Entrevista
vemos exigir que os programas
de residência confrontem seus
jovens médicos com novas tec-
nologias. Mas, daí, emergem
dois problemas: o primeiro é a
abertura de novos programas
de residência médica, à revelia
da associação, pautados por cri-
térios mais políticos do que téc-
nicos. O segundo problema é a
falta de estrutura nos serviços
que pretendem acolher os no-
vos profissionais. Cabe aos go-
vernos criar condições logísti-
cas para que esses profissionais
possam se distribuir ampla-
mente pelo território nacional.
A otorrinolaringologia moder-
na incorporou muita tecnolo-
gia, tanto no diagnóstico como
nos procedimentos. É óbvio que
o jovem egresso da residência
irá buscar um posto de traba-
lho, preferencialmente, em cen-
tros que possibilitem colocar
em prática todo o seu vasto co-
nhecimento acumulado.
JAMB: A atual qualificação
do programa de residência
no país é satisfatória?
SS:
Sim, ela é abrangente e es-
pecializada. A Comissão de Trei-
namento e Residência (CTR) da
ABORL-CCF tem um papel fun-
damental na promoção perió-
dica de ajustes necessários para
explorar os três anos de for-
mação de um especialista, seja
na forma de residência médi-
ca, com programa credencia-
do pelo Ministério da Educação
(MEC), seja via especialização,
com programa credenciado
pela ABORL-CCF. A formação do
especialista abrange toda a área
da Otorrinolaringologia, envol-
vendo métodos diagnósticos
avançados e terapêuticos espe-
cializados, associados à pesqui-
sa básica e aplicados à nossa
especialidade. O ensino da Ima-
ginologia em Cabeça e Pescoço
também é umdiferencial que se
busca na formação desses pro-
fissionais. (Resposta redigida
em parceria com o Prof. Dr. Ge-
raldo P. Jotz, presidente da CTR).
JAMB: Em que nível podemos
situar a otorrinolaringologia
exercida hoje no Brasil
comparada a outros países?
Está suficientemente
desenvolvida?
SS:
Não tenho dúvidas de que, as-
sistencialmente, a otorrinolarin-
gologia brasileira está na van-
guardamundial da especialidade.
Por outro lado, no âmbito acadê-
mico e das publicações, apesar
de contarmos com ilhas de exce-
lência, no geral, percebo que os
trabalhos científicos têm uma
participação tímida no cenário
mundial. Um dos nossos proje-
tos mais ambiciosos é a interna-
cionalização da ABORL. Já temos
nosso gabarito técnico-científi-
co reconhecido globalmente, po-
rém, como associação, não pos-
suímos amesma visibilidade.
JAMB: De que forma a
ABORL atua em defesa
da especialidade?
SS:
A ABORL-CCF tem feito pes-
quisas regulares para saber
quais as necessidades e priori-
dades de nossos associados. O
tema da defesa profissional está
sempre entre aqueles de maior
anseio, e, já há algum tempo, em
diretorias anteriores, a associa-
ção vem trabalhando nesse sen-
tido. O objetivo de nossa gestão
é dar continuidade às ações já
em andamento, bem como apri-
morar e implementar outras
que consolidem nosso trabalho
em prol da defesa de nossa es-
pecialidade.
MARÇO/ABRIL
2015
■
JAMB
■
5