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Associação Médica Brasileira (AMB) aumentou

suapreocupaçãoemrelaçãoaospróximos anosno

Brasil. Crises se somam: política, econômica, social,

de credibilidade, etc. Estudiosos afirmam que a inflação e o

desemprego crescerão aindamais, sendo que, nomomento,

jános assustam.Oparlamento federal sofre comas constan-

tes brigas, e importantesmembros sãomencionados em re-

latos sobredesvios éticos naOperação Lava Jato.Crescemde-

núncias sobre o Judiciário, embora tenhamos como grande

exemplo o juiz SérgioMoro,que desejapassar opaís a limpo,

atuando comdestaque nomaior caso de corrupção conheci-

do por nós,seja no setor público ouno privado. Apresidente

não demonstra a liderança necessária para administrar ade-

quadamenteosrumosdoBrasil.Fala-sequeocenárioéruim

eaindavai piorar.Atéquando?Oqueopovo fará?

Na saúde, as notícias ruins se acumulam em Bra-

sília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador,

Porto Alegre, Fortaleza e em várias outras cidades. Hos-

pitais fecham leitos, faltam medicamentos e profissio-

nais em diversos lugares, as filas aumentam, as emer-

gências continuam superlotadas e mortes evitáveis

ocorrem todos os dias. O governo perdeu o rumo tam-

bém na saúde. Não há política de estado em curso que

vislumbre melhorias. Convivemos com dengue, saram-

po, hanseníase, tuberculose e doenças crônicas não

transmissíveis em descontrole. Nossa população enve-

lhece rapidamente e não há políticas de saúde para os

idosos. Os índices de sobrepeso e obesidade na popula-

ção são alarmantes, mas não temos uma efetiva ação

governamental em relação a isso. A quantidade de dia-

béticos e hipertensos alcança números elevados.

Mesmo assim, acreditamos que iremos superar esse

desafio. Permaneceremos otimistas, desde que as mudan-

ças ocorram rapidamente e sejam implementadas de ma-

neira ética,séria,profissional,técnica e pelobemdo coletivo.

Não concordamos com a nefasta política do governo fede-

ral de abertura de novas escolas de medicina, nem com os

rumos tomados pela Comissão Nacional de ResidênciaMé-

dica (CNRM), que pretende intervir na autonomia das uni-

versidades. Somos contra priorizar a quantidade em detri-

mentodaqualidade,bemcomooatrasodapesquisa clínica

e as atuais políticas doMinistérioda Saúde.

É o governo do “mais”: Mais Médicos cubanos e

mais corrupção. Queremos profissionais em número

adequado; porém, com qualidade. Não há professores

qualificados suficientes para a abertura de tantas facul-

dades de medicina. A pátria educadora existe somente

no

slogan

governamental. Deve haver uma fila de parla-

mentares à porta do Ministério da Educação imploran-

do para que seja aberta uma nova escola de medicina

“em seu município”. Que Deus ilumine aqueles que che-

garam agora aos ministérios para que se desviem desse

caminho tortuoso. A saúde é nosso bem maior e o zelo

deve ser enorme na formação de profissionais para o se-

tor. Lutemos por qualidade no ensino.

Precisamos permanecer juntos em busca de melho-

res condições na saúde, na medicina e na vida dos médi-

cos. A união de todos é importante para que tenhamos

êxito nessa cruzada. Não suportamos mais tanto desca-

so, que leva ao sofrimento maior de pessoas que necessi-

tam dos serviços de saúde. A saúde pública está caótica

e a privada enfrenta demorada crise. Quando a Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fala em Fator de

Qualidade, percebe-se a deturpação dos interesses. Que a

chegada de um novo presidente proporcione dias melho-

res para a agência reguladora. Precisamos discutir o mé-

rito, o custo e o desfecho. Que nunca desvalorizemos os

bons profissionais e incentivemos sempre a boa forma-

ção e a educaçãomédica continuada!

Não está fácil, mas com as entidades médicas traba-

lhando em conjunto, cada uma delas em sua missão, po-

deremos ajudar mais o nosso país. Não precisamos criar

novas entidades, e sim fortalecer as existentes. Que este-

jamos próximos de nossas federadas e sociedades de es-

pecialidade e foquemos nosso trabalho no coletivo, com

perseverança, continuidade e qualificação. Trabalhemos

cada vez mais por meio de diretrizes,

guidelines

e de sóli-

das evidências científicas.

Somos um time de pessoas empenhadas em fazer o

melhor no que nos propomos. Críticas construtivas aju-

damsempre. AAMB é forte. Vamos adiante.

Florentino Cardoso

Presidente da AssociaçãoMédica Brasileira

Somos um time de pessoas

empenhadas em fazer o melhor no que

nos propomos. Críticas construtivas

ajudam sempre. A AMB é forte.

Palavra do Presidente

Crédito:AMB

MAIO/JUNHO

2015

JAMB

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