Espaço poético
Devaneios
O porquê desse Espanto?
Pois desde o nosso primeiro encontro
Concebi já teres me identificado!
Sempre me julguei mais querido
Mesmo sem ser o
cara
preferido.
Naquele nosso encontro
Justifiquei, embevecido
Teus encantos dos 50 anos
Mas, no hoje, ainda sentenciaria
Mesmo que fossem adoráveis 70 anos
Já não resisto no que fui provocado
Participar das tuas fantasiosas façanhas
Acalentando este prazer tão ofuscado...
S.A. Soir
Cirurgia Geral
Goiânia – GO
Pré-operatório
O veleiro à deriva rumo aos rochedos,
velas rotas drapeando enlouquecidas,
o vento em fúria impede as remetidas,
o leme louco pinta de vermelho o medo,
borbulham espumas – lágrimas carpidas,
o sol se turva, cai o véu, explode o torpedo,
sem projeção de sombra ou de lajeado,
alcança a supressão das dores sofridas.
Ao mergulho profundo arremessado,
enseja as benfazejas mãos na lida,
tal qual o jardineiro em seu roçado
extirpa erva danosa à leira construída,
preservando o canteiro perene, operado,
o barco veleja, o segador fecha a ferida.
Jair Oliveira da Silva
Anestesiologista
Rio Branco – AC
Jamb Cultura 2016; 10-11(40-41):297-304
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