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JANEIRO/FEVEREIRO 2009
especialidades
Foto: César Teixeira
AMB e
anestesiologia:
laços estreitados
F
oi empossado, no dia 10 de
janeiro, em cerimônia rea-
lizada no Clube Náutico, no
Rio de Janeiro, o novo presidente
da Sociedade Brasileira de Anes-
tesiologia para a gestão 2009, Luiz
Antonio Vane. Graduado pela Fa-
culdade de Medicina de Botuca-
tu, em 1976. Em 1987, tornou-se
professor livre-docente na Unesp
de Botucatu e professor titular do
departamento de Anestesiologia
da Faculdade de Medicina dessa
universidade em julho de 1994. Fez
pós-doutorado nos Estados Unidos
de 1998 a 2000. Também presidiu a
Sociedade de Anestesiologia do Es-
tado de São Paulo (Saesp) no biênio
1991/92. Ele concedeu a seguinte
entrevista ao Jamb.
Quais são as principais me-
tas para sua gestão na Sociedade
Brasileira de Anestesiologia?
A Sociedade Brasileira de
Anestesiologia tem vários progra-
mas na área científica e na área de
defesa profissional de interesse dos
associados que devem ser preser-
vados e ampliados. Entre eles, a
disponibilização das aulas para os
médicos em especialização cons-
titui uma meta importante a ser
implementada. Com a indexação
da Revista Brasileira de Aneste-
siologia no Medline, temos certeza
que ela tornar-se-á mais atraente
para os autores, com artigos de alto
interesse para nossos leitores. Ain-
da, ações para que se tornem pos-
síveis a implementação na íntegra
da Resolução 1802/2006 do CFM e
o cumprimento das determinações
da CBHPM constituem nossas
principais metas.
Quais as dificuldades que os
anestesiologistas enfrentam hoje?
Apesar de muito importante
para o desenvolvimento da anes-
tesiologia, uma dificuldade enfren-
tada está no cumprimento da Re-
solução 1802/2006 do CFM. Isto é
devido, em grande parte, à falta de
equipamentos, principalmente de
monitorização, em elevado número
de hospitais brasileiros. Outro pon-
to está relacionado à remuneração
deficiente tanto pelo SUS como pela
falta de adesão à CBHPM por um
grande número de operadoras de
planos de saúde. Hoje, estes pontos
são mais do que uma dificulda-
de, mas uma frustração entre os
anestesiologistas.
Como fortalecer o associati-
vismo entre os jovens?
Este processo passa necessa-
riamente pelo fortalecimento dos
centros de ensino e treinamento,
no qual o jovem médico deverá ter
contato com profissionais qualifi-
cados tecnicamente e de elevados
padrões éticos. A Sociedade de
Especialidade deverá também ofe-
recer condições para que o jovem
médico possa ter acesso à informa-
ção, formando-o de maneira mais
completa possível. A SBA procura
cumprir a sua missão desenvolven-
do projetos de ensino tanto na for-
mação quanto na educação conti-
nuada. Várias mídias são utilizadas,
inúmeros cursos de atualização são
realizados mensalmente por meio
de nossas regionais, bem como o
preparo e a distribuição gratuita de
livros sobre assuntos de interesse
dos anestesiologistas.
Como pretende trabalhar com
a AMB?
Comparticipaçãoativapormeio
do Conselho Científico, Conselho
Deliberativo, dos anestesiologistas
nas diversas comissões e nos even-
tos da AMB, mantendo contato
permanente com sua diretoria.
Há algum projeto para aumen-
tar a participação no Programa
Diretriz?
A SBA tem uma proposta de
parceria com a AMB para repro-
duzir seu curso de formação de
autores de diretrizes nos eventos
científicos da sociedade. Aumenta-
remos, assim, o número de aneste-
siologistas aptos a desenvolver dire-
trizes sobre determinados assuntos
relacionados com a especialidade,
como avaliação pré-anestésica,
bloqueadores
neuromusculares,
anestésicos inalatórios, anestésicos
locais, etc.
Três anos de residência são
suficientes para formar um anes-
tesiologista? Quais são as deficiên-
cias dos programas de residência
brasileiros? E os pontos fortes?
O Brasil é um dos poucos países
em que a especialização em aneste-
siologia é de apenas três anos. Em
quase a totalidade dos outros países
são necessários de quatro a cinco
anos para a formação do anestesio-
logista. Desta forma, o quarto ano
opcional em determinadas especia-
lidades dentro da anestesiologia é
muito importante, tendo em vista
o grande acréscimo de técnicas,
drogas e situações clínicas a que o
anestesiologista está inserido no
seu dia-a-dia de trabalho.