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do órgão, podem se manifestar sinais e sintomas de

doenças de outros órgãos e de desordens sistêmicas. A

pele é a principal estrutura de interface entre o indiví-

duo e o meio ambiente; é um órgão estrutural, imunoló-

gico e sensorial importantíssimo.

A pele nos avisa das mudanças de temperatura, dos

estímulos dolorosos e nos provê de prazeres, inclusive

sexuais. A procura por atenção médica, relacionada às

queixas cutâneas, está entre as mais frequentes nos

serviços públicos e privados de saúde. Dependendo da

faixa etária, há doenças mais ou menos prevalentes. As

alergias são muito frequentes em todas as idades.

A acne é bastante predominante na adolescência. A

psoríase e o vitiligo, que acometem, em geral, ao redor

de 1% da população, são condições relativamente fre-

quentes e com enorme impacto na qualidade de vida.

As erupções por medicamentos são cada vez mais inci-

dentes, com o advento de novos fármacos. Já comenta-

mos a respeito do câncer da pele, muito frequente nos

países ocidentais. Importante ressaltar que o melano-

ma se situa entre os cânceres mais letais quando não

diagnosticado precocemente.

Temos as doenças sexualmente transmissíveis,

cujas manifestações cutâneas iniciais ou tardias contri-

buem para o diagnóstico.

Jamb:

A SBD comemora 104 anos também no dia 5

de fevereiro. Nestes mais de 100 anos, quais foram os

principais desafios vencidos?

Sanches:

A centenária SBD é a segunda maior socieda-

de de dermatologia do mundo (a primeira é a Acade-

mia Americana de Dermatologia). Creio que o principal

desafio tenha sido servir aos seus associados quanto a

“fazer da dermatologia nacional uma especialidade de

excelência”, sempre com foco no rigor técnico e ético

de seu exercício, e promovendo uma educação médica

continuada do mais alto nível. Outra preocupação bas-

tante relevante é qualificar seus associados, em con-

vênio com a Associação Médica Brasileira (AMB), con-

ferindo o Título de Especialista em Dermatologia, após

exames teóricos e práticos bastante rigorosos.

Jamb:

Na sua opinião, quais as principais conquistas da

SBD no último ano?

Sanches:

Dentre as muitas conquistas, uma que se des-

tacou foi a implementação de uma força tarefa relacio-

nada à defesa profissional.

Jamb:

Quais as perspectivas para este ano de 2017?

Sanches:

Vamos, sem dúvida, continuar a fortalecer as

iniciativas relevantes das gestões anteriores. Pretende-

mos ainda incrementar a interface entre sociedade e

governo, assim como atuar conjuntamente com a Socie-

dade Brasileira de Hansenologia e o governo em ações

para o combate à hanseníase. No contexto atual da lon-

gevidade, pretendemos pensar e discutir questões como

o “envelhecimento além das rugas”, visando a melhorar

a qualidade de vida no processo de senescência.

Fortaleceremos uma educação médica conti-

nuada, capilarizada, voltada para as especificidades

regionais brasileiras. E focaremos na atualização e

capacitação do dermatologista na indicação e pres-

crição das novas terapias biológicas e terapias-alvo

no tratamento de doenças complexas, como psoríase,

urticária, dermatite atópica, hidrosadenite, cânceres,

dentre outras.

Entrevista

Percebo que a maioria dos brasileiros

ainda não dá a devida importância não

somente para o câncer da pele mas também

para a potencial gravidade de muitas

doenças cutâneas

JANEIRO/FEVEREIRO 2

017

JAMB

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