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2014; 60(5):395-397
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Falar sobre a decisão:
a) Concentrar-se em preferên-
cias – Oriente o paciente a expressá-las. Frases sugeri-
das: «O que, do seu ponto de vista, é mais importante
para você?» b) Induzir uma preferência – Esteja prepa-
rado para, oferecer mais tempo ou disposto a orientar
o paciente se ele indicar que este é o desejo dele; c) Mo-
ver-se para uma decisão – Tente verificar a necessidade
de adiar a decisão ou tomá-la. Frases sugeridas: «Você
está pronto para decidir?» ou «Você quer mais tempo?
Você temmais perguntas? «Hámais coisas que devemos
discutir?» d) Revisão da oferta – Lembrar ao paciente,
sempre que possível, que as decisões podem ser revistas
é uma boa maneira de chegar ao encerramento
5
.
Sinteticamente, o paciente deve decidir não apenas por
meio de um exercício teórico, mas considerando o con-
texto que preserva a expressão de sua autonomia, no qual
deve haver: clareza sobre onde os cuidados são prestados;
sobre o processo de tratamento ou o resultado para um
estado de saúde particular; informação adequada quan-
to às preferências; percepção de credibilidade da fonte de
informação; clareza da linguagem utilizada para descre-
ver opções; atenção aos diferentes atributos de uma deci-
são, como benefícios e malefícios; número de opções dis-
poníveis; valorização de experiências prévias com situações
semelhantes; afeto; descrição dos efeitos na ordem em
que ocorrem; análise de opiniões confiáveis de outros;
normas sociais percebidas; e influência da mídia
6
.
As modalidades de solução rápida, invasivas e irrever-
síveis, utilizadas no tratamento da obesidade, que cres-
cem no excesso de sua aplicação, ocupam o espaço da au-
sência ou falência das medidas de prevenção e de
tratamento clínico.
A leitura deste passo a passo de tomada de decisão
compartilhada pode ser feita em apenas quinze minutos.
Para cuidarmos de pacientes que sofrem, porém, e de sis-
temas de saúde que não sabem como preservá-los, a me-
dicina necessita, urgentemente, de muito mais do que
quinze minutos de dedicação. As consequências de uma
decisão equivocada podem durar mais do que quinze mi-
nutos, horas, dias, meses, anos ou décadas.
R
eferências
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