JULHO/AGOSTO 2009
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Como o senhor está
desenvolvendo esse trabalho?
Marcos
–
A meta do Programa
Global para melhor atendimento
e tratamento a traumatizados
é fazer com que as pessoas com
poder de decisão, parlamentares,
políticos, líderes, gestores
e representantes da saúde,
entendam a gravidade e os
altos custos sociais, materiais,
previdenciários e de saúde que
as vítimas de trauma trazem ao
desenvolvimento de cada País.
Portanto, queremos que estas
pessoas se dediquem, tenham
uma visão clara e adotem as ações
concretas que recomendamos,
para tornar este tema uma
prioridade na saúde.
Quantos países estão envolvidos
nesse projeto?
Marcos
–
A rigor, todos os 193
países do sistema Nações Unidas,
mas alguns são destaque, como o
Brasil.
Será possível traçar umpanorama
da situação das vítimas de trauma
no mundo?
Marcos
–
O panorama do trauma,
segundo recentes estudos, é
dramático! Morrem mais pessoas
por causas externas que de AIDS,
tuberculose, malária, gripes,
juntas! Veja ainda que dos 5,6
milhões de pessoas mortas por
trauma por ano, 2,2 milhões não
teriam morrido se as condições
de atendimento (recursos
materiais e humanos capacitados)
fossem sensivelmente melhores.
E especificamente o Brasil? Qual é
a nossa situação hoje?
Marcos
–
Especificamente, o
Ministério da Saúde, em parceria
com as Secretarias Estaduais de
Saúde, está fazendo um enorme
esforço para reequipar os Serviços
de Emergências e Centros de
Trauma. Eles nos ajudaram a
captar para o Brasil o primeiro
Fórum Global de Traumas da
história da OMS, pois almejam
aplicar as recomendações e
inovações dele emanadas e
colocar o Brasil como referência
no tema, como já o é na AIDS,
tabaco, Lei Seca e outras.
A OMS divulgou que há uma
tendência mundial de aumento
no número de acidentes fatais
envolvendo motos e diminuição
das mortes provocadas por
acidentes de carro. Há explicação
para essa tendência?
Marcos
–
Quanto às motocicletas,
o quadro com dados colhidos
de várias fontes do Brasil e
apresentado no Relatório da
Situação Global da Saúde no
Trânsito da OMS, lançado em
junho de 2009, fala por si. São
usuários vulneráveis no trânsito e
correm mais riscos.
Qual a importância do fórum
global para os cuidados do
trauma, que acontecerá em
outubro, no Rio de Janeiro?
Marcos
–
A importância do Who
Global Forum on Trauma Care
é criar as condições para que
a Aliança Global pelo trauma
possa implementar, em todos os
países, o trauma como prioridade
“
“
nos sistemas de saúde, ou seja,
que este assunto seja orçado.
Com recursos se investirá
em prevenção, atendimento e
reabilitação, reduzindo óbitos e
sequelas.
Como será desenvolvido o
trabalho para fazer o livro de
recomendações? Há propostas
prontas que serão aprovadas
durante o evento ou o trabalho
será formatado de acordo com as
discussões?
Marcos
–
O livro nascerá da
compilação dos dados da
pesquisa feita com mil hospitais
do mundo, universidades,
Ministérios da Saúde, Centros
de Pesquisa e experiências
humanitárias de ONGs e
outras áreas da saúde, cujos
principais e similares problemas
mundiais serão discutidos com
profundidade, e construirão
lá, propostas, mensagens,
prioridades, objetivos e ações
para que estratégias de tornar o
trauma uma prioridade, possam
ser adaptadas e aplicadas em
todos os países.
O projeto tem objetivos
de macroações
estratégicas em políticas
de saúde, e alcança
todos os tipos de causas
externas