P
oucos sabem, mas as mãos
do mais antigo e experiente
funcionário da AMB traba-
lham em um dos mais importantes
benefícios proporcionados pela en-
tidade aos médicos brasileiros: o Tí-
tulo de Especialista.
Cezar Augusto de Sousa, que, em
março deste ano, completou 37 anos
de dedicação à AMB, é o responsável
pela conferência e encaminhamento
mensais dos cerca de 800 títulos de
especialista aos seus detentores.
Quem frequenta a entidade co-
mumente o encontra na antessala
do auditório, atrás de pilhas e pilhas
de títulos, que ele confere um a um.
Um trabalho dedicado e que teve
início por vontade própria.
“Na época, o Dr. Aldemir era o se-
cretário-geral, e o consultei se permi-
tiria que ajudasse na expedição dos
títulos, pois percebia a enorme mão
de obra que demandava esse traba-
lho”, lembra Cezar. Na verdade, se in-
teressar por desafios sempre foi sua
marca, desde que se candidatou ao
trabalho de ajudante geral na AMB,
em março de 1980. Ao ser admitido,
nem chegou a trabalhar no cargo,
sendo encaminhado para servir café
e chá à diretoria e aos funcionários.
Sua curiosidade, no entanto, levou-o
a aprender a trabalhar na telefonia,
à época um intrincado emaranhado
de cabos e plugues. Assumir o posto
foi questão de tempo, com a saída
da telefonista do período da manhã,
pois ninguém conhecia o trabalho
como ele.
A modernização na comunica-
ção, ao mesmo tempo em que eli-
minou os complexos cabos, garan-
tiu-lhe o apelido de detetive, pela
facilidade com que atendia aos pe-
didos de funcionários e da diretoria
para encontrar os profissionais da
medicina nas grandes capitais ou
nas áreas mais remotas do país. Ce-
zar trabalhou e conviveu com cen-
tenas de diretores emais dametade
dos 15 médicos que presidiriam a
AMB: Pedro Kassab, Mário Barreto,
Nelson Proença, Antonio Celso Nas-
sif, Mário Cardoso, Eleuses Paiva,
José Luiz Gomes do Amaral e, atual-
mente, Florentino Cardoso.
“Qual o fato mais marcante nes-
tes 37 anos de trabalho? Semdúvida,
foi quando a AMB decidiu home-
nagear seus presidentes quando
da comemoração dos seus 40 anos.
Consegui localizar a única irmã
viva do primeiro presidente da en-
tidade, Alípio Corrêa. Tive a satisfa-
ção de ir buscá-la em uma casa de
repouso, onde residia, no Pacaembu,
e trazê-la para a homenagem na
AMB”, conta ele, que cuida da AMB
literalmente como sua segunda
casa. Todos os dias, antes de encer-
rar o expediente, por volta das nove
da noite, ele caminha de sala em
sala verificando se todos os apare-
lhos foram desligados, as luzes, apa-
gas, e as portas, trancadas.
Um funcionário dedicado
César Teixeira
CésarTeixeira
48
■
JAMB
■
MAIO-JUNHO/JULHO-AGOSTO
2017