Estamos na reta final da gestão 2011-2014 e iniciamos a
prestação de contas deste mandato à frente da AMB, pu-
jante entidade, que bravamente luta pelas causas da saú-
de e da medicina brasileira.
Começamos nossa gestão colocando “a casa em or-
dem”, do ponto de vista administrativo. Organizamos
processos e fluxos, após o relatório de consultoria feito
pela empresa Ernst & Young, contratada para esse fim.
Havia, dentre outros problemas, um déficit financeiro
que emperrava o início de várias atividades. Adotamos o
lema “só se gasta o que se tem, e os recursos da institui-
ção são da AMB”.
De nossa iniciativa, lançamos (junto com a Ordem
dos Advogados do Brasil e a Academia Nacional de Me-
dicina) o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Saúde +
10), com o intuito de melhorar o financiamento da saú-
de pública, fazendo com que o governo federal destine
pelo menos 10% da receita corrente bruta (cerca de 18%
das receitas correntes líquidas) para o setor. Importantes
entidades, como a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), juntaram-se à causa e conseguimos mais
de 2,5 milhões de assinaturas. Mesmo com o volume de
assinaturas, o Projeto “dorme” no Congresso Nacional,
pois a “mão poderosa do atual governo” não mostra inte-
resse em garantir o financiamento da saúde.
Focamos em uma aproximação com Federadas e
Sociedades, notadamente na defesa da formaçãomédica
de qualidade. Fortalecemos nosso título de especialista
e não nos curvamos aos desatinos “político-eleitoreiros”,
que sobrepõem a quantidade à qualidade. Defendemos
médicos em número adequado às nossas demandas, dis-
tribuídos em diferentes regiões, de acordo com as neces-
sidades, utilizando-se critérios técnicos e epidemioló-
gicos. Pregamos exaustivamente que a saúde não se faz
somente commais médicos.
Abraçamos a EducaçãoMédica Continuada, emum
esforço para mostrar o quão importante é ter um médi-
co qualificado, pois o conhecimento muda muito rápi-
do e lidamos com o nosso bem maior: a saúde. O Pro-
jeto Diretrizes teve continuidade, com novas diretrizes,
assim como atualização de outras existentes.
Cerramos fileiras para fornecermos acesso de quali-
dade para nossa população, boas escolas médicas e avan-
ços na pesquisa clínica. Em nosso país, estamos atrasa-
dos pela burocracia e excesso de interferência. A AMB
juntou-se a um valoroso grupo, a Aliança Pesquisa Clíni-
ca Brasil, para mudar esse cenário, que nos envergonha.
Ampliamos nossa participação nas discussões
com o governo, a sociedade, a imprensa e com a Asso-
ciação Médica Mundial (WMA). Sentamo-nos com
todos que nos procuraram e têm relações com a saú-
de. Onde estiver o médico, queremos estar e buscar
oportunidades e melhorias.
Possibilitamos à população mostrar o mundo real
da saúde no Brasil, por meio do caixapretadasaude.org.br,
que faz grande sucesso. É notória a caótica situação
vivida por muitos, especialmente aqueles que depen-
dem do sistema público de saúde (SUS). Com o portal,
a própria população relata e denuncia.
Quando o coletivo é a prioridade, cada um de nós
ganha individualmente. Estamos próximos a mais uma
importante eleição em outubro. Urge intenso o envolvi-
mento da classe para que mudemos o atual cenário po-
lítico, que sataniza o médico brasileiro, culpando-o pelo
caos instalado. Temos credibilidade junto à população e
podemos influenciar positivamente na direção das ne-
cessárias mudanças no cenário político brasileiro. Con-
versemos com nossas famílias, amigos e especialmente
nossos pacientes, mostrando-lhes a verdade. Busque-
mos novos e melhores caminhos, especialmente àqueles
que abrem o diálogo e novas oportunidades para contri-
buir com a saúde do Brasil.
Adiante, pois as gerações futuras também esperam
por nós!
Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira
Florentino Cardoso
Palavra do
presidente
AMB
julho/agosto
2014 •
JAMB
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