Acho que esse é um dos principais desafios
e tem sido a causa de muitos processos judi-
ciais”.
A segunda parte do congresso contou
com a exposição do professor titular de Uro-
logia da Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de São Paulo, Miguel Srougi, que
apontou três fatores que, segundo ele, são as
causas dos problemas enfrentados no SUS.
“Falta de financiamento, maus gestores colo-
cados no sistema e uma grande falta de von-
tade política de se fazer algo concreto pela
saúde do país. Essa combinação é destrutiva”.
Já a repórter especial do jornal
Folha de
S. Paulo
, Cláudia Collucci, abordou o Rela-
tório do Banco Mundial, intitulado “20 anos
de construção do sistema de saúde no Brasil”,
e uma pesquisa da Faculdade de Economia e
Administração (FEA-USP) sobre “Fatores as-
sociados ao desperdício de recursos da saúde
repassados pela União aos municípios audita-
dos pela Controladoria-Geral da União”.
Cláudia reforçou que, apesar do subfinan-
ciamento, muito pode ser feito com os recur-
sos existentes, mas há grandes prejuízos cau-
sados pela má gestão. “O não pagamento de
tributos pelo município, a fraca fiscalização
do Conselho Municipal de Saúde e o proces-
so licitatório irregular são alguns dos princi-
pais fatores que geram ineficiência”, disse.
Também esteve presente o médico e pes-
quisador do Instituto Israelita de Ensino e
Pesquisa Albert Einstein, Mario Bracco, que
falou sobre uma das principais conquistas do
SUS: o fortalecimento da atenção primária.
Mas ressaltou que o desafio ainda é “a uni-
versalização do acesso aos níveis secundário
e terciário, e redução da dependência do gas-
to privado no financiamento do sistema”.
Edson Rogatti, diretor-presidente da Fe-
deração das Santas Casas e Hospitais Bene-
ficentes do Estado de São Paulo, foi o último
palestrante do congresso e abordou o papel
das Santas Casas e as dificuldades enfren-
tadas por elas. Ele destacou a defasagem da
Tabela do SUS. “A cada R$100 empregados,
os hospitais são remunerados com cerca de
60%. Queremos receber pelo que realizamos”.
A segunda parte do Congresso de Políti-
ca Médica teve como coordenadores o vice-
-presidente da APM, Akira Ishida, e o diretor
2º secretário do Conselho Regional de Medi-
cina do Estado de São Paulo, Renato Azeve-
do Júnior.
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Fotos: Osmar Bustos
março/abril
2014 •
JAMB
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