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JULHO/AGOSTO 2009
Durante o Fórum, ocorreu umprotesto
quanto ao fimda representaçãomédica
no Conselho Nacional de Saúde (CNS),
resultado do mal-fadado Decreto nº
5.839. Em linhas gerais, a normativa
trata da sua composição, definindo os
membros que o integram, dentre eles
as entidades que representam os traba-
lhadores da área de saúde. Os médicos
deveriam estar incluídos entre esses
trabalhadores, mas foram excluídos do
grupo ao mesmo tempo em que uma
organização denominada Fentas auto-
outorgou-se o direito de representar a
categoria médica no CNS. A AMB já
oficializou o Conselho informando
PRÓ-SUS
Indignação
pelo fim da
representação
no CNS
Foto: César Teixeira
Na manhã de sábado, 4 de julho,
presidente da AMB, José Luiz Gomes
do Amaral, participou do Fórum
Regional do Grande ABC Pró-SUS.
O evento foi realizado no Hospital
Estadual Mário Covas, em Santo
André, e contou com a participação
das regionais da Associação Paulista
de Medicina de Santo André, Mauá,
Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra,
não se sentir representada pelo Fentas.
Lamentavelmente, a tradicional e
necessária participação da classe
médica no CNS não foi assegurada.
Tendo em vista a importância singu-
lar da medicina para o diagnóstico e
tratamento dos brasileiros e a contri-
buição dos médicos para a consolida-
ção do SUS, as entidades registraram
publicamente sua indignação, que já
foi transmitida ao ministro da saúde,
José Gomes Temporão.
“Um Conselho Nacional de Saúde sem
médicos representa umatentado contra
a saúde dos cidadãos. É público que a
vigília permanente dos profissionais de
medicina em prol dos pacientes sempre
foi relevante ao sistema” comenta José
Luiz Gomes do Amaral, presidente da
AMB. “A participação das entidades
médicas no Conselho é ferramenta
indispensável para defesa dos usuá-
rios do Sistema de Saúde e também do
segmento suplementar e privado”.
FÓRUM
ABC debate saúde pública
Foto: Osmar Bustos/APM
São Bernardo do Campo, Diadema e
São Caetano do Sul, que promoveram
o evento, com o objetivo de dar conti-
nuidade ao movimento iniciado no
Fórum Sudeste da Comissão Pró-SUS.
Participaram da mesa de abertura:
Eleuses Paiva, ex-presidente da AMB
e deputado federal pelo DEM-SP;
Jorge Curi, presidente da APM; Alice
Santos, presidente da APM de Santo
André; Everaldo Porto, presidente da
APM de São Bernardo do Campo;
Edson Souza, diretor de Defesa Profis-
sional da APM de São Caetano do Sul,
Delcides Zucon, diretor do 1º distrital
da APM; Desiré Callegari, diretor
do Hospital Mário Covas e Henri-
que Carlos Gonçalves, presidente do
Cremesp.
Amaral relatou aos presentes
alguns trechos do discurso de Barack
Obama, proferido em junho, duran-
te a reunião da Associação Médica
Americana, e fez uma comparação
com a realidade brasileira. “Os Esta-
dos Unidos investem 16% do PIB, ou
seja, US$ 2,2 trilhões em saúde e têm
46 milhões de pessoas sem assistência
em uma população de 300 milhões.
No Brasil, com os R$ 60 bilhões
investidos pelo governo, o SUS não
atende integralmente nenhum dos
200 milhões de brasileiros. Apenas
atende, parcialmente, a alguns”, rela-
tou Amaral.