SETEMBRO/OUTUBRO 2011
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José Luiz Gomes do Amaral
Presidente da Associação Médica Brasileira
Caros amigos e colegas,
vocês que fazem da medicina suas vidas e veem os médicos como seus
irmãos; ninguém melhor que vocês para avaliar a emoção que me invade ao ser
investido da missão de representar esta Casa.
do presidente da Wma espera-se que
seja porta-voz da opinião de mais
de 9 milhões de médicos, reunidos nas 100 associações médicas nacionais que
integram esta instituição.
Sinto-me profundamente honrado por ter sido escolhido. Grato por terem-
me vocês concedido tal privilégio e comprometido com a imensa responsabili-
dade que esta posição encerra; desaio formidável em qualquer circunstância e
ainda maior nos dias de hoje.
dias de incerteza e de indecisão.
temos vivido, ao longo da história de nossa proissão, toda sorte de diicul-
dades que, no entanto, jamais lograram vencer a nossa esperança de aliviar o
sofrimento dos que nos coniam suas vidas e as de seus mais próximos e queridos.
vivemos tantas grandes descobertas da ciência, mas sofremos com os ainda
insuperados obstáculos que separam tantas pessoas dos benefícios do progresso.
apesar disso, até ontem éramos nós e nossos pacientes; e eles precisavam
nos procurar.
estávamos ao seu lado. mas onde estamos hoje?
Sob circunstância alguma contemplaremos um retrocesso. Isso está fora
de questão. no campo da saúde, o desenvolvimento cientíico e o tecnológico
possibilitaram diagnósticos e tratamentos inimagináveis. nós izemos e fare-
mos, certamente, muito mais nessa área. a especialidade e os especialistas são
mais do que necessários. não se cogita desconsiderar a valiosa intervenção
dos muitos proissionais que integram o sistema de saúde que nós, os médicos,
consideravelmente contribuímos para construir.
vemo-nos envolvidos por um complexo sistema de atenção, a priori voltado
para ampliar o acesso à saúde que não faz senão descaracterizar-nos.
Porém, onde estamos nós neste sistema?
À frente ou escondidos atrás da tecnologia que deveríamos usar para forta-
lecer os laços com aqueles de quem cuidamos?
É hora de decidirmos se queremos protagonizar a atenção à saúde, ou se nos
compraz o papel de meros expectadores.
não há tempo, nem espaço para indeinição.
não cabemos igurantes em uma peça onde o público nos espera protago-
nistas.
É hora de liderarmos o processo de atenção à saúde.
Fomos preparados para fazê-lo.
nos foi dado o privilégio e a responsabilidade de cuidar da vida e da saúde
das pessoas. este é nosso dever e a sociedade espera que nos comportemos à
altura de suas expectativas.
este é o nosso momento para decidir e defender a medicina.
Contem comigo para servi-los nessa missão.
decisão
NR
– discurso ao tomar posse como presidente da associaçãomédicamundial (Wma), dia 14
de outubro, emmontevidéu, Uruguai.