JAMB
MARÇO/ABRIL DE 2001
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ESCOLA RIB. PRETO
ACESSE
NOSSO SITE
www.amb.org.brm docu-
mento assi-
nado pela
Associação Médica
Brasileira, endossa-
do pelo seu conjun-
to de Especialida-
des, Conselho Naci-
onal de Saúde, Idec,
Procon e Conselho
Federal de Medici-
na, foi encaminha-
do à ANS – Agência
Nacional de Saúde
Suplementar con-
testando a resolu-
ção 41, que definiu
uma lista de 434
procedimentos de
alta complexidade,
excluindo assistência a pa-
cientes portadores de doen-
ças preexistes.
O documento, além de não
concordar com as exclusões,
reivindica junto ao órgão go-
vernamental a participação
das Sociedades de Especiali-
dade na discussão do rol de
procedimentos através de Câ-
maras Técnicas.
“Queremos que a ANS dê
oportunidade às Especialida-
des para discutir
esses procedi-
mentos que fo-
ram objetos de
exclusão. É ne-
cessário também
aprofundar as
discussões sobre
alta complexida-
de e principal-
mente debater os
critérios utiliza-
dos para que os procedimen-
tos fossem elencados”, afir-
mou Eleuses Paiva, durante a
reunião do Conselho Científi-
co, dia 29 de março, na sede
da AMB, que teve como pauta
única a resolução da ANS.
“Na maioria dos procedi-
mentos ficou claro que para
definir o que é alta complexi-
dade a ANS levou em conside-
ração apenas os custos, es-
quecendo-se dos benefícios
proporcionados aos pacien-
tes”, reclamou Luiz Karpovas,
representante do Colégio Bra-
sileiro de Radiologia. “Ficou
evidente que o custo foi fator
primordial para a elaboração
das exclusões. Pela lista, a
Nefrologia, por exemplo, não
existe, pois todos os seus pro-
cedimentos foram elencados”,
completou João Egídio Ro-
mão Júnior, presidente da So-
ciedade Brasilei-
ra de Nefrologia.
O presidente
da Sociedade
Brasileira
de
Anestesiologia,
Renato Castro
também criticou
os critérios utili-
zados para a ela-
boração da lista.
“Tudo o que é
novo foi cortado e isso é um
absurdo. Até o tratamento
para dor foi incluído. Gostaria
de saber quais foram os crité-
rios utilizados”, sentenciou.
Para a presidente da Socie-
dade Brasileira de Genética Clí-
nica, Antonia Paula de Faria,
procedimentos simples foram
incluídos na resolução da ANS
como alta complexidade. “Co-
mo foram excluídos, só posso
Científico contesta
resolução da ANS
Entrevista coletiva à imprensa: esclarecimentos necessários à população
A partir de agora, os médi-
cos brasileiros passam a con-
tar com um assento no Con-
selho Superior, órgão supre-
mo da Associação Médica
Mundial. Com a eleição da As-
sociação Médica Brasileira
para integrar o Conselho –
biênio 2001/2002 - a América
do Sul conta agora com dois
países representantes na enti-
dade: Brasil e Bolívia.
“Ocupar um assento no
Conselho garante ao País o di-
reito de votar e também de
apresentar propostas para se-
rem votadas”, explica Aldemir
Humberto Soares, secretário-
geral da AMB.
Além da Associação Médi-
ca Brasileira, representando
todos os médicos brasileiros,
também foram escolhidos
Brasil ganha mais força na
Associação Médica Mundial
como novos integrantes do
Conselho as Associações Mé-
dicas da África do Sul, Norue-
ga, Finlândia e Holanda.
O Conselho da Associação
Médica Mundial é composto
por 18 lugares e apenas três
países possuem mais de um
assento: Estados Unidos (3
lugares), Alemanha e Japão
(2 lugares). Os demais países
que integram o órgão são:
Brasil, Inglaterra, Canadá,
Bolívia, França, Israel, Coréia,
Noruega, África do Sul, Fin-
lândia e Holanda. A próxima
reunião da entidade está
marcada para o dia 3 de
maio, em Divonne-les-Bains,
na França, e será a primeira
em que a Associação Médica
Brasileira estará integrando o
Conselho.
Documento
com a posição
das entidades
foi entregue
para a ANS
entender que minha avaliação
clínica e meu estetoscópio são
considerados alta complexida-
de”, considerou.
Entendendo que o maior
prejudicado com essa resolu-
ção é o paciente, já que paga
por algo que não pode utili-
zar, as entidades decidiram
realizar, no dia 3 de abril, tam-
bém na sede da Associação
Médica Brasileira, uma coleti-
va à imprensa no sentido de
esclarecer a população sobre
a gravidade da situação, caso
a resolução seja mantida.
Além da Associação Médica
Brasileira, participaram do
evento representantes das Es-
pecialidades, Conselho Naci-
onal de Saúde, Idec, Procon e
CRM-SP.
As entidades também enca-
minharam à ANS duas notifi-
cações judiciais reivindicando
a imediata suspensão da reso-
lução enquanto não termine a
consulta pública e que sejam
discutidos e revisados todos os
procedimentos incluídos na
resolução 41.
“É importante deixar claro,
caso essa resolução continue
vigorando, que a ANS deverá
ser a única responsável pelos
inevitáveis problemas que se
sucederão”, finalizou Paiva.
Programa de Interiorização
tem 7 candidatos por vaga
Osmar Bustos
Lançado no mês passado
pelo Ministério da Saúde, o
Programa Interiorização da
Saúde, que pretende levar
médicos e enfermeiros a mu-
nicípios carentes, teve suas
inscrições encerradas no fi-
nal do mês. Como resultado,
foram realizadas 15.364 ins-
crições, sendo 13.015 para
enfermeiros e 2.349 para mé-
dicos. Cada uma das 150 va-
gas está sendo disputada por
7 médicos, enquanto que
entre enfermeiros esse núme-
ro sobe para 30. Do total de
médicos, 1.310 são homens
e 1.039 mulheres.
O estado com o maior nú-
mero de inscritos foi São Pau-
lo, com 2.947 enfermeiros e
355 médicos. Em segundo lu-
gar apareceu o Rio de Janei-
ro, com 436 médicos e 1.610
enfermeiros. Segundo o Mi-
nistério da Saúde, o resulta-
do final dos selecionados se-
ria divulgado até meados de
abril e a previsão de início do
trabalho no mês de maio. Os
médicos selecionados, além
do salário de até R$ 4.500,00,
também receberão como
benefício acomodação e
transporte.
Os médicos trabalharão
em municípios onde a taxa
de mortalidade é alta: 80/
1000, acima de média naci-
onal que é de 42 por mil nas-
cidos vivos. Para definir as
cidades beneficiadas pelo
programa, o Ministério da
Saúde cruzou dados sobre
áreas de incidência de han-
seníase, malária e tubercu-
lose, além do nível de po-
breza. O prazo de perma-
nência dos profissionais no
município é de um ano,
mas poderão ser recondu-
zidos ao cargo por igual pe-
ríodo ao final do primeiro
contrato. O programa re-
cebeu o apoio da Associa-
ção Médica Brasileira e do
Conselho Federal de Medi-
cina, sendo que os vice-pre-
sidentes Neri João Botin e
Samir Dahas Bittar são os
representantes das entida-
des na Comissão formada
para o acompanhamento
do programa.