O
mundo está
on-line
e nossa pre-
sença cada vez mais frequente
nas redes sociais só reforça esse
novo modo de existir: frenéti-
co e instigante. Constantemente
checamos o Facebook, interagimos no Twit-
ter, postamos fotos no Instagram, nos diver-
timos no YouTube.
No Brasil, um país com mais de 94,2 mi-
lhões de internautas, as mídias sociais já se
estabeleceram como veículos de comunica-
ção. Foi-se o tempo em que os plantões de
TV eram os portadores de notícias em pri-
meira mão. É um caminho sem volta.
Todavia, por ser um fenômeno recente,
os comportamentos nesse ambiente ainda
estão se definindo, o que explica os excessos
e equívocos cometidos com certa frequên-
cia. A mesma velocidade que agiliza o aces-
so a informações relevantes também pode
gerar prejuízos, permitindo que
posts
ou co-
mentários danosos se espalhem rapidamen-
te pela rede.
Tanto quanto outras categorias profissio-
nais, médicos, enfermeiros e profissionais de
saúde em geral enfrentam atualmente um di-
lema de personalidade digital. Afinal, como
Ética e etiqueta em redes
sociais para a área médica
se comportar nas redes sociais? É possível se-
parar o pessoal do profissional? Relacionar-
-se com pacientes sem correr riscos éticos e
de interpretação? Brincar com o cotidiano
sem afetar sua credibilidade no momento de
abordar assuntos mais sérios?
Foram essas as principais dúvidas que
buscamos responder no seminário sobre Éti-
ca e Etiqueta nas Redes Sociais para Área
Médica, voltado aos profissionais da saúde
do Hospital das Clínicas da USP, no mês de
abril. Trata-se do segundo encontro realiza-
do com esse objetivo, e certamente outros vi-
rão, pois o tema assume relevância na agenda
da categoria.
O fato é que o mundo
on-line
não está se-
parado do mundo real. Na verdade, ele im-
põe uma responsabilidade ainda maior, por-
que o relacionamento nas redes é direto, sem
filtros como em outras mídias. A criação de
uma dupla personalidade do usuário pode,
sim, comprometer, às vezes de forma irrever-
sível, não somente sua reputação pessoal, so-
cial ou profissional, mas também a de outros
perfis. Sendo assim, a educação, o bom senso
e a ética valorizados no mundo real devem
valer igualmente para o mundo virtual.
24
•
JAMB
•
março/abril
2014