MARÇO/ABRIL 2013
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Precisamos comprovar seus conhecimentos, habilida-
des e atitudes, para que não ponham em risco nossos
cidadãos, principalmente os mais carentes”, defendeu
Florentino.
Política de Saúde
em outro trecho do artigo, defendeu verdadeiras
políticas de estado para o setor nacional de saúde.
“O governo precisa criar políticas de estado, e não
políticas eleitoreiras de governo para melhor distribuir
os médicos no Brasil. Pergunto: qual o diagnóstico de
nossas autoridades sobre a distribuição geográica de
proissionais? em que áreas do conhecimento precisaría-
mos de médicos? de quantos pediatras, anestesiologistas,
geriatras, intensivistas, médicos de família e comunidade
necessitamos hoje e de quantos precisaremos daqui a 5,
10, 20 anos? a preocupação tem sido somente com quan-
tidade. nós defendemos qualidade”, escreveu cardoso.
Outro assunto importante - a questão do inancia-
mento da saúde - também foi abordada no artigo pelo
presidente da amB.
“é notório o subinanciamento da saúde pública
brasileira (hoje, cerca de R$ 2 por habitante/dia). O Brasil
investe menos em saúde (porcentual do PiB) do que
a média dos países africanos e do que outros países da
américa do sul”, exempliicou.
Por im, questionou como se conseguem facilmente
tantos recursos para estádios de futebol em detrimento à
falta de recursos para inanciar adequadamente a saúde
da população.
“sabe-se que ao longo dos últimos anos a esfera fede-
ral vem se desonerando em relação aos investimentos
na saúde, quando comparados aos recursos de estados e
municípios. Quem mais arrecada tributos no Brasil (uma
das maiores cargas tributárias do mundo) é o governo
federal e hoje ele contribui menos do que estados e muni-
cípios juntos”, declarou.
distribuição
Outra fonte de preocupação do presidente da amB
é com relação à distribuição de profissionais no país.
Para ele, o governo precisa dizer em quantas cidades
não se consegue fazer um hemograma ou uma ultrasso-
nografia de qualidade, e ainda dizer quantos médicos o
Brasil precisa.
“temos quase 400 mil médicos no Brasil, que se
concentram nas capitais e nas grandes cidades. isso
não é responsabilidade dos médicos nem da comuni-
dade. é consequência da inoperância do governo, que
não cria condições adequadas de trabalho. não adianta
as prefeituras aqui e acolá acenarem com salários atra-
entes, porém sem adequadas condições de trabalho e
sem vínculo formal de trabalho. Querem um médico
missionário que se mude para uma localidade onde não
terá estrutura adequada para atender a população, sem
equipamentos para auxiliá-lo quando necessário, sem
uma equipe multiproissional e, muitas vezes, solitário”,
comenta sobre o assunto.
além de combater a ampliação de vagas nas esco-
las médicas existentes, e abertura das fronteiras para que
proissionais formados no exterior venham trabalhar no
País, cardoso defendeu a comprovação da qualidade dos
médicos formados no exterior.
“Queremos apenas que atestem estar aptos a atender a
população, por meio de um exame nos moldes do exame
nacional de Revalidação de diplomas médicos expedi-
dos por instituições de educação superior (Revalida).
Evento em Brasília apresentou “Programa Mais Médicos para o Brasil”
Meta é abrir seis mil novas vagas em medicina
Fotos: José Bonamigo