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Crônica

O tempo, esse insensível

“Um velho calção de banho

Um dia pra vadiar

Ummar que não tem tamanho...”

F

alar nisso, em que fundo de baú anda aquele velho calção de banho?

Onde será que foi parar o prazer de curtir uma praia e um mergu-

lho no marzão de meu Deus?

E desde quando a gente não vadia mais?

O tempo, esse insensível, nos extraiu essas delícias da vida. Fez nossos

amigos sumirem e ainda jogou em nosso rosto sulcos profundos.

Sem falar que, quando não pinta, arranca nosso cabelo.

E a barriga, que insiste em se exibir! E o fôlego, que não quer mais

chegar! Tudo culpa dele.

Conheço uma senhora na pós-menopausa revoltada com o tempo. É

que ele forjou uma intriga dela com seu espelho. Cortou relações, não

quer nem ver!

Pior foi meu amigo, às portas dos 70, indignado com o tempo porque

lhe roubou fatia importante de sua testosterona. Onde já se viu!

Pois é, meus amigos, o tempo é assim mesmo: implacável, insensato,

insensível, senhor de si. Faz o que bem quer, sem dar a mínima pra gente.

Um chato!

Fazer o quê?

Sebastião Costa

Pneumologia

João Pessoa – PB