criança e do adolescente é uma
grande dificuldade, tanto na ini-
ciativa pública quanto na priva-
da. No serviço público, faltam
condições de trabalho adequa-
das, concursos públicos, pla-
no de carreira que permita ao
profissional planejar seu futu-
ro. O que ocorre muitas vezes é
a existência de contratos pre-
cários, que impedem o pedia-
tra de exercer sua atividade com
tranquilidade. Na iniciativa pri-
vada, falta visão, porque inves-
tir na qualidade do atendimen-
to à infância significa diminuir
custos a médio e longo prazos,
com adultos mais saudáveis.
Mas tudo isso é resultado direto
do fato de que, em nosso país, a
prioridade constitucional confe-
rida à criança não é respeitada.
Jamb: Qual é a expectativa
de continuidade do trabalho
na próxima gestão da SBP?
EV:
Em 2016, a SBP completará
106 anos. O crescimento da en-
tidade nas últimas décadas tem
sido muito grande, decorren-
te do esforço conjunto de dire-
torias sucessivas e de milhares
de pediatras de todo o país. Or-
ganizamos a Sociedade admi-
nistrativamente e tomamos de-
cisões que levaram a instituição
a ter autonomia financeira. Te-
mos nos empenhado em es-
truturar inúmeros programas,
permitindo a reciclagem pro-
fissional, que têm chegado a to-
das as regiões, tanto de manei-
ra presencial como virtual, com
um
site
que foi modernizado e
oferece muitas oportunidades
de educação continuada. O as-
sociado hoje usufrui de cursos
como o de Aprimoramento em
Nutrologia Pediátrica (CANP),
de Desenvolvimento e Compor-
tamento, de Alergia e Imunolo-
gia Pediátrica, de Reanimação
Pediátrica (PALS), do Programa
de Reanimação Neonatal, além
do Programa Nacional de Edu-
cação Continuada em Pediatria
(Pronap).
O
Tratado de Pediatria
já benefi-
cia mais de 15 mil profissionais e
deu origem a um curso baseado
em seu conteúdo, do qual parti-
cipam cerca de 3 mil colegas. Te-
mos também o Programa EAD,
com aulas virtuais. São incon-
táveis as publicações disponibi-
lizadas ao associado. Há o tra-
dicional
Jornal de Pediatria
, a
mais importante revista pediá-
trica da América Latina, e tam-
bém a SBP Ciência, que oferece
informações rápidas, sobre te-
mas de interesse prático. Para
os jovens, criamos a revista
Re-
sidência Pediátrica
e aulas prá-
ticas em vídeo. Para as famí-
lias, temos um
site
específico, o
Conversando com o Pediatra,
e diversos livros. Não abrimos
mão também de realizar cam-
panhas de promoção do aleita-
mento materno, pela adesão à
Lei 11.770/08, que amplia a licen-
ça-maternidade para seis meses
e foi uma proposta da entidade.
Neste momento, estamos traba-
lhando na campanha “Receite
um livro”, voltada para o pedia-
tra e que muito tem informado
a população.
Mas para que tudo isso te-
nha sido construído, contamos
com uma equipe muito envol-
vida e esse é o nosso desafio
atual. A trajetória vitoriosa da
SBP precisa de dirigentes capa-
zes de dar seguimento ao traba-
lho, ampliá-lo e de mudar e me-
lhorar o que for necessário. É por
isso que apoio Ércio Amaro de
Oliveira Filho para me suceder
na presidência. É um colega par-
ticipativo, que há muitos anos
está comprometido com as cau-
sas do coletivo, da instituição.
Muito capaz, tem todas as ca-
racterísticas necessárias para
coordenar o que precisa ser fei-
to pela grande família da pedia-
tria brasileira.
“
A insensibilidade
dos gestores sobre a
importância do pediatra
como médico de
cabeceira da criança e
do adolescente é uma
grande dificuldade, tanto
na iniciativa pública
quanto na privada.
”
NOVEMBRO-DEZEMBRO
2015
/
JANEIRO-FEVEREIRO
2016
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JAMB
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