu-

cional 29, definindo os critérios

para o financiamento do Sistema

Único de Saúde nas três esferas

de governo. A votação do orça-

mento de 2006 é outra preocupa-

ção, tendo em vista as tentativas

do governo federal de transferir os

recursos do Ministério da Saúde

para outros projetos sociais.

Conforme o Decreto 99.438/90,

entre as competências do CNS

estão deliberar sobre formulação de

estratégia e controle da execução

da política nacional de saúde em

âmbito federal; manifestar-se sobre

a política nacional de saúde; opinar

sobre a criação de novos cursos

superiores na área de saúde; e

aprovar os critérios e valores para

a remuneração dos serviços e os

parâmetros de cobertura assis-

tencial; além de acompanhar e

controlar as atividades das insti-

tuições privadas de saúde. Mais

informações sobre o CNS no

site

http://conselho.saude.gov.br

.

AMB representa a

classe no Conselho

Nacional de Saúde

No dia 8 de fevereiro, em sessão

solene, o Congresso Nacional concedeu

uma vitória esperada há três anos pela

medicina brasileira, ao promulgar a Emen-

da Constitucional 49, permitindo à ini-

ciativa privada produzir e comercializar

radioisótopos de meia-vida igual ou

inferior a duas horas. Essas substâncias

são usadas na medicina para detectar, em

estágio inicial, doenças inflamatórias,

neurológicas, metabólicas e infecciosas,

câncer e problemas cardíacos.

Os presidentes da Associação Médi-

ca Brasileira e do Conselho Federal de

Medicina, José Luiz Gomes do Amaral e

Edson de Oliveira Andrade, respecti-

vamente, representaram a classe médica

na sessão, assim como o ex-presidente

da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, espe-

cialista emMedicina Nuclear; o 1º secre-

tário da entidade, Aldemir Humberto

Soares; José Carlos Almeida, da Socie-

dade Brasileira de Urologia; e Vera

Guimarães, da Sociedade Brasileira de

Endocrinologia e Metabologia.

“Meia-vida curta significa que essas

substâncias se deterioram rapidamente,

por isso precisam ser produzidas próxi-

mas aos pacientes”, explicou Aldemir

Soares, que também presidiu o Colégio

Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico

por Imagem de 1999 a 2005. O 1º secretá-

rio da AMB contou que o pet-scan, uma

das técnicas mais modernas de diagnós-

tico, hoje está disponível apenas em

alguns hospitais de São Paulo e do Rio

de Janeiro, justamente pela escassez dos

radioisótopos. “A Emenda 49 cria um

mercado competitivo nesta área, que

envolve altos custos e não precisará

mais se limitar aos recursos do governo”,

completouAldemir Soares.

O novo dispositivo da Constituição

exclui do regime monopolista da União

apenas uma pequena parcela de materiais

radioativos, destinada a uso médico,

agrícola e industrial. Com isso, a EC 49

possibilita o desenvolvimento tecnológico

nacional na área da saúde e afins, sem pre-

juízo para a segurança da utilização da ener-

gia nuclear. Aprovada pelo plenário da

Câmara dos Deputados no dia 1º de feve-

reiro por larga maioria, a proposta trami-

tava no Congresso desde março de 2003.

Sessão solene no Congresso Nacional: aprovação da EC 49

Foto: Márcio Arruda/CFM