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JAMB

JANEIRO/FEVEREIRO DE 2001

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irmar um pacto pela saúde e esclarecer aos

gestores e prestadores de serviço da área sobre o

SUS e sua extensão e profundidade. Foi com este

objetivo que prefeitos e secretários municipais de Saúde

e entidades médicas reuniram-se na sede APM no último

dia 20 de dezembro. Participaram também do encontro o

presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva; o governador

interino do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; o se-

cretário estadual de saúde, José da Silva Guedes e o se-

cretário municipal de São Paulo, Eduardo Jorge.

Segundo o presidente da APM, José Luiz Gomes do

Amaral, é importante que o médico conheça o SUS e seus

benefícios para que ele deixe de ser uma utopia e trans-

forme-se em realidade. “Construí-lo no papel e fazê-lo

avançar, aperfeiçoando-o e moldando-o às necessidades

particulares das diversas regiões do país, exige união de

esforços. É necessário um pacto entre os grupos diver-

gentes para buscar soluções técnicas e humanas para que

amunicipalização dê certo”, afirma José Luiz. Assimcomo

ele, Eleuses Vieira acredita que, apenas com a implanta-

ção do SUS, será possível oferecer um atendimento digno

à população. “É preciso que exista política de saúde e não

política na saúde, independente das ideologias de cada

um. A idéia é de se ter um ponto em comum entre todos

os segmentos partidários e o SUS deverá funcionar como

elemento aglutinador”. E completa: “Acredito que mais

do que criticar, temos que fazer um movimento pró-ativo

para que se melhore a qualidade assistencial no Brasil.

Para isso, é preciso promover a saúde abrindo espaço para

discussões”, diz. Pensando nisso, Eleuses propôs que, a

cada 60 ou 90 dias, sejam feitas outras reuniões para de-

bater os principais problemas da saúde e apresentar su-

gestões para solucioná-los.

Pacto em favor da saúde

Já o secretário da Saúde do

município de São Paulo, deputa-

do Eduardo Jorge (PT), está ci-

ente dos problemas e das dificul-

dades que terá de enfrentar na

transição do PAS (Plano de Aten-

dimento à Saúde) para o SUS,

mas acredita que, com a implan-

tação do sistema, São Paulo dará

uma contribuição importante

para o País em termos de

melhorias à saúde pública. “O fim

do sistema de cooperativa do PAS

e a municipalização é complica-

do do ponto de vista jurídico, fun-

cional e afetivo - referindo-se à

divisão da secretaria entre os par-

ticipantes e os não-participantes

do PAS– mas a universalização e

a interiorização da assistência propostos pelo sistema são

os responsáveis pela mudança e sensível melhora nos

índices de saúde do país”, explica

O secretário recusa-se a estabelecer um prazo para con-

solidar esse processo. “A transição será feita no período ne-

cessário levando-se em conta as questões legais, os traba-

lhadores de saúde envolvidos e, principalmente, os interes-

ses dos cidadãos. Posso garantir que haverá muita calma,

paciência e diálogo para não causar nenhuma turbulência,

atropelo, perseguição e prejuízo à população”, diz.

Eduardo Jorge ainda comenta que o PT não possui ne-

nhum programa de saúde e que irá apenas cumprir a

constituição. Entre as áreas prioritárias estão as unidades

básicas, a implantação do Programa de Saúde da Família, a

modernização da gestão hospitalar, a divisão da cidade em

distritos sanitários e, ainda, a integração da região metro-

politana. “Nossa filosofia é trabalhar em conjunto com a

prefeitura, governos estadual e federal e o Ministério da

Saúde para que juntos possamos obter sucesso no proces-

so de minicipalização da cidade de São Paulo”.

Apesar dos inúmeros problemas, o governador em exer-

cício do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, é otimista

pois, segundo ele, houveramavanços. “A aprovação da PEC

(Proposta de Emenda Constitucional), o Programa de Saú-

de da Família e o Programa Dose Certa, referente à medica-

mentos, são exemplos disso. Estamos dando passos signifi-

cativos e caminhando corretamente. A municipalização

vai se consolidar trazendo bons resultados para todos”.

Sede da Associação Paulista de Medicina: entidades médicas, prefeitos e

secretários de saúde discutem o Sistema Único de Saúde

Osmar Bustos