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á passamos mais de um ano do segundo

mandato à frente da Associação Médica Bra-

sileira (AMB).

O ano de 2015 também foi difícil. Estamos vi-

vendo tempos árduos para o médico, a medicina, a

saúde, a educação, a economia e para o Brasil. Re-

trocedemos, pois estamos em recessão econômica,

com aumento de desemprego, inflação, impostos,

juros... E percebemos, cada vez mais, roubalheira

e corrupção. Apoiamos o projeto de lei de iniciati-

va popular “10 medidas contra a corrupção” do Mi-

nistério Público Federal. Precisamos passar nosso

Brasil querido a limpo.

Embora vivamos tempos difíceis, continuamos

firmes e intransigentes na busca demelhorias para

nosso povo, lutando na defesa do mérito e da qua-

lidade. Não podemos ficar acomodados com o caos

instalado na saúde pública brasileira, nem com as

dificuldades enfrentadas pela saúde suplementar.

Sempre colocamo-nos à disposição para ajudar.

O pior, porém, é percebermos a insistência do

governo em querer colocar o médico como “a cau-

sa” dos problemas na saúde brasileira. Lembremo-

-nos das manifestações de rua de junho de 2013 e,

à mesma época, do pronunciamento da presiden-

te da República dizendo, entre tantos “desvarios”,

que resolveria os problemas da saúde pública bra-

sileira importando médicos – veio o Mais Médicos,

vieram os médicos cubanos. A saúde só tem pio-

rado e até hoje não nos foi explicado, por exem-

plo, o convênio com a Organização Pan-america-

na de Saúde (Opas). Será que a Operação Lava Jato

vai explicar? Se o forte do programa é atenção bá-

sica – sendo em torno de 15 mil o número de mé-

dicos pertencentes ao programa –, por que se fala

que dos 5.570 municípios brasileiros (1.794 estão

no Nordeste) muitos não têmmédicos? Se excluir-

mos os municípios maiores, teríamos no mínimo

três médicos do programa para cada um, caso a

distribuição fosse para atender a população dos

pequenos municípios. E o que foi feito em relação

a dengue, chikungunya e Zika? Como está a aten-

ção básica no Brasil?

Passados mais de dois anos do Mais Médicos,

o discurso governamental de sucesso não combi-

na com o que a população está vivendo. Até o li-

vro

ProgramaMais Médicos – Dois

anos:mais

saúde

para os brasileiros

foi colocado na página do gover-

no federal

(http://cdnmaismedicos.elivepress.com

.

br/images/PDF/Livro_2_Anos_Mais_Medicos_Mi-

nisterio_da_Saude_2015.pdf). O que comemorar

nesses dois anos? O que melhorou na saúde públi-

ca brasileira nos últimos dois anos? O governo da

propaganda lançou o Mais Especialistas para co-

memorar. Deu no que deu o “decreto presidencial”.

A propaganda enganosa é uma “das armas”

deste governo. A população está acordando e per-

cebendo que a realidade é outra. O Brasil precisa de

profundas mudanças: políticas (executivo, judiciá-

rio e legislativo), na economia, na previdência, nos

tributos, etc. Urge que a população se manifeste de

maneira veemente, constitucional e lute por mu-

danças para termos o Brasil que queremos. O Brasil

é nosso, não de umpartido ou de umgoverno.

A AMB, irmanada com suas federadas e socie-

dades de especialidade, trabalha dia e noite a ser-

viço do bom médico, da boa medicina e da saúde

com qualidade. Não esmorecemos, pois sabemos

que unidos somos fortes e podemos defender o

bem coletivo.

Vamos adiante, pois temos pressa para mudar

esse cenário cruel, que faz nosso povo sofrer.

Florentino Cardoso

Presidente da AssociaçãoMédica Brasileira

Palavra do Presidente

Crédito:AMB

Cenário cruel

NOVEMBRO-DEZEMBRO

2015

/

JANEIRO-FEVEREIRO

2016

JAMB

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