a atenção básica com qualificação e
pensar cada vez mais em promoção e
educação emsaúde é o quemuda esse
cenário”, ressaltou.
Oministro não fugiu de assuntos
considerados polêmicos. Após a apre-
sentação inicial, Ricardo Barros ouviu
todos os médicos e, ao final do encon-
tro, respondeu, uma a uma, as ques-
tões, críticas e sugestões levantadas.
Mais Médicos
O projeto-símbolo do governo de
Dilma Rousseff foi duramente criti-
cado pela classe médica. Segundo o
ministro, o Programa Mais Médicos
foi renovado por uma pressão mui-
to grande da Confederação Nacio-
nal dos Municípios e dos prefeitos de
ummodo geral, além de ter recebido
uma “altíssima aprovação e avaliação
do programa pela população”.
Revalida
Para o ministro Ricardo Barros, existe
uma contradição na exigência dos mé-
dicos brasileiros para que os participan-
tes doMais Médicos realizemo Exame
Nacional de Revalidação de Diplomas
Médicos Expedidos por Instituições de
Educação Superior Estrangeiras (Revali-
da). De acordo com ele, se o Ministério
da Saúde autorizar esses médicos a fa-
zer o Revalida, provavelmente irá per-
dê-los do Mais Médicos. “Nós enten-
demos que não é conveniente para o
nosso processo, conforme foi concebi-
do, fazer o Revalida, porque nós daría-
mos pleno exercício [da medicina] a
esses profissionais em qualquer lugar
do Brasil, e eles deixariam certamen-
te o Mais Médicos.” Segundo Florenti-
no, o argumento de que esses médicos
poderiam trabalhar em qualquer lugar
do país não convence, e não é prudente
que osmédicos odefendam.
Autoengano
Um dos pontos altos do encontro foi a
confissão por parte doministro de que
“esse Provab não serve pra nada: nem
pro aluno, nem pra nós”. A declaração
foi uma resposta do ministro a um
questionamento sobre o Programa de
Valorização dos Profissionais da Aten-
ção Básica (Provab).“Ou vai ser o perío-
do em que ele possa se integrar com a
comunidade, 2 anos, 3 anos, ou não vai
ser, porque do jeito que está, estamos
nos enganando. Todo mundo que está
indo para o Provab não está indo para
fazer medicina comunitária, está indo
para ganhar o ponto e fazer outra es-
pecialidade. Então esse faz de conta
comigo não vai prosperar”, enfatizou
oministro.
AMB entrega carta de apoio ao
ministro
Florentino Cardoso entregou a Ricardo
Barros uma carta com a visão da AMB
sobre questões estruturais e estratégi-
cas de longo prazo. O documento rati-
fica a disponibilidade da entidade em
contribuir com o Ministério da Saúde
para melhorar a saúde no país. “Saú-
de se faz com assistência, ensino, pes-
quisa e gestão”, informa o documen-
to. “Temos
expertise
e não queremos
nada em troca para contribuir, para fa-
zer omelhor para a população brasilei-
ra”,conclui a carta.Florentino também
enfatizou a visão da AMB: “Há neces-
sidade de políticas de Estado, não de
partidos, nemde governos”.
O ministro aceitou retornar à
AMB em 4 meses, conforme sugeri-
do pelo vice-presidente da Socieda-
de Brasileira de Infectologia, Samuel
Kierszenbaum. Após responder todas
as perguntas, o ministro agradeceu a
presença de todos e se desculpou pela
franqueza.“Se a conversa não é franca,
não resulta emavanços”, finalizou.
CésarTeixeira
Rodrigo Aguiar
Ministro da Saúde
Após ouvir e responder a mais de 30 sociedades de especialidade, o ministro
prometeu retornar à AMB em quatro meses para comparar os cenários
JULHO/AGOSTO
2016
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JAMB
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