Heládio Feitosa Filho é cirurgião-geral e professor de cirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Atualmente,
exerce a presidência do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
“Não é o colégio que faz o cirurgião, é o cirurgião engajado, fortalecido,
prestigiado, valorizado, que tornará o colégio imbatível.”
Heládio Feitosa filho
Entrevista
AMB
Quais as suas principais metas nesta gestão?
O principal foco estratégico da atual diretoria elei-
ta para o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC),
bandeira de sua eleição, é a modernização.
O que o associado deve esperar
dessa diretoria?
Conforme delineado no projeto de gestão, pode-
-se esperar um CBC mais atuante e em perma-
nente contato com seus membros, bem como
aberto a sugestões e tendo como preocupação a
valorização do cirurgião.
Quais os principais problemas enfren-
tados pela cirurgia hoje no país?
O processo de formação de novos cirurgiões,
as condições precárias de exercício – princi-
palmente nas emergências –, a remuneração
aviltada do trabalho dos cirurgiões, a falta de
concursos públicos e a inexistência de uma
carreira de estado são os problemas mais pre-
mentes.
A qualificação do programa de resi-
dência em cirurgia é satisfatória?
O CBC, por meio da sua Comissão de Residên-
cia Médica, entende que hoje, dado o grande
avanço do conhecimento médico, particular-
mente na área de cirurgia, o processo de for-
mação com duração de dois anos de residência
em cirurgia-geral é insuficiente e precisa ser
readequado. Nesse sentido, o CBC apresen-
tou à Comissão Nacional de Residência Médi-
ca (CNRM) uma proposta de matriz curricular,
sugerindo a ampliação de dois para três anos
de residência. Nessa proposta, estão definidas
as competências e habilidades a serem atingi-
das, inclusive com o número mínimo de proce-
dimentos a serem executados em cada ano de
duração do programa. Essa proposta está em
análise na CNRM.
Os valores dos principais procedimen-
tos da especialidade pagos atualmen-
te contemplam os anseios da categoria?
Não. O CBC identifica a necessidade urgente de
revisão desses valores e tem procurado imple-
mentar a atualização dos referenciais, principal-
mente aqueles da Classificação Brasileira Hierar-
quizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).
Tem buscado também, por meio da atuação da
sua Diretoria de Defesa Profissional, em conjun-
to com as Comissões Estaduais de Honorários
Médicos, ampliar as negociações junto às opera-
doras de planos de saúde, no sentido de corrigir
essas distorções.
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julho/agosto
2014 •
JAMB
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