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Academia

F

oi empossado no dia 14 de julho o novo presiden-

te da Academia Nacional de Medicina (ANM). O

urologista e professor da Universidade Estadual

do Rio de Janeiro, Francisco Sampaio, assume o lugar

do cirurgião Pietro Novellino para ummandato de dois

anos (2015-2017) à frente da ANM. Fundada em 1829,

a ANM é a entidade cultural e científica de medicina

mais antiga do Brasil. Nesta entrevista ao

Jamb

, Sam-

paio fala de seus planos.

JAMB: Qual é a meta principal de sua gestão?

FS:

Com quase 200 anos, a ANM decidiu se modernizar.

A nova diretoria tem como uma das principais metas

aproximar-se da sociedade. Pretende, também, aumen-

tar sua visibilidade, o que já vem acontecendo.

JAMB: Em seu discurso, afirmou que pretende abrir

as portas da ANM à sociedade. Como fará isso?

FS:

Isso já está acontecendo. Estamos ministrando cur-

sos de atualização aos estudantes de medicina e jo-

vens médicos que frequentam a ANM rotineiramente.

Abrimos as portas também às Ligas de Medicina e, re-

centemente, cerca de 200 alunos das Ligas de Gineco-

logia e Obstetrícia realizaram o 1º Congresso das Ligas

Acadêmicas em nossa instituição. Estamos incremen-

tando o sistema de videoconferência, com a transmis-

são de, pelo menos, uma sessão ou um simpósio a cada

dois meses, para diversos hospitais e escolas médicas

no Brasil. Em relação ao público leigo e aos alunos, te-

nho a dizer que nossa sede no Centro do Rio de Janei-

ro foi totalmente remodelada depois de o prédio passar

por um

retrofit

. Durante as obras, uma área

de 600 m

2

com portas abertas para

a rua foi preparada para receber o

novo museu, que irá expor par-

te das mais de 300 peças reu-

nidas ao longo dos últimos

186 anos. O acervo é vasto

e variado, incluindo obra de

Candido Portinari, mobiliá-

rio do período imperial, ins-

trumentos médicos do início

do século XIX, além de itens

curiosos, como uma grande co-

Francisco Sampaio

assume a Academia

de Medicina

leção de óculos de personalidades. Entre eles, está o par

que pertenceu ao bispo de Mariana, em Minas Gerais, D.

Viçoso: rezava a lenda que quem usasse seus óculos fica-

ria curado de problemas oculares. Também vamos abrir

ao público uma biblioteca com mais de 11 mil livros e di-

gitalizar seus arquivos, que reúnem documentos históri-

cos, como o atestado de óbito original de D. Pedro II.

JAMB: Também disse que pretende alinhar com

entidades governamentais de saúde...

FS:

Estamos promovendo simpósios para discutir

grandes temas da medicina, como gravidez de risco,

diabetes, hipertensão, morte assistida e depressão de

difícil tratamento. Na sessão “A medicina em 2030”,

discutiu-se o futuro do sistema de saúde no Brasil. Há

pouco tempo, debatemos o “Financiamento à pesqui-

sa e à pós-graduação” e “Problemas e perspectivas face

à nova realidade econômica”, junto à Academia Bra-

sileira de Ciências e à Sociedade Brasileira para o Pro-

gresso da Ciência, em nossa instituição. De todos os

simpósios realizados, emitimos documentos que são

encaminhados às três esferas de poder: municipal, es-

tadual e federal.

JAMB: E aos médicos, quais serão as ações?

FS:

Defender as causas médicas. Em setembro, por exem-

plo, realizamos um simpósio, junto à Associação Médi-

ca Brasileira (AMB) e ao presidente da entidade, Floren-

tino Cardoso, para discutir o ensino e as especialidades

médicas, abordando temas de vital importância, como

a história e a evolução da especialização em medicina,

a regulação e seu impacto (avanços e retrocessos com a

regulação: antes do Mais Médicos, depois do Provab, do

Mais Médicos e do Mais Especialistas), a AMB, a educa-

ção médica continuada e a qualificação dos médicos bra-

sileiros, os programas Mais Médicos e Mais Especialistas.

O resultado será a formulação de um documento co-

mum da ANM e da AMB, que será entregue às autorida-

des de saúde e educação.

Cr

édito:ANM

4

JAMB

JULHO

/

AGOSTO

2015