A Associação Médica Brasileira
(AMB) está cada vez mais atuante,
vibrante e representativa. Do pon-
to de vista administrativo, está or-
ganizada e tem procurado ajudar
várias federadas que nos procu-
ram, com o objetivo de trabalhar
com mais direcionamento, mais
recursos e com responsabilidades
definidas. Estamos cada vez mais
próximos de nossas sociedades de
especialidade, seja no Conselho
Científico, nas reuniões de diretoria
de defesa profissional e da CBHPM,
ou no Conselho Deliberativo, seja
no cotidiano da AMB. Queremos
ampliar ainda mais a participação
de federadas e sociedades de espe-
cialidade.
Há enormes dificuldades no
exercício da medicina, pois a cri-
se na saúde tem sido agravada
pelo continuado subfinanciamen-
to, pela gestão mal qualificada e
pela corrupção. Os governos não
têmpriorizado o setor, e as agruras
da população só aumentam, espe-
cialmente neste momento, com a
diminuição de recursos e o suca-
teamento de unidades de saúde,
incluindo hospitais de urgência e
de emergência. Há, inclusive, cri-
se nos hospitais universitários fe-
derais, por falta de repasse de re-
cursos suficiente paramanter seus
custos.
Mortes evitáveis continuam
ocorrendo. A superlotação é uma
constante. Uma epidemia de
dengue assola regiões ricas do
Brasil (como a cidade de São Pau-
lo e outras cidades paulistas), o
sarampo ressurge no Ceará. A
quantidade de casos de tubercu-
lose multirresistente e de hanse-
níase é assustadora.
Continua o trabalho intenso
pela formação médica, seja na gra-
duação seja na pós-graduação (re-
sidência médica). Identificamos
o governo federal na contramão
desse objetivo, pois é preocupante
a abertura desenfreada de escolas
médicas, muitas sem o imprescin-
dível preenchimento de critérios
para a formação de qualidade (es-
trutura física, grade curricular, cor-
po docente). Destaca-se a seleção
de cidades para sediar escolas mé-
dicas, em algumas das quais não
há médicos em número suficien-
te ou com boa formação, e a estru-
tura de saúde é precária. Na CNRM
(Comissão Nacional de Residência
Médica), observamos a nefasta in-
tromissão do Ministério da Saúde,
desrespeitando, inclusive, a legis-
lação e as normas. Desejampassar
um rolo compressor e aprovar mu-
danças à revelia da lei, da norma
e do regimento. Até quando? Es-
peramos que as mudanças recen-
tes no Ministério da Educação mu-
demessa prática!
O desejo de trabalhar cada
vez mais em harmonia dentro do
sistema associativo persiste, as-
sim como junto a outras entida-
des médicas.
No contexto mundial, o Bra-
sil conseguiu vitoriosa inserção
na Associação Médica Mundial
(WMA), elegendo, em abril de 2015,
o diretor Miguel Jorge como coor-
denador do Comitê Médico-Social,
o qual julgamos ser o de maior vi-
sibilidade. Além disso, deveremos
conduzir dentro da WMA a discus-
são sobre o tema envelhecimento.
Preocupa-nos o crescimento des-
se contingente populacional, sem
o devido cuidado das autoridades.
Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira
Palavra do presidente
Nossas diretoria científica, socie-
dades e consultoria externa possi-
bilitarão que realizemos um exce-
lente trabalho, comcerteza.
A luta é árdua, cansativa, preo-
cupante e desgastante, mas não
nos desviaremos da contumaz de-
fesa da saúde, da medicina e do
médico. A boa saúde, a boa medici-
na e o bommédico são nossos prin-
cípios. Desvios éticos não encontra-
rão guarida na AMB, e lutaremos
pelos nossos ideais e objetivos, per-
seguindo sempre o bom exercício
profissional, alicerçado na verdade.
Esta, que sabemos ser filha do tem-
po, e não da autoridade.
Somos um time de pessoas
empenhadas, que está sempre
aberto a todos que queiram juntar-
-se a nós por essa boa causa e nos
ajudar a fazer o melhor naquilo a
que nos propomos. Compareçam,
participem, opinem, tragam críti-
cas construtivas e nos ensinem a
caminhar sempre pelo bom cami-
nho, sem vieses. E, caso percebam
que não estamos indo na direção
certa,corrijamnossa rota.
A AMB é forte e, quando es-
tamos unidos, ela é ainda mais.
A saúde é nosso bem maior e o
povo brasileiro merece respeito.
Vamos adiante.
Crédito:AMB
MARÇO/ABRIL
2015
■
JAMB
■
3