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12

JAMB - JAN/FEV - 2007

Planos de saúde aumentaram

mais que a inflação

Ainda com base nos dados do IBGE e

de acordo com o estudo, realizado por

Carlos Octávio Ocké-Reis e Simone de

Souza Cardoso, os aumentos definidos

pela Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar (ANS) para os planos a partir de

1999 ficaramacima da inflação do setor de

saúde e da inflação geral a partir de 2002.

“A obrigação da ANS é garantir o in-

teresse social no setor de assistência,

fazer com que os reajustes sejam

menores, pois nos últimos anos o que

aconteceu foi exatamente a situação

exposta pelo estudo do IPEA”, garante

Maria Inês Dolci, diretora da Pro Teste –

Associação Brasileira de Defesa do Con-

sumidor. “É lamentável que o consumi-

dor venha sendo prejudicado com

reajustes consideráveis que não refletem

os níveis de inflação verificados no

período”, completa Dolci.

Ações

Depois de acionar a Amil, Golden

Cross e Itaú Seguradora, em 2005, no

final do ano passado, o Idec- Instituto de

Defesa do Consumidor entrou também

com ações na Justiça contra a Porto

Seguro e Amil, novamente. Em todas as

ações, que são extensivas à Agência

Nacional de Saúde Suplementar, a enti-

dade contesta o índice de aumento, mui-

to acima da inflação, aprovado para o

reajuste das mensalidade dos usuários

de planos/seguro-saúde destas empre-

sas. SulAmérica e Bradesco não foram

acionadas pelo Idec, pois o Ministério

Público já havia entrado com representa-

ção contra essas empresas.

Em 2005, o percentual de aumento au-

torizado para contratos novos foi de

11,69%, no entanto, em decorrência de um

termo de compromisso assinado entre a

ANS e as empresas, foramautorizados rea-

justes percentuais de 25,8% para Bradesco

e Itaúseg; 26,1%para a SulAmérica, 20,7%

paraAmil e 19,2%paraGoldenCross.

“AANS, que deveria regular o setor,

é omissa em pontos importantes, o que

prejudica e gera sérios problemas aos

usuários”, afirma Daniela Trettel,

advogada do Idec.

Multas

A liderança no índice de queixas entre

as principais entidades de defesa do

consumidor tem custado caro aos bolsos

das operadoras de planos e seguro-

saúde: somente no ano passado, a ANS

aplicou 687 multas, a maior parte delas

(60%) por negativa de cobertura. Outros

motivos que geraram multas: rede

credenciada, recisão contratual unilate-

ral e reajustes abusivos.

“A maior parte dessas penalidades

foram originárias de denúncias dos consu-

midor”,explicaMariaJúliaGusmãoJoviano,

gerente de operações descentralizadas da

ANS. “As denúncias podem ser feitas pelo

telefone do Disque-Denúncia da ANS

(ligaçãogratuita-0800-7019656);nainternet

(www.ans.org.br

) ou nos núcleos de fisca-

lização da ANS existentes nas capitais

dos seguintes estados: SP, RJ, RS, BA, CE,

DF, MG, PA, PR, PE, cujos endereços

podem ser encontrados no site da ANS.

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - órgão ligado ao Ministério do Planejamento -

entre maio de 2001 e abril de 2005 comprovou que neste período o reajuste dos planos de saúde foi de 40,83%.

Segundo dados do IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - a taxa de inflação do período

foi de 43,44%, enquanto que a inflação apurada no setor de saúde atingiu 36,26% (gráfico) .

Planos de Saúde