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JAMB - MAI/JUN/JUL - 2006
Para o presidente da Associação
Médica Brasileira, José Luiz Gomes do
Amaral, a implantação da CBHPM no
intercâmbio nacional entre as Unimeds
foi uma decisão importante.
“À medida que as Unimeds conti-
nuam utilizando antigas tabelas em
paralelo à CBHPM, cria-se uma dificul-
dade operacional a mais para o sistema
que, se mantida por muitos meses,
poderá gerar resistência à Classificação,
ao invés de facilitar sua implantação”,
explicaAmaral.
Dessa forma, o presidente ressal-
ta que a postura da Unimed do Brasil
precisa ser rapidamente seguida
pelas singulares, “caso contrário não
teremos a evolução desejada do
sistema mais aperfeiçoado, que é a
CBHPM”.
A fim de evitar este retrocesso, a
Comissão Nacional de Consolidação e
Defesa da CBHPM incentiva as Comis-
sões Estaduais a dinamizar as nego-
ciações com cada singular. Segundo
Florisval Meinão, coordenador nacional,
“é essencial que os líderes do movi-
mento trabalhem ao lado das diretorias
das Unimeds, buscando soluções para
dificuldades pontuais”.
Códigos e valores
“Acredito não haver qualquer
obstáculo para que a codificação e a
nomenclatura da CBHPM sejam
adotadas por todas as singulares,
tornando-se a linguagem referencial
em todo o sistema Unimed”, afirma
Amaral. “No entanto, os valores
também precisam ser adequados, caso
contrário será comprometida a
hierarquização”, pondera Meinão.
Ambos concordam que é funda-
mental a aplicação de um reajuste
gradativo dos valores hoje praticados,
principalmente os inferiores à banda
mínima da CBHPM (redutor de 20%),
até a implantação definitiva dos valo-
res da Classificação.
Segundo o coordenador da Comissão
Nacional, as entidades médicas conti-
nuam à disposição da Unimed do Brasil
para auxiliá-la na busca por alternativas
em relação aos custos. “Amaior parte dos
valores pagos aos médicos pelas segu-
radoras, por exemplo, corresponde à
CBHPM”, diz Meinão. “As Unimeds não
podem ficar alheias a este fato”.
O diretor de Defesa Profissional da
AMB, Roberto Queiroz Gurgel, reforça
que “a Unimed é dos médicos e, por
isso, tem como função primordial
defender os interesses da classe, em
atuação conjunta com as entidades
médicas”. Para Meinão, a Unimed
precisa se envolver na consolidação da
CBHPM, perpetuando a integridade do
sistema cooperativista em relação aos
profissionais.
Vontade política
De acordo com o presidente da
AMB, José Luiz Gomes do Amaral, a
proposta das entidades médicas para
a Unimed do Brasil é a implantação
progressiva. “Sugerimos a elaboração
de um estudo sobre a implantação da
hierarquização da CBHPM, que fatal-
mente implicaria em aumento do valor
de alguns procedimentos e diminuição
de outros”, conta Florisval Meinão.
“Assim, seriam definidos os valores
possíveis sem impacto para a Unimed
em determinado prazo”, explica.
Além disso, não haveria justificativa
para as Unimeds que já pagam valores
de acordo com a CBHPM não a implan-
tarem. Na opinião do coordenador
nacional, essas singulares deveriam ser
exemplos para as que têm menos aporte
financeiro. “O que explica, por exemplo,
que a maioria das singulares de Santa
Catarina já tenha implantado a Classifi-
cação e, em São Paulo, não termos
avançado tanto”, questiona Meinão.
Extensão da
cobertura
Outra discussão imprescindível
com a Unimed, segundo Amaral, diz
respeito à cobertura de todos os
procedimentos constantes na CBHPM
e à implantação do capítulo 4 da
Classificação, referente aos Serviços
Auxiliares de Diagnóstico de Trata-
mento (SADT).
“Necessitamos do apoio formal da
Unimed à atualização urgente e cons-
tante do rol de cobertura obrigatória
editado pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS)”, afirma o
presidente da AMB. “Esta postura
garantiria uma medicina de qualidade
aos usuários e, também, máxima trans-
parência frente aos concorrentes.”
Na análise de Meinão, “a AMB
reconhece a Unimed como sua grande
parceira, pois sempre representou
uma alternativa ética para os profis-
sionais no sistema suplementar
desaúde. No entanto, precisa se empe-
nhar a fundo na implantação da CBHPM,
que constitui um instrumento ímpar de
credibilidade perante os médicos, os
pacientes e o mercado”.
AMB defende implantação
plena pelas singulares