JULHO/AGOSTO 2009
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Fotos: César Teixeira
do evento, cujo objetivo era relatar a
toda sociedade brasileira, por meio
da mídia, as dificuldades enfrentadas
pelos médicos que atuam no SUS.
José Luiz Gomes do Amaral,
presidente da AMB, abriu o encon-
tro explicando aos repórteres os
motivos que dificultam a estrutura-
ção da assistência à saúde.
“Essa informação tão propala-
da de que faltam médicos no Brasil
é uma mentira, pois temos mais de
340 mil profissionais, dispostos a
trabalhar. O que ocorre é que faltam
médicos no sistema público, que
não está aparelhado adequadamen-
te”, disse. Além disso, ele elencou
quatro fatores essenciais para a fixa-
ção dos médicos nas cidades: resolu-
tividade, receptividade, possibilida-
de de desenvolvimento profissional
e valorização adequada.
Edson Oliveira, presidente do
CFM, reafirmou o compromisso dos
médicos em defesa dos pacientes.
“Os médicos estão sendo expul-
sos do SUS e queremos dizer à socie-
dade que não aguentamos mais e
quem são os responsáveis por essa
situação de descaso, abandono,
mentiras e imenso desrespeito aos
enfermos”, disse.
“O Ministério da Saúde tem
responsabilidade nisso quando não
aprova a Emenda Constitucional 29.
O caos está montado e os médicos
estão dando um basta”, completou
José Erivalder Guimarães de Olivei-
ra, vice-presidente da Fenam.
“Os médicos estão desencan-
tados com o serviço público e esta
manifestação não é só um basta, é
um pedido de socorro. Não pode-
mos mais sair de cabeça baixa do
SUS por causa da incompetência
dos gestores”, falou Geraldo Guedes,
coordenador da Comissão Nacional
Pró-SUS.
“Sou formada há mais de 40 anos
e nunca vi uma calamidade como
a que passamos hoje. Temos que
mostrar à população que não somos
nós os culpados”, disse Yvonne
Capuano, presidente da Academia
de Medicina de São Paulo.
Eleuses Paiva, ex-presidente da
AMB e atual deputado federal pelo
DEM-SP, também participou da
coletiva e destacou a falta de sensibi-
lidade dos gestores. “Esta não é uma
discussão corporativista. Estamos
defendendo a saúde da população
brasileira”.
Passeata
O Fórum Sudeste e Nacional em
Defesa do Trabalho Médico no SUS
foi encerrado com uma passeata que
saiu da sede da AMB em direção à
Avenida Paulista, concentrando-
se no edifício da Fundação Gazeta.
Cerca de 300 médicos caminha-
ram pelas calçadas empunhando
cartazes com os dizeres “Médicos
lutam por melhorias no SUS”, “Pela
carreira de Estado para o médico
do serviço público”, “Regulamenta-
ção da EC 29 para mais recursos no
SUS”, “CBHPM como referencial no
SUS” e “Trabalho na saúde precari-
zado. Quem paga é a população”. A
seguir, os médicos posicionaram-se
na escadaria da Fundação Gazeta a
fim de chamar a atenção da opinião
pública para as reivindicações para o
serviço público de saúde.
José Luiz Gomes do Amaral durante entrevista coletiva na AMB
Passeata reuniu cerca de 300 médicos